O mercado de San Ildefonso deve o nome a um mercado do século XIX. Crédito Foto: © Carlos Luján

Das famosas ovas de lúcio a mercados convertidos em “yatais”, a oferta gastronómica da capital espanhola nunca foi tão versátil.

De acordo com o Guinness Book of Records, o restaurante mais antigo do mundo situa-se em Madrid. Mais concretamente no número 17 da rua Cuchilleros, no coração do bairro Austrias da capital espanhola. Aberto desde 1725, pela Casa Botín passaram personalidades ilustres como Goya, Hemingway ou Truman Capote. Com quase três séculos de história, o seu cardápio só poderia ser tradicional: sopa de alho, caçarola de peixe e assados ​​são os pratos estrela deste lugar que fica a dois minutos a pé da Plaza Mayor.

Em Madrid dos Austrias concentram-se vários espaços centenários e algumas das referências gastronómicas mais emblemáticas da cidade. Entre estes, o mais conhecido é a Casa Lucio (Cava Baja, 30). Com base na cozinha madrilena e castelhana, os seus ovos estrelados são conhecidos internacionalmente, mas as tripas à madrilena não se deixam ficar para trás. O segredo? Os ingredientes são bem selecionados e cozinhados a carvão.

O toque doce

O que seria uma festa gastronómica sem uma boa sobremesa? Em Madrid, o toque doce tem dois nomes, chocolate e churros. Impossível ter um sem os outros e têm
na chocolataria de San Ginés o seu lugar de referência. Aberto desde 1894, está localizado a meio caminho entre a Puerta del Sol e o Palácio Real.

A tradição também pode ser degustada em quantidades pequenas. Sim, estamos a falar das tapas, essa fórmula gastronómica que a Espanha soube exportar com sucesso para o resto do mundo. Além do centro, os arredores do parque de El Retiro estão votados como a melhor opção para tapear ou tomar o aperitivo (típico das manhãs de fim de semana). Veteranos como o La Castela competem aqui com jovens como o Arzábal ou recém-chegados como o Kulto.

O prato principal mais típico da cidade são as tripas à madrilena.

A estas fórmulas típicas de culinária local e bares com tapas e imperiais, têm-se somado propostas mais típicas de outros países. Os famosos ‘food trucks’ e mercados gastronómicos também chegaram a Madrid. Um dos primeiros a voluntariar-se para esta transformação foi o de San Miguel, também em Madrid dos Austrias. Depois começaram a surgir outros no centro, como o sofisticado Mercado de San Antón, em Chueca, ou o de San Idelfonso (Calle Fuencarral), que alia tradição e vanguarda uma versão ‘street market’. O Platea Madrid (bairro de Salamanca) vai mais longe e apresenta-se como o “maior espaço gastronómico da Europa”. Instalado num cinema antigo, é um espaço versátil de quase 6.000 metros quadrados. Em Lavapiés, esta oferta engloba dois espaços, Anton Martin Market e Yatai Market. O primeiro é um mercado “dos de sempre” que tem vindo a dar lugar a espaços dedicados à culinária internacional; ao passo que o Yatai Market oferece comida do Sudeste Asiático.

Platea foi inaugurada em 2014. Crédito Foto: © Carlos Luján

Como importante capital gastronómica que é, Madrid tem vários restaurantes com estrelas Michelin. O DiverXO, na NH Collection Eurobuilding, tem três. Atrás dos fogões está David Muñoz, considerado o chef espanhol mais revolucionário da última década. A sua proposta é todo um espetáculo concebido em dois menus de degustação que podem ser classificados como autênticas obras de arte. Cozinha de vanguarda na qual se combinam sabores de todo o mundo, com um evidente toque asiático. Tal como no segundo lugar que tem Muñoz em Madrid, o StreetXO. Valha como exemplo o cozido Hong Kong-Madrid do seu menu, mais informal do que as do de três estrelas.

O DiverXO está localizado na rua Padre Damián, no bairro de Chamartín. Crédito Foto: © Arc

Atrás de Muñoz estão seis restaurantes com duas estrelas e oito com uma. Essa medalha de prata é partilhada pelo Santceloni, o Casino Terrace, o Ramon Freixa, o The Allard Club, o Coca e o DSTAgE. Este último, do chef Diego Guerrero, é o que maior progressão teve nos últimos anos. Localizado no bairro de Las Salesas, conseguir uma mesa é uma autêntica façanha (a lista de espera costuma rondar três ou quatro meses). A algumas ruas do restaurante, Guerrero criou um atelier para desenvolver a sua criatividade ao fogão. O Dspot Studio, como se chama, é um espaço de quase 400 metros quadrados onde também organiza pequenos eventos. É aqui que se confecionam os pratos que continuarão a pôr Madrid no radar gastronómico mundial.

Reserve já a sua viagem!

Artigo original da autoria de Passenger6A

 

Partilhar