É um conselho de quem faz disto das viagens profissão.

Quando os jornalistas de viagens partem em mais uma jornada ouvem sempre suspiros de inveja, frases como ai-quem-me-dera-ter-a-tua-vida. É verdade que não é a pior das vidas. Mas uma viagem de trabalho não é mais nem menos do que isso: trabalho. Não são, portanto, férias. Além de que por vezes é até mais frustrante por estar tão próximo de ser férias, num lugar de férias, com aspeto de férias. Ter uma piscina para mergulhar e não o poder fazer porque se tem aquela entrevista marcada.

Dito isto, duvido que alguém trocasse a vida que tem, a viajar, por outra qualquer. Até porque o nível de conhecimento que se ganha é ímpar. Muitas vezes as revistas de viagens acabam por mostrar apenas o lado bom das coisas, mas um bom jornalista de viagens é no fundo um jornalista. E saberá mostrar a realidade. O que qualquer bom viajante gosta de conhecer – sabendo que o mundo não é um parque de diversões.

A Volta ao Mundo sempre teve no seu conceito editorial esta noção de que o mundo não é um simples postal turístico e mesmo as partes menos boas da terra podem ser lugares de extraordinária experiência. Julgamos que dar valor a isto é o que torna os nossos leitores tão especiais.

Num quotidiano cada vez mais preenchido com a falsa noção de que conhecemos mais coisas só porque elas nos chegam de forma mais fácil, eletrónica e digitalmente, aconselhamo-lo, caro leitor, a deixar os ecrãs de lado nestas férias. Todos. Do óbvio computador do escritório ao pequeno telemóvel que já se tornou o seu apêndice diário. Largue isso tudo e olhe em volta. Desfrute do mundo como ele é, deixe-se impregnar pela realidade. E se puder vá mais longe do que a beira da piscina.


Catarina Carvalho, diretora
[email protected]

Volta ao Mundo na televisão

Destino de julho: Marrocos
Aos sábados e domingos na RTP 3

Nuno Mota Gomes

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