Músicas, artes, cheiros e sabores de raízes árabes e lusas voltam a “invadir” Mértola, entre quinta-feira e domingo, durante o nono Festival Islâmico, para a vila alentejana reviver a herança árabe dos séculos XI e XII.

O festival bienal, promovido pela Câmara de Mértola, no distrito de Beja, recupera as ligações com o Norte de África e as vivências da vila naqueles séculos, quando se chamava “Martulah” e era capital de um reino islâmico e um importante porto comercial nas rotas do Mediterrâneo.

Um dos principais atrativos do festival, o mercado de rua marroquino, o souk, espalhado pelas ruas estreitas e íngremes do labiríntico centro histórico de Mértola, que vão estar cobertas de tecidos, a lembrar as medinas de Marrocos, abre na quinta-feira às 10h.
No souk, artesãos e comerciantes de vários países mediterrânicos, como Marrocos, Egito, Argélia, Espanha e Portugal, vão “misturar-se” para mostrar as suas artes ou vender mil e um produtos, como roupas, calçado, peças de cerâmica, especiarias, candeeiros, tapetes, bijutaria, chás, frutos secos e bolos.

A “banda sonora” do festival, numa mistura de sons de raízes árabes e lusas, inclui concertos dos músicos portugueses Sebastião Antunes e Bruno Batista, na quinta-feira, às 23h, e dos grupos Aqui Há Baile, na sexta-feira, e Omiri, no sábado, às 01h30, na Praça Luís de Camões.

Já o Cais do Guadiana será palco dos concertos de Pedro Mestre com o Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de S. Bento e do grupo Les Filles Illighadad (Níger), na sexta-feira, do Hamid Ajbar Sufi Ensemble (Marrocos e Espanha) e do grupo Kel Assouf (Nigér), no sábado, a partir das 22h30.

No domingo, a partir das 18h, o Largo Vasco da Gama irá receber o espetáculo de encerramento do 9.º Festival Islâmico, que inclui atuações de quatro grupos corais alentejanos e dois de Marrocos.

Sessões de contos e lendas árabes, exposições, conferências, apresentações de danças, animações de rua, oficinas de cante alentejano, de danças do Alentejo, de adufe, de brincar à arquitetura e de literatura e música, um workshop de técnicas de lapidação, observações da lua e de Júpiter e exibições de filmes são outras das ofertas do festival.

O certame inclui também um Encontro de Urban Sketchers, através do qual a Câmara de Mértola convida apaixonados pelo desenho a visitarem e a “retratarem” em papel as ambiências do festival.

Lusa


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