A Casa da Avó Chiquinha, a dez minutos a pé do centro histórico de Montalegre, deve o nome a Idalina. Ou dona Lina, como prefere ser chamada. Para os netos, ela é a avó Chiquinha, tudo por causa do avô Francisco (ou Chiquinho). Para os hóspedes, é uma anfitriã encantadora. Todos eles – hóspedes e família – podem cruzar-se neste turismo rural situado dentro do Parque Nacional da Peneda-Gerês e com vista para o rio Cávado, já que a casa é de família – os Gonçalves não vivem lá, mas é lá que se encontram. E é lá que recebem amigos.

O acolhimento é habitualmente feito por Paulo, o filho mais velho de Chiquinha. É ele que encaminha os hóspedes dentro desta casa que reabriu renovada no verão passado, com nove quartos e a possibilidade de reservar um piso inteiro, equipado com kitchenette, disfarçada em móveis modernos embutidos. A decoração dos quartos foi feita com atenção à tradição, que se expressa, por exemplo, na lã usada para revestir as cabeceiras das camas e nas mantas, que levam o monograma da casa. Tudo em variações de branco e castanho, a condizer com o mobiliário clássico reinventado. Por toda a casa, a decoração é também feita de apontamentos com história, como o telefone antigo que toca na receção, no piso de entrada, onde também brilha uma peça decorativa em grés feita no atelier local Arte da Terra.

A tradição está lá, mas a Casa da Avó Chiquinha tem todo o conforto que os dias de hoje pedem. Os quartos têm todos casa de banho privativa, aquecimento e wireless. Uma moderna escadaria dá acesso ao andar de baixo – os dois pisos estão preparados para funcionar de forma autónoma –, com a cozinha situada à cota do pátio e da piscina exterior. É nesse piso que fica a sala de família, onde os hóspedes são convidados a conviver com os Gonçalves, sem cerimónias. Está equipada com uma lareira acolhedora e tem ligação direta à cozinha da dona Lina.

Como esta é uma casa familiar, é possível experimentar os jantares na sala de refeições, nomeadamente os jantares temáticos que se fazem sempre que o dia 13 calha a uma sexta-feira. Uma das especialidades da Casa da Avó Chiquinha é o cozido, que leva fumeiro feito pela própria – o chouriço de abóbora, a sangueira, a alheira, a orelheira e a língua seca. No copo, pontificam os vinhos Mont’Alegre, com assinatura do enólogo da família, Francisco Gonçalves. «Recebemos as pessoas como gostávamos de ser recebidos se fôssemos a outras casas», resume o irmão, Paulo, responsável pela gestão da casa. Dos quartos ou junto à piscina exterior, o hóspede consegue avistar o Carvalhal do Avelar, onde é possível fazer trilhos, e o «Chegódromo », que em agosto é palco das chegas de bois. É um lugar para se ter a experiência inteira do Barroso, com todo o conforto.

Casa da Avó Chiquinha
Rua da Corujeira, 634
Tel.: 962722334
Web: avochiquinha.pt
Quarto duplo a partir de 56,50 euros por noite

Texto de Ana Isabel Pereira - Fotografias de Gonçalo Delgado/Global Imagens
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