InicioNotícias9 spots de surf para apanhar as melhores ondas
9 spots de surf para apanhar as melhores ondas
Conheça os nove locais nas imagens seguintes.
1. HAWAII - Honolulu e Oahu (Estados Unidos)
A grande arena do surf mundial (e derradeira etapa do circuito profissional) fica na costa norte da ilha de Oahu, no Havai. Dá pelo nome de Pipeline e é a onda que mais vidas ceifou na história do surf. Na costa sul da mesma ilha encontramos Honolulu, que, por detrás dos arranha-céus, transpira surf por todos os poros.
Na praia de Waikiki há uma onda que, ao contrário de Pipe, é das mais fáceis do planeta. Nela até o mais paparuco (o equivalente ao coxo da gíria futebolística) vai curtir à brava. A saudar quem chega à praia está o pai do desporto, o havaiano Duke Kahanamoku, imortalizado em bronze ao lado da sua prancha. Aqui tudo o que meta água salgada e cocktails ao barulho é considerado sagrado.
Mas há muito mais para ver e fazer: o famoso memorial de Pearl Harbour, que dá conta do ataque japonês, o Jardim Botânico Foster e as Mission Houses (casas dos primeiros missionários no arquipélago). Na costa norte da ilha, a ultra-surfer-friendly cidade de
TRIVIA
Duke Kahanamoku, pai do surf moderno, foi medalhista olímpico em natação. Era tão veloz que havia quem dissesse que tinha barbatanas em vez de pés.
- A NÃO PERDER:
- Lyon Arboretum é um jardim botânico em plena floresta tropical que guarda uma coleção de mais de cinco mil plantas do Havai e da Polinésia.
- No pitoresco porto de Fisherman’s Warf é possível alugar um barco e sair para pescar em alto mar.
- O palácio de Iolani, belíssimo edifício neoclássico, é a morada da monarquia havaiana. Data de 1882.
Melhor altura do ano para surfar: entre outubro e março.
(Foto GettyImages)
2. CALIFÓRNIA: Santa Cruz (Estados Unidos)
Califórnia do Sul pode ter sido a incubadora do surf, mas a do Norte tem mais alma e Santa Cruz é a prova disso. A Surf city que não vai em modas e que é orgulhosamente libertária é também a morada oficial de um dos homens que revolucionou a indústria do surf, Jack O’Neill, que se cansou de surfar as ondas geladas da zona com camisolas de lã e inventou o fato térmico.
Ao surfar em Steamer Lane é muito provável esbarrar com Nat Young, um dos tops mundiais da atualidade, ou com Peter Mel, campeão do mundo de ondas grandes em 2012. Com eles e com baleias de-bossa, elefantes-marinhos e lontras, petiscos prediletos de tubarões-brancos, os habitantes menos amigáveis da riquíssima baía de Monterey.
Nas redondezas da cidade há florestas de sequoias e praias praticamente desertas. Half Moon Bay cidade que dá acesso a Mavericks, uma das ondas mais pesadas do hemisfério norte, fica a quarenta minutos de carro. São Francisco a hora e meia.
--
TRIVIA:
Em 1885, Jonah, David e Edward Kawananakoa foram os primeiros a surfar na América continental. Fizeram-no em Santa Cruz.
A NÃO PERDER:
- O velhinho boardwalk da cidade é o camarote ideal para assistir ao pôr do Sol. Ao lado existe um parque de diversões com teleféricos, montanhas-russas e carrosséis que gritam vintage.
- O farol que existe ao lado de Steamer Lane é um museu dedicado ao mar e ao surf.
- A vida noturna em Santa Cruz é uma tentação. Em Downtown, onde tudo acontece, o pub The Poet and The Patriot não passa de moda.
Melhor altura do ano para surfar: Todo o ano. No inverno a água está especialmente gelada. (Naeblys / Shutterstock.com)
3. KWAZYKU NATAL: Durban (África do Sul)
Mais de três mil quilómetros de costa divididos entre o Atlântico e o Índico transformam a África do Sul num dos melhores destinos de surf do mundo. Apesar da onda mais famosa do país ser em Jeffreys Bay, é Durban a mais genuína surf city. Os tubarões-brancos podem ser um problema na África do Sul, mas não em Durban, onde não há registos de ataques desde 1962, altura em que foram colocadas redes de proteção nas praias. As ondas mais populares são Cave Rock e New Pier nas quais Jordy Smith, vice campeão do mundo em 2010, desenvolveu o seu talento.
Além das milhentas praias, outros chamarizes são o centro histórico, uma mistura fina de edifícios coloniais e surpreendentes fachadas artdéco, e a renovada zona ribeirinha. Não esquecer que aqui existe uma expressiva comunidade indiana, por isso é natural que haja um aroma a Ásia no ar, sobretudo do misturado mercado de Durban, que vale uma visita demorada.
