Quando viajamos não apetece ter barreiras. Faz parte da nossa essência. Era assim há cem mil anos quando começaram as migrações dos nossos antepassados. O homem saiu de África para todos os continentes. Primeiro a pé, depois por mar, hoje de todas as formas. É por isso que a limitação de movimentos é contranatura. Geopolítica à parte, o planeta é de todos e limitar a circulação dos seus habitantes é um contrassenso.
Poderia isto vir a propósito dos migrantes ou dos muros (de Berlim e os atuais), mas não só. Em 1962, com as relações entre si completamente deterioradas, os EUA decretaram um embargo comercial e financeiro a Cuba. Durou até este ano, impedindo os cidadãos de cada um destes países de visitar o vizinho. Neste mês, voltamos a Cuba para mostrar o que está a mudar e aquilo que continua a valer a pena. Há praia, cultura, natureza e esperança. Nas ruas sente-se a crença na transição pacífica e na abertura da ilha aos yankees.
Cuba está mais livre: há mais acesso a novas tecnologias, a produtos da moda ou a bens essenciais. Os EUA aceitaram a diferença dos seus vizinhos. Nenhum venceu o braço-de-ferro, nenhum perdeu. Ganhamos todos porque vamos poder ver como se comporta a ilha dos irmãos Castro sem um embargo de mais de meio século. Se, com a torneira norte-americana fechada, foi o que vimos – turismo, educação, cultura, saúde e desporto em alta –, com a transição a que se assiste há fé (o Papa Francisco visita a ilha neste mês de setembro…) em que a política, a liberdade de expressão e a economia possam seguir o mesmo curso. Para já, voltou a liberdade de movimentos. Mais um pequeno passo para o homem.
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