O ilustre desconhecido

Tem 19 locais classificados como Património da Humanidade pela UNESCO, uma história de mais de três mil anos e uma aura de mistério que as últimas décadas de geopolítica ajudaram a criar. Até 1979, o Irão era um país-modelo para os governos ocidentais, mas nesse ano o xá Reza Pahlevi foi afastado, o ayatollah Khomeni chegou ao poder e tudo mudou. Tudo, menos a história e o património de um país que em 2016 foi e em 2017 será uma das boas surpresas para viajantes que gostem de enfrentar o desconhecido.

E há muito por onde escolher, a começar pela capital e sua área metropolitana, Teerão, com os seus 15 milhões de habitantes (69 milhões no total do país). Apesar dos elevados índices de poluição (demasiado trânsito), é uma cidade vibrante onde poderá descobrir uma geração moderna e cosmopolita de iranianos e iranianas que se sabem divertir. Em Isfahan, cerca de 350 quilómetros a sul de Teerão, há um Grande Bazar à espera de ser descoberto.

É o destino mais procurado pelos visitantes internacionais, a par de Persépolis, a cidade construída há 2500 anos, incendiada por Alexandre, o Grande, e que é o símbolo da identidade iraniana. Mas há mais, como Mashad, a grande cidade da parte oriental do país, com a sua mesquita e o templo em honra do mártir Iman Reza. Ou Qom, uma das mais sagradas cidades desta região do mundo, considerada a Jóia do Irão.

Já para não falar de Tabriz, antiga capital e casa do clube de futebol Tractor, já orientado pelo treinador português Toni.

Para os aficionados das compras, há que contar com a ilha Kish, uma zona livre de impostos no golfo Pérsico, com diversos centros comerciais, resorts e atrações turísticas. Em termos de ilhas, destaque também para a de Qeshm, a maior do Irão, famosa pelo ecoturismo e pelo primeiro geoparque do país, a floresta de Hara.

Mesquita Shah, Isfahan – Irão

Para quem gosta de neve e das modalidades a ela associadas, a oferta iraniana também é de valor: em Dizin localiza-se uma das estâncias de esqui mais elevadas do mundo. E fica apenas a duas horas de viagem de Teerão, com valores bastante acessíveis para os turistas internacionais.

Curiosidade
No território iraniano existem 331 aeroportos, sendo que seis deles recebem voos internacionais.

A não perder

Grande Bazar de Isfahan: mercado histórico do século XVII, com uma rua de dois quilómetros que liga as partes nova e velha da cidade. Artesanato, tapetes, vestuário e produtos alimentares são algumas das áreas de negócio.

Jardins de Shiraz: A antiga capital da Pérsia é o berço de famosos poetas e é por lá que se encontram os famosos jardins de rosas. Fica a curta distância de Persépolis.

Persépolis: Património Mundial da Humanidade pela UNESCO desde 1979, fica a 70 quilómetros de Shiraz. As suas ruínas são visitadas anualmente por turistas de todas as proveniências.

Evento

No Ruz: é o Ano Novo iraniano e as festividades têm início a 21 de março. É uma grande festa da família que dura até 2 de abril. Encontrar alojamento e transporte para fora das grandes cidades é tarefa complicada nestas datas.

Quando ir

A época alta é entre março e maio, quando as temperaturas são ideais. Entre junho e outubro faz mais calor, o que afasta um maior número de turistas. No resto do ano, a neve e o frio são obstáculos.
tourismiran.ir

Onde ficar

Parsian Azadi Hotel
É um dos maiores hotéis do país, tem 475 quartos e um serviço de qualidade internacional. O edifício de 27 andares tem vista desafogada para as montanhas de Alborz e para a cidade de Teerão. Capacidade de resistência a sismos até à magnitude de 8 na escala de Richter.

Cruzemento Yadegare-Iam, Chamran
Tel.: +44 20 33846448
Quarto duplo a partir de 62 euros por noite com pequeno-almoço
galahotels.com

Texto de Ricardo Santos - Fotografias ShutterStock
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