Há uma favela a vigiar a entrada do número 321 da Rua da Rosa. A estrutura de pequenas casas coloridas e empilhadas que ocupa uma parede, logo à entrada do El Clandestino, é obra dos irmãos Marques. Os artistas brasileiros Bete e Gezo criaram a luminosa instalação para o novo morador latino do Bairro Alto, mas há mais peças artísticas para admirar neste restaurante, que curiosamente foi em tempos um espaço ligado às artes.
Ainda sem mudar de andar, encontra-se nas traseiras um inusitado cemitério mexicano. Uma espécie de pátio muito colorido, ideal para fumadores ou para se ir bebericando a especialidade da casa: as famosas margaritas, que não dão descanso ao barman Bruno Veiga. O bar fica mesmo ao lado do pátio e ali vão sendo preparadas pela noite fora as tequilas e o tipicamente peruano pisco sour. A partir de março, passam também a desfilar pelo balcão durante o dia, já que o restaurante prepara-se para abrir ao almoço.
Para continuar o roteiro artístico basta subir ao piso superior para ver a colagem da artista Marisa Champalimaud, que espalhou a figura de Frida Kahlo por todas as coloridas paredes, reforçando a memória da América Latina. O que nos leva aos pratos. Também eles cheios de cor, alternam entre a cozinha mexicana e a peruana. O resultado de duas paixões comuns que uniram os sócios Salvador Sobral, Francisco Sá e João Batista e que deram origem ao El Clandestino.
Apesar de os tacos, o guacamole e o ceviche serem os elementos principais da casa, a cozinha não se esgota aqui. O chef consultor António Amorim foi quem elaborou a carta e não esqueceu as saladas, o bife peruano e, para adoçar a boca, sobremesas como gelado de pimento e malagueta a acompanhar bolo de chocolate. Os que dispensam picante também podem respirar de alívio: neste clandestino há mesmo pratos para todos os níveis de «resistência».
El Clandestino
Rua da Rosa, 321 (Bairro Alto)
Tel.: 915035553
Web: facebook.com/elcandestino
Das 19h30 às 00h00; quinta a domingo, até às 02h00. Não encerra.
Preço médio: 20 euros