Sexta‑feira, 13 de novembro de 2015. É noite de fecho na revista Volta ao Mundo. Os destinos estão escolhidos, a capa está pensada. Mas tudo muda. Os atentados em Paris deixam‑nos em estado de choque. Quem viaja muito imagina‑se no mundo inteiro. Em Paris. Podíamos ser nós, ali, a passear, a tomar uma bebida numa esplanada. Só podemos imaginar o terror e senti‑lo como nosso. Quem viaja sabe o que é ir a um concerto, encontrar amigos, sair com eles, ir a um bar ou restaurante. Aqui, em Paris, em Beirute, em qualquer lugar do mundo. Os relatos que nos chegam por imagens e palavras fazem‑nos pensar duas vezes e mudar a capa. Estaremos em Paris outra vez, sempre. Viajar é, também uma forma de liberdade. Uma das que mais cedo caem, com os atos terroristas: basta lembrarmo-nos dos procedimentos a que somos agora sujeitos nos aeroportos. Basta pensar no medo de viajar, de ir a um lugar ameaçado.

Neste mês voltamos a afirmá‑lo. Temos artigos sobre cidades europeias – os city breaks, com as sugestões da utópica Nantes, da musical Manchester, das frias e calorosas Tallinn e Helsínquia, e um apanhado de dez outras cidades na Europa onde se fazem negócios com prazer. E um roteiro do bairro boémio parisiense de St. Germain‑des‑Prés para vos mostrar. Porque a capital francesa é a terceira cidade mais visitada do mundo (mais de 16 milhões de pessoas por ano), porque Paris é a segunda cidade no mundo com mais portugueses e lusodescendentes, porque é um dos destinos preferidos de quem vive nos países onde se fala português. Porque é a cidade do amor. Porque é a cidade do conhecimento. E, hoje, também, porque o medo não irá triunfar nem fazer esmorecer o nosso desejo de viajar e de conhecer as diferentes culturas. Paris merece.

Catarina Carvalho, diretora
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Fernando Marques

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