A curiosidade até pode matar o gato, mas é o que nos alimenta.

Neste mês entramos no 24º ano de vida da Volta ao Mundo, um caso sério de longevidade na escrita de viagens em língua portuguesa. Em 1994, quando tudo começou, era bem diferente o mundo por onde se viajava. Bill Clinton e Boris Yeltsin trocavam abraços e diminuíam o número de armas nucleares, tinha início o genocídio no Ruanda, os fãs do automobilismo ficavam sem Ayrton Senna e o túnel da Mancha abria finalmente ao público. Foi o ano em que Nelson Mandela chegou a presidente da África do Sul e nasceu uma esperança num mundo melhor.

Quase um quarto de século depois, as nuvens são cinzentas, mas não vamos deixar de ter esperança. Há países para onde nos aconselham a não ir, há outros que já foram reis do turismo e hoje são quase terra-de-ninguém. E Portugal, por exemplo, que tinha os centros históricos das suas principais cidades ao abandono, tornou-se um dos destinos da moda.

Queremos continuar a acompanhar a mudança, queremos ir cada vez mais longe e mostrar que o mundo está cada vez mais pequeno e os antípodas não são assim tão longe. É por isso que não conseguimos parar de viajar. De avião, de barco, de carro, de bicicleta, a pé, na internet, no papel e na televisão. Foi esse o propósito da Volta ao Mundo quando nasceu e é essa a herança que queremos continuar a preservar.

Neste mês damos destaque ao Peru (o nosso destino de novembro também na RTP3, todos os fins de semana), ao Brasil, a Espanha e ao Reino Unido. São quatro formas diferentes de ver os quatro destinos, mas com um denominador comum: a curiosidade. Essa, por mais que o mundo mude, nunca vai deixar de existir nas nossas histórias e nas nossas vidas. Tenhamos 24, 48 ou 96 anos, estejamos aqui ou na Conchichina.

Ricardo Santos, editor
[email protected]

Veja aqui todos os episódios da Volta ao Mundo na RTP3.

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