Um novo estudo sugere aquilo que já se suspeitava – muitas pessoas viajam pelos «gostos» que irão receber nas fotos que publicarem nas redes sociais, especialmente no Instagram.
Investigadores da Universidade da Geórgia questionaram 758 pessoas sobre uma viagem para Cuba, com o objetivo de estudar a influência que tem a partilha de «experiências de turismo» nas redes sociais no modo como se escolhem os destinos. Os resultados foram publicados no jornal Tourism Management.
Cuba foi o destino escolhido para esta pesquisa por ter ainda um fator de «novidade» para muitos viajantes, principalmente nos Estados Unidos – a entrada no país continua limitado para muitos cidadãos norte-americanos.
Os participantes foram interrogados sobre o que sentiram ao ver as publicações, nas redes sociais, de quem já tinha visitado o local: se tiveram inveja ou se acharam que esses posts tinham tornado aquelas pessoas mais populares.
Foram-lhes então colocadas várias perguntas de resposta fácil, que pretendiam descobrir as verdadeiras motivações para a viagem. Os resultados indicaram que o feedback social altamente positivo, gerado pelas publicações nas redes sociais, desempenhou um papel importante na escolha do destino de férias. Os possíveis retornos sociais foram, assim, um fator positivo e significativo nas intenções de viajarem para Cuba.
Aqueles que previram um maior «retorno social» – a «quantidade de feedback social positivo que as publicações de redes sociais poderiam gerar» – mostraram-se mais propensos a dizer que planeavam visitar Cuba no próximo ano. Já os participantes que se mostraram interessados em visitar Cuba apenas nos próximos cinco a 10 anos estavam menos preocupados com o retorno social.
«O viajante está profundamente consciente do valor social das suas viagens e de que nem todas as experiências de viagem são avaliadas de igual modo», escreveram os investigadores.
O estudo também destaca o «efeito Bandwagon» (estar interessando em algo apenas para se integrar no grupo) e o «efeito Snob». Há viajantes que querem muito visitar um destino que veem repetidamente nos seus seus feeds, o que poderá impulsionar o turismo desse local. Outro tipo de viajantes, pelo contrário, considera-se demasiado bom para viajar para um lugar que é muito popular. Estes snobs estão à procura de «experiências de turismo fora do comum (exclusividade) ou experiências de viagem únicas (singularidade), o que lhes dá uma sensação de prestígio, conferindo-lhes um certo status e a impressão de que os outros ficarão bem impressionados», como foi já referido num estudo anterior.
Segundo os investigadores da Universidade de Geórgia, ambos os efeitos são uma oportunidade para impulsionar o turismo de uma região. «Os destinos com alto potencial nas redes social poderiam tirar proveito do ‘efeito Bandwagon‘ e do ‘efeito Snob‘ à medida que são atribuídos popularidade e valor social a um determinado local», escreveram.
Fotografia Mantas Hesthaven, em Unsplash
Este resort tem um mordomo só para lhe tirar fotos para o Instagram
O álcool melhora a capacidade para falar línguas estrangeiras