Esqueça os lugares sentados no comboio no regresso a casa, depois do trabalho. Esqueça também as horas de ponta que está habituado a enfrentar. Aqui, terá sorte se conseguir subir para o topo da carruagem.

Imagens surpreendentes mostram o dia-a-dia dos trabalhadores de Dahka, capital do Bangladesh, que se veem obrigados a lutar por um lugar no comboio que lhes permita voltar a casa. Ao falarmos de lugar, referimo-nos a um espacinho onde possam pendurar-se nas portas e janelas, ou sentar-se no topo do comboio, da parte de fora, passando por cima dos outros passageiros.

São milhares de homens, mulheres e crianças que, sem lugar disponível dentro das carruagens, colocam a vida em perigo, a mais de 3,5 metros de altura.

Yousuf Tushar, que se dedica à realização de documentários, passou um dia inteiro na estação ferroviária da cidade de Dhaka, e captou imagens chocantes.

Cerca de duas mil pessoas sobem para o «tejadilho», algumas com a ajuda de quem está dentro do comboio ou já conseguiu trepar. Alguns milhares ficam em terra, na expetativa de conseguirem ainda regressar a casa. As alturas do dia mais concorridas são as chamadas horas de ponta, que coincidem com a manhã e o final da tarde.

Tushar conseguiu fotografar a viagem em si, já que também ele subiu e se sentou ao lado dos outros passageiros. Verificou que a maioria não tem onde se agarrar e confia apenas no próprio equilíbrio.

Durante as festividades e feriados religiosos, as multidões crescem ainda mais. E tudo acontece devido à fraca gestão dos transportes públicos do Bangladesh. Estes trabalhadores, que apenas tentam voltar para a casa, correm todos os dias sérios riscos de vida.

Veja as fotografias impressionantes tiradas por Yousuf Tushar, na fotogaleria.

Por Mafalda Magrini – Fotografias Yousuf Tushar

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