Os nove fusos horários de diferença em relação a Portugal são a prova de que o Japão é quase noutro planeta.

Tudo é diferente, intenso e cativante, mas há pontos em comum entre a nossa sociedade e a japonesa. História e gastronomia são as duas áreas óbvias. A primeira pelo papel que os portugueses tiveram na ligação entre os mundos ocidental e oriental (primeiros europeus a lá chegar, em 1543); a segunda pela tempura, que não é mais do que uma variação dos famosos peixinhos da horta, ou pela doçaria tradicional, como o pão-de-ló. E até na língua há semelhanças, com os sons das vogais e algumas palavras a serem as mesmas.

É com essa relação histórica em mente que se deve desembarcar em Tóquio, uma capital sem risco que nos absorve desde o primeiro minuto. Ainda toldados pelo jet lag há que conciliar horários e partir à descoberta das 23 regiões que formam a cidade.

Roppongi e Ginza são bons pontos de partida, com as suas avenidas e lojas de topo a convidar os mais abonados ao consumo. Harajuku é outro bairro curioso, onde além das bancas de venda a preços baixos há um templo digno de visita. É à sua porta que, todos os fins de semana, rapazes e raparigas das mais diversas tribos sociais se juntam para mostrar as roupas diferentes e as suas artes cénicas.

À noite, todos os caminhos vão dar a Shinjuku, o bairro da diversão, com os seus restaurantes, casas de jogo e de massagens, hotéis-cápsula e lojas kitsch. Ao lado, está o Golden Gai, onde dezenas de pequenos bares de lotação reduzida recebem visitantes que não sejam intrusivos.

Do outro lado do mundo há um país com muitas ligações a Portugal. Descubra-as na história, na gastronomia e na própria língua.

O Japão é mais que Tóquio, mas a sua capital é fundamental na viagem. De lá, são várias as opções como a histórica Quioto ou as inesquecíveis Hiroxima e Nagasaki. Mais perto está o ponto mais elevado do país (3776 metros de altitude), o monte Fuji e suas neves eternas que podem ser avistadas em dias de boa visibilidade desde os arranha-céus de Tóquio. E entre as mais de seis mil ilhas que compõem o arquipélago, escolha-se Okinawa, terra de praias que convidam ao mergulho e onde o peixe fresco e o marisco são reis. A maior dificuldade é mesmo fazer um itinerário. O Japão toca em todos os sentidos e é isso que o torna um destino tão completo.

Curiosidade

A palavra geisha significa “pessoa das artes” e as primeiras geishas eram homens.

A não perder

Memorial da Paz: no centro de Hiroxima, no parque com o mesmo nome e que inclui também museu dedicado a um dos dias mais sangrentos da história da humanidade, o lançamento da bomba atómica em 6 de agosto de 1945. Mais em pcf.city.hiroshima.jp Churaumi: Fica em Okinawa e é um dos oceanários mais famosos do mundo. Faz parte do Ocean Expo Park e merece uma visita prolongada. Mais em oki-churaumi.jp

Gion: bairro mais tradicional de Quioto, conhecido pelo seu passado ligado à tradição das geishas. No século xviii era conhecido como o bairro do prazer.

Evento

Cerejeiras em flor: de fins de março a início de abril, o Japão vive intensamente este momento anual da natureza. O espetáculo das árvores floridas traz milhares de entusiastas para as ruas e há festas e safaris fotográficos por todo o lado. Boa altura para uma visita.

Info

Moeda: 1 euro equivale a 113 Yen (JPY)
Fuso horário: GMT + 9 horas
Idioma: Japonês

Quando ir

Em março e abril as cerejeiras estão em flor. De junho a setembro as temperaturas mais altas convidam.
jnto.go.jp

Ficar

Park Hyatt Tokyo
É o hotel onde Sofia Coppola e sua equipa filmaram Lost In Translation – O Amor é um Lugar Estranho, com Bill Murray e Scarlett Johansson. Suba ao bar e peça um cocktail LIT enquanto se delicia com a vista (de dia ou de noite) sobre a capital japonesa. Nos quartos e nas áreas comuns, a qualidade é inatacável.
3-7-1-2 Nishi-Shinjuku
Tel.: +81 353221234
Quarto duplo a partir de 664 euros por noite com pequeno-almoço
tokyo.park.hyatt.com

Texto de Ricardo Santos - Fotografias de Fernando Marques
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