TRIVIA:
Durban é a maior cidade da província de Kwa-Zulu Natal, foi «descoberta» por Vasco da Gama no 25 de dezembro de 1497. Fernando Pessoa passou aqui parte da sua juventude mas nada indica que o surf fosse um dos seus
A NÃO PERDER:
- Conhecer as raízes da cultura Zulu nos museus Campbell e Phansi.
- Ver os big five num safari de um dia no Hluhluwe-Umfolozi Game Reserve, um dos parques mais antigos da região.
- Acompanhar uma equipa de especialistas que marca e resgata tubarões presos nas redes de proteção (shark.co.za).
Melhor altura do ano para surfar: entre abril e setembro.
4. SANTA CATARINA: Florianópolis (Brasil)
Nos últimos anos o Brasil deixou de ser uma nação margina do surf. A culpa é de uma geração de talentos como Adriano de Souza, Gabriel Medina, Filipe Toledo (entre outros) que tomaram o circuito de assalto e fizeram estragos – dois títulos mundiais consecutivos foram parar ao país do samba.
Podíamos ter eleito o Rio de Janeiro ou Fernando de Noronha para esta lista que não faríamos má figura. Mas a verdade é que a cidade de Florianópolis – Floripa para os amigos – foi a que se tornou na meca da especialidade. Ela vive de e para o surf. Até há meia dúzia de anos era aqui que acontecia a etapa brasileira do circuito mundial, que entretanto se mudou para o Rio. Não porque as ondas sejam melhores, bem pelo contrário, aliás, não são tão boas, mas o retorno económico é melhor. Nesta região há mais de 42 praias com ondas para todos os gostos e feitios, bem como uma série de reservas naturais para explorar e um ambiente sempre em festa como só os brasileiros sabem oferecer.
TRIVIA:
Adriano de Souza campeão do mundo em 2015 é natural de São Paulo mas vive atualmente em Floripa.
A NÃO PERDER:
- Uma visita ao centro histórico para admirar as fachadas coloniais de edifícios como a antiga Alfândega ou para apreciar o melhor da gastronomia local no Mercado Público. .
- A Lagoa da Conceição é um mundo de possibilidades. Entre desportos náuticos, caminhos pedestres, compras e comes e bebes há muito por onde escolher.
- Observação de baleias.
Melhor altura do ano para surfar: entre novembro e fevereiro
5. BALI: Kuta (Indonésia)
Não é o lugar mais bonito do mundo nem o mais belo da Indonésia. Não chega a ser o mais espetacular da ilha de Bali, mas Kuta é a grande cidade do surf no arquipélago das milhentas ilhas. A cidade é um bulício de escolas de surf, surfcamps e lojas dedicadas à modalidade mas também tem ondas, sobretudo para quem ainda está a aprender essa coisa de deslizar sobre a água.
Os surfistas de barba rija preferem ficar em Uluwato, Padang Padang (uma onda tão boa que merece nome em duplicado), Bingin, Balangan, Impossibles. O que é certo é que mais cedo ou mais tarde todos passam por Kuta, quanto mais não seja para curtir até cair - de cansaço ou de copofonia. Quando o surf não está de feição os passeios mais populares são até aos templos de Uluwato (atenção aos macacos gatunos e aos guias oportunistas!) e de Tanah Lot, saídas de barco para fazer mergulho ou snorkeling e compras, muitas compras.
TRIVIA:
Bali é a única ilha da Indonésia não muçulmana, a maioria dos balineses pratica o hinduísmo.
A NÃO PERDER:
- Do porto da cidade saem barcos para as ilha de Nusa Lembogan, outro paraíso de águas turquesa e bom surf.
- Uma escapadinha até Ubud para ver arrozais, os templos e o incrível mercado de artesanato.
- No centro de Kuta há uma rua onde porta-sim, porta-também há um bar ou uma discoteca. O ritmo é frenético.
Melhor altura do ano para surfar: Entre maio e setembro. (Netfalls - Remy Musser / Shutterstock.com)
6. HOSSEGOR: Landes (França)
Ahhh! La France... esvaziar copos de branco e pratos de moules é tudo o que apetece. Mas quando há uma resma de beachbreaks fabulosos, essa pode ser a opção primordial. Hossegor é, a par com a vizinha Biarritz, a capital europeia do surf. A sede da World Surf League (a FIFA do surf) no velho continente tem morada aqui, assim como todas as grandes marcas dos desportos de ondas.
Praias são de se lhes perder a conta sendo La Piste, Culs Nus, Seignose, Capbreton fundamentais. Em várias destas ainda se podem ver bunkers construídos durante a Segunda Guerra Mundial. Michael Picon e Jeremy Flores são alguns dos pros que passam aqui o seu tempo quando não estão a competir ou à caça de ondas por esse mundo fora.
Duas coisas a saber. Uma: o nudismo é prática comum nestes areais. Outra: ir a Hossegor e não dar um pezinho de dança no bar Rock Food é considerado sacrilégio entre a malta do surf.
TRIVIA:
A temperatura da água do mar é mais bem convidativa do que a da costa portuguesa - cortesia da corrente do Golfo.
