Em 1936, três anos antes de a Alemanha invadir a Polónia, Adolf Hitler ordenou a construção do maior resort turístico do mundo. A estância estava localizada em frente à praia, na ilha alemã de Rügen (a três horas de viagem de Berlim), e tinha capacidade para receber 20 mil hóspedes. Os nazis chamaram-lhe Prora.

Mais de nove mil trabalhadores começaram esta megalómana construção com mais de quatro quilómetros de comprimento. Tudo parecia estar a correr bem até que, com o início da Segunda Guerra Mundial, as obras foram forçadas a parar. Os oito blocos habitacionais, o teatro e o cinema acabaram por ser deixados ao abandono. As piscinas e o salão de festas nunca se materializaram.

Depois da guerra, os edifícios foram usados pelo exército alemão até à década de 1990, apesar de as obras nunca terem terminado. Tornou-se um falhanço de construção, um sonho fracassado do nazismo. Hoje, o historiador e guia turístico Roger Moorhouse – em declarações ao site Business Insider – considera que as fotografias do local não lhe fazem justiça: «É demasiado grande».

Em 2004, deu-se início à venda dos blocos individualmente. Em 2011, abriu um hostel num dos blocos, com preços a rondar os 30 euros por pessoa. Mas foi em 2013 que a empresa imobiliária alemã Metropole Marketing comprou os direitos para renovar a velha Prora e transformá-la num empreendimento de luxo.

O primeiro bloco de apartamentos já abriu, e os preços das frações variam entre os 350 mil e os 650 mil euros. A empresa espera terminar a reconstrução até 2022.

Moorhouse, em jeito de conclusão, tem dúvidas que as pessoas queiram lá passar férias. O tempo o dirá.


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