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A iniciativa não é muito divulgada mas merece atenção: a Comissão Europeia nomeia, desde 2010, a Capital Verde da Europa, uma cidade que se distinga pelas suas boas práticas ambientais e que, por isso, deva servir de exemplo a todas as outras. O título foi este ano conquistado pela capital eslovena. E não surpreende: esta foi a primeira cidade a aderir à estratégia Lixo Zero (hoje recicla 99%), a qualidade da água de Liubliana é tão boa que o mapa turístico até assinala as fontes públicas, e três quartos da sua área são ocupados por florestas e parques. Só no Tivoli, com cerca de cinco quilómetros quadrados, não faltam estátuas, fontanários e até uma galeria de fotografias de grande formato ao ar livre, aberta durante todo o ano, quer caia neve ou faça sol.

A capital que é a miss Europa verde tem também transportes ecológicos. Disponibiliza bicicletas a preços simbólicos – são gratuitas na primeira hora e a segunda custa 1€ – e veículos elétricos, os Kavalir, prioritariamente destinados a pessoas com dificuldades de locomoção mas onde qualquer visitante se pode passear, gratuitamente, pelo centro histórico. Basta mandar parar um que circule desocupado ou pedir boleia, se houver lugar.

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Bons petiscos, lojas especiais, esplanadas por todo o lado e a preços muitos acessíveis. O rio sempre à espreita e o verde mesmo ali ao pé. Não há como não se render ao charme tranquilo de Liubliana.

Exemplo ambiental a seguir, a capital da Eslovénia é igualmente prova de versatilidade. Com um centro relativamente pequeno – e plano, portanto facilmente explorável a pé – renova-se da manhã para a noite, oferecendo novos motivos de interesse: o mesmo cenário nas margens do rio Lubljanica, repleto de esplanadas que se enchem de gente ao entardecer, acolhe feiras de artesanato e as bancas do mercado de frescos dão lugar a petiscos locais cozinhados à vista do cliente. Melhor ainda, os preços são muito acessíveis: um copo de vinho na esplanada, à noite, custa apenas 1,5€.

Quem procura saber mais sobre história ou arquitetura também encontra aqui motivos de muito interesse. Preservando cuidadosamente os seus edifícios barrocos, a cidade promove com orgulho as múltiplas construções assinadas pelo arquiteto Jože Plečnik – até há visitas guiadas à Liubliana de Plečnik –, falecido em 1957 e que deixou igualmente o seu traço em capitais como Viena ou Praga.

Do património edificado aos espaços e iniciativas verdes, Liubliana seduz e a sedução também paira no ar: é uma cidade com muito «boa onda», contagiante e que faz mesmo querer voltar.

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Texto de Teresa Frederico - Fotografias Direitos Reservados
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