Bruxelas sempre foi determinada pela sua geografia, no coração do continente, e não foi à toa que se tornou no centro legislativo da União Europeia. Mas, além da modernidade dos edifícios do Parlamento e da Comissão Europeia, a capital da Bélgica tem vários pontos de interesse e de passagem obrigatória.

Uma das mais belas praças europeias, por exemplo. Victor Hugo descreveu a Grand Place como «uma fantasia deslumbrante inventada por um poeta e realizada por um arquiteto». É lá que se situa a Câmara Municipal, cuja imponência se estende pela torre que mede quase 100 metros. Já foi chamada de Teatro Vivo, pois é lá que se realizam mercados de pássaros ou de flores, já para não falar nos aconchegantes cafés e bares que a circundam. No entanto, e um pouco de forma contraditória, num deles, o Le Cercueil, existe um caixão.

À volta das evidências, escondem-se trajetos que nos transportam para o espírito irreverente e rebelde de Bruxelas, que contrasta com o romantismo herdado da Belle Époque. Na cidade de Manneken Pis, também conhecido como o pequeno Julien, a pequena estátua é um dos símbolos mais acarinhados pelos belgas, sendo também um dos monumentos mais antigos da cidade. O tom cinzento impregnado nas ruas e a arquitetura gótica da Grand Place e da Catedral de São Miguel e Santa Gudula – que evoca um sentimento de déjà vu para quem já viu a parisiense Notre Dame – contrastam com o policromático dos painéis de banda desenhada que se encontram espalhados pela cidade. Não se admire portanto se se cruzar subitamente com as figuras de Tintin ou de Astérix e Obélix, mesmo sem estar no interior do Museu de Banda Desenhada.

Além de ser considerada a capital da arte de contar histórias em quadradinhos, Bruxelas não se esgota aqui. O pecado da gula é facilmente despertado através do cheiro a waffles que percorre as ruas e das chocolatarias que se aglomeram em cada esquina e onde uma entrada vale quase por certo a oferta de um bombom. Para os amantes de cervejas a oferta é vasta e tentadora, com sabores inusitados que vão do chocolate ao pêssego.

E não esquecer as moules, prato típico de Bruxelas, que consiste em mexilhões com batatas fritas. Quem torcer o nariz a este petisco não precisa ficar preocupado, uma vez que não faltam restaurantes que nos permitem desenhar um verdadeiro mapa-mundo com as mais variadas gastronomias: grega, marroquina, libanesa, turca, italiana, vietnamita e, claro, portuguesa

Texto de Márcia Gurgel
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