Os voos para uma das ilhas mais isoladas do mundo, Santa Helena, começam já esta semana. Santa Helena faz parte do território britânico ultramarino, e situa-se quase a meio do Atlântico Sul, mais próxima de África do que da América do Sul.

O «aeroporto mais supérfluo do mundo» vai receber o seu primeiro voo comercial a 14 de outubro, cinco anos mais tarde do que o planeado. A viagem será feita num avião da SA Airlink. Questões ambientais e geográficas atrasaram a abertura deste aeroporto, que custou 285 milhões de libras ao governo britânico. Até agora, apenas foi possível viajar para Santa Helena no navio da Royal Mail (RMS St Helena) – a viagem a partir da Cidade do Cabo, na África do Sul, custa cerca de 4600 euros e demora seis dias.

Em 2010, o governo britânico justificou o custo do aeroporto alegando que «os custos adicionais a curto prazo da construção de um aeroporto são compensados pelos benefícios que ele trará a longo prazo». A ilha recebe anualmente mais de 26 milhões de libras em ajuda económica, sendo que o salário médio anual dos seus 4534 habitantes é de apenas 7280 libras.

Com este aeroporto, espera-se que o número de turistas que visitam esta ilha aumente, tornando-se um impulso para a economia local. O navio RMS St Helena fará a sua última viagem a 5 de fevereiro de 2018.

Entre maio de 2016 e maio de 2017, Santa Helena recebeu apenas 3795 visitantes. O governo prevê que o novo aeroporto aumente o número de turistas para 30 mil por ano. Talvez com o desenvolvimento do turismo, os habitantes da ilha – os santos, como são conhecidos – passem a ser financeiramente autossuficientes.

Mas este progresso poderá ser tão lento com a vida da ilha, que só recebeu sinal de telemóvel em 2015. A abertura do primeiro hotel de luxo na ilha, o Mantis St Helena, na capital Jamestown, está prevista para a mesma data do primeiro voo.

Este aeroporto virá a ser uma mais-valia para os habitantes locais, já que a ilha poderá passar a ser algo mais do que «o lugar onde Napoleão morreu». No entanto, há construções previstas que são controversas, como um resort de golfe, ou o desenvolvimento do porto da Baía de Rupert, para permitir que navios de cruzeiro atraquem na ilha. Muitos habitantes dizem que a sua ilha nunca mais será a mesma.


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