Os destinos mais procurados precisam de começar a limitar o número de visitantes ou enfrentarão a destruição daquilo que em tempos tanto atraía os turistas.

O futurista e escritor de viagens Doug Lansky falou no evento World Routes 2017, em Barcelona, e disse que, em 1970, existiam 150 milhões de turistas, contra 1.235 mil milhões no ano passado. Acrescentou que, se este crescimento continuar, dentro de 16 anos haverá mais viajantes do que seres humanos residentes no planeta.

Lansky advertiu para o facto de ser necessário começar a controlar os números do turismo a nível mundial, pois caso contrário as pessoas vão simplesmente deixar de visitar os lugares hoje mais em voga. «E o que se está a fazer para corrigi-lo, nesta sala? Todos aqui têm a capacidade para perceber como é que isto funciona, mas estão constantemente a construir mais hotéis e a criar mais voos, como se fosse algo de bom», afirmou.

Segundo o especialista, o «primeiro motivo para que um destino se torne impopular é a sobrelotação».

Lansky foi mais longe e chamou a atenção para o facto de «a alma de um destino ser como a virgindade: só se pode perder uma vez».

O escritor citou o exemplo de Veneza, onde existem dois visitantes por habitante local, o que provocou já vários protestos dos moradores da cidade.

«Os homens foram nómadas e caçadores-recoletores durante 200 mil anos, enquanto o turismo de massa só começou a acontecer nos últimos 60. Esta poderá ser a explicação para o facto de as refeições e as compras, o equivalente moderno da caça, serem as duas ocupações mais populares para os viajantes», concluiu.

Para Lansky, há que tomar medidas com a maior urgência.


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