Vazio ameaça mercados de Natal na Alemanha (Foto: Ina Fassbender/AFP)

Os famosos mercados de Natal da Alemanha estão este ano em risco devido à galopante onda de casos de covid no país.

Alguns dos mercados foram já cancelados, outros aguardam por decisões do Governo e das autoridades locais sobre o seu futuro.

Terça-feira, dia 16, Munique tornou-se a primeira grande cidade alemã a anular o seu mercado de Natal de 2021. Vários outros foram entretanto suspensos.

Há cidades, porém, onde a tradição vai resistir, embora com limitações. Em Leipzig não haverá álcool, enquanto em Nuremberga o mercado será reduzido e dividido em vários locais.

O Striezelmarkt em Dresden, o mercado de Natal mais antigo da Alemanha, que atrai anualmente cerca de três milhões de visitantes, tem inauguração prevista para o próximo dia 22. Mas a indecisão é muita.

As cabanas de madeira estão já erguidas, as decorações montadas, mas é possível que Dresden não viva o habitual frenesim natalício.

“Não consigo descrever o que estamos a passar. Não dormimos à noite, andamos muito nervosos e tensos”, relatou à agência AFP Karin Hantsche, que vende pão de gengibre tradicional no mercado de Dresden há 32 anos.

Foto: Jens Schluter/AFP

Dizem os livros de História que Viena, na Áustria, iniciou a tradição. Data de 1298 a primeira referência ao mercado de dezembro na era medieval.

Passado pouco mais de uma década, haveria outra feira de fim de ano em Munique (1310), na Alemanha, até ao registo, oficial, de um mercado de dezembro ao ar livre em Bautzen, também na Alemanha, em 1384, e outro em Frankfurt em 1398. Mas vendiam… carne.

No séc. XVI, quando o alemão Martin Luther empreendeu a sua reforma protestante e sugeriu que o dia de nascimento de Cristo seria perfeito para troca de presentes, em vez de fazê-lo nos dias que assinalavam São Nicolau (6 de dezembro) e São Martinho (11 de novembro).

Foi o início do Natal como o conhecemos hoje. E dos mercados de Natal que são contos de fadas e que transformam a Alemanha num paraíso natalício.

Antes da pandemia, atraíam cerca de 160 milhões de visitantes anualmente e geravam receitas de três a cinco biliões de euros, de acordo com números da BSM, Associação da Indústria de Vendedores de Barracas.

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