Uma nova rota poderia ajudar a preservar a maior comunidade de elefantes da savana subsaariana (Foto: Pixabay)

O ambientalista angolano Vladimiro Russo considera “necessária” a reativação da rota migratória de elefantes no percurso Botsuana, Namíbia, Angola e Zâmbia.

O Botsuana regista uma população excessiva de elefantes, dois terços da população total na savana subsaariana, segundo o especialista. Tal situação concorre para o aumento de conflitos entre estes animais e os agricultores e da caça furtiva.

Membro do Conselho de Concertação Económica, criado recentemente pelo Presidente angolano, João Lourenço, e do comité executivo de conservação da Palanca Negra Gigante, Vladimiro Russo defende um reforço da fiscalização em Angola, sobretudo na província do Cuando Cubango, devido à caça.

Para desafogar o quadro conflituoso, centenas de elefantes podem ter como destino Angola e a Zâmbia. Entre as sugestões encontra-se a reabertura da rota migratória que os elefantes faziam no passado, seguindo para norte do Botsuana para a Namíbia, entrando por Angola e saindo pela Zâmbia.

Entre 2000 e 2001, o Botsuana e a África do Sul ofereceram elefantes para povoar a área especial de conservação do Parque Nacional da Quiçama, em Angola.

O número de mamíferos selvagens na principal reserva natural de Angola, a Quiçama, registou um declínio de 77% durante os 27 anos da guerra civil (1975-2002), revelou um estudo das universidades de East Anglia (Reino Unido), Federal da Paraíba (Brasil) e Agostinho Neto (Angola) publicado em setembro na revista Nature Scientific Reports.

Esta redução foi particularmente significativa nas espécies de grande porte, como os elefantes, e mais em zonas de savana do que de floresta, um declínio que não foi invertido no período pós-guerra.

Angola alberga pelo menos 275 espécies de mamíferos, muitas delas historicamente caçadas pelas comunidades locais.

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