A NÃO PERDER:
- Passear de bicicleta, fazer ioga, stand up paddle ou velejar nas margens ou nas águas do Lago de Hossegor. .
- Alinhar os chacras num dos spas da região. O Aquaceo é uma opção.
- Tirar um dia para visitar a encantadora Biarritz estância balnear tão em voga hoje como na Belle Époque.
Melhor altura do ano para surfar: Entre setembro e maio. (peapop / Shutterstock.com)
7. QUEENSLAND: Coolangatta (Austrália)
Uma cidade que tem cool no nome augura tudo de bom. Coolangatta fica na Gold Coast, estado Queensland, na costa este da Austrália. É aqui que todos os anos, entre fevereiro e março, tem início o circuito mundial de surf. A onda do campeonato é Snapper Rocks, que juntamente com Greenmount e Kirra, forma a Santíssima Trindade a que chamam Super Bank – e por bank entenda-se banco de areia.
Quando a ondulação e o vento estão em perfeita sintonia, o superbanco é uma fábrica de ondas tão compridas (podem chegar aos dois quilómetros), velozes e tubulares quanto pejadas de surfistas – não há bela sem senão.
Além destas há ainda Durunbah, ou D-Bah, um break que funciona até quando está flat em Snapper. Para lá do surf de gabarito mundial, há ainda uma resma de ciclovias e trilhos pedestres que percorrem a beira mar e uma vida noturna muito agitada.
TRIVIA:
Entre Mick Fanning, Joel Parkinson e Wayne Bartholomew, todos de Coolangatta, há seis títulos mundiais de surf.
A NÃO PERDER:
- Um salto de para-quedas para ver das alturas quão bela
é a Gold Coast.
- No segundo domingo de cada mês, acontece em Queen Elizabeth Park um mercado ao ar livre de artes e ofícios.
- Mergulho de botija em Nine Mile Reef, santuário de vida marinha.
Melhor altura do ano para surfar: Entre janeiro e julho.
8. NICOYA: Nosara (Costa Rica)
Costa sem dúvida muito rica: são mais de 1200 quilómetros, divididos entre o Pacífico e o mar das Caraíbas, abençoados por ondulações consistentes o ano inteiro. É por estas e por outras que a Costa Rica é um dos mais apetecíveis destinos de surf da América Central.
A pequena vila de Nosara é uma das mais procuradas pelos surfistas e os motivos são de peso. Ora vejamos: águas tépidas, ondas boníssimas e acessíveis tanto a principiantes quanto a especialistas, natureza em estado bruto e uma mão-cheia de atividades para matar os tempos livres.
O ecoturismo é o grande foco da oferta turística da Costa Rica e Nosara é mais uma confirmação da regra. Rafting, treking na floresta tropical, observação de tartarugas e aves são algumas entre milhentas possibilidades.
TRIVIA:
A esperança média de vida da população desta região é muito superior ao normal. Há muitos centenários por estas bandas.
A NÃO PERDER:
- Um retiro de ioga num dos vários centros que existem em Nosara.
- Descer de caiaque ou stand-up paddle um braço de rio até ao mar.
- Assistir, com o devido recato e respeito, à desova de tartarugas marinhas na praia.
Melhor altura do ano para surfar: entre maio e novembro.
9. WAIKATO: Raglan (Nova Zelândia)
Na língua maori chama-se Whaingaroa (santinho!) e foi um dos spots em destaque no filme de culto de Bruce Brown Endless Summer (1966). Paraíso para goofyfooters (os que surfam com pé direito à frente na prancha), as ondas de Ngarunui Beach, bastante acessível, e de Manu Bay, mais exigente, são as joias da coroa. Quando, por milagre, os mares do Sul não produzirem tempestades que alimentam ondulações e houver dias flat, não há nada a temer.
O panorama musical e artístico por estas bandas é vibrante e não faltam festivais, salas de concertos e bares. Artes e artesanato maori ocupam boa parte das lojas, mercados e galerias da pequena cidade. A saber: os melhores kiwis do surf atual são Paige Hareb e Ricardo Christie, mas nenhum deles é de Raglan.
TRIVIA:
A Air New Zealand leva o surf tão a sério que fez o seu filme de segurança a bordo em torno da modalidade e com surfistas profissionais.
A NÃO PERDER:
- Um passeio de bicicleta no sopé do monte Kairoi.
- Um dia de passeio à cidade vizinha de Hamilton para ver, entre outras coisas, o museu Waikato.
- Escalar as escarpas de Stone Valley.
Melhor altura do ano para surfar: entre novembro e fevereiro.
Nem só de ondas vive um surfista. Para quem gosta de surfar, sim, mas não dispensa umas férias num tom urbano, com cultura, gastronomia e outras atividades que não envolvam apenas água, eis uma escolha de cidades ou vilas com boas praias.
Uma escolha de lugares urbanos do surf de todos os continentes, nove locais no mundo para apanhar as melhores ondas. E todos com boas histórias de surf para contar. Conheça-os na fotogaleria acima.