Em Amesterdão, percorrem-se todos os dias mais de dois milhões de quilómetros de bicicleta. Crédito foto: Koen-Smilde-Photography

Café orgânico, restaurantes-estufas e a promessa de um ar 40% mais limpo até 2025. Esta é a aposta da cidade das bicicletas para um turismo ecofriendly e sustentável.

Os dados confirmam o que qualquer um poderia facilmente deduzir ao passear pela praça Dam: em Amesterdão há mais bicicletas do que pessoas. Com quase 500 quilómetros de ciclovias, é o método de transporte favorito dos habitantes, dos estudantes à família real. Mas o reinado das bicicletas é apenas o começo.

A sustentabilidade está na moda. Demonstram-no os restaurantes e cafés em cujos menus não faltam produtos ecológicos, e lojas como a LENA, uma biblioteca de roupa que trabalha com um sistema de empréstimo. Isso permite ter peças de roupa vintage e de marca sem se continuar a acumular roupa que só se usou uma vez no armário. Por detrás do conceito estão quatro criativas que se aperceberam do impacto negativo que a indústria da moda tinha sobre as pessoas e o meio ambiente. Com a ideia de que a moda “deveria ser divertida para todos os envolvidos”, criaram esse espaço baseado num sistema de economia circular.

Este é apenas um exemplo de como os habitantes de Amesterdão assumiram a liderança na corrida por um mundo mais sustentável. Graças às bicicletas e às boas ideias, a capital holandesa assumiu-se como um dos centros urbanos mais “eco” da Europa. E os visitantes não são alheios ao espírito verde da cidade.

Respirar ar (mais) puro

Não é necessário sair de Amesterdão para desfrutar da natureza, uma vez que esta cidade possui mais de 30 parques urbanos. O mais famoso é o Vondelpark, que atrai nove milhões de pessoas todos os anos. Amsterdamse Bos é o maior. No seu interior existe uma quinta de cabras que fabrica o seu próprio queijo e gelados.

A Conscious Hotels lidera uma nova onda de alojamentos comprometidos com o meio ambiente. Os seus hotéis são eco-sexy: usam energia renovável, assumem que “tudo o que se pode tocar” é reciclado (ou possui um certificado de sustentabilidade) e preocupam-se tanto com o design como com o planeta. Na mesma linha, o boutique hostel Ecomama pretende que os viajantes responsáveis se sintam em casa. Os materiais dos seus espaços luminosos provêm de comércio justo e é promovida a reciclagem e a economia de água e energia também entre seus hóspedes. Chamam-lhe “hospitalidade consciente”.

A Ecomama planeia expandir a sua “hospitalidade consciente” e abrirá brevemente um hostel em Nova Iorque. Crédito Foto: Ecomama Hotel

É assim que são os turistas sustentáveis: assumem a sua responsabilidade e preocupam-se com a pegada energética deixada durante as suas aventuras. É por isso que eles se deslocam sobre duas rodas e escolhem empresas de barcos elétricos para atravessar os canais. Para comer, nãos lhes faltam opções. O De Kas, um restaurante de alta cozinha criado pelo chef Gert Jan Hageman, com uma estrela Michelin, é um dos mais conhecidos. Localizado numa antiga estufa, conta também com uma própria, onde cultivam a maioria das verduras e ervas aromáticas incluídas no menu. Foi também numa estufa que se instalou o ETEN, o restaurante de Mediamatic. Esta instituição cultural dedicada ao desenvolvimento das artes baseadas na natureza e na biotecnologia aplica a sua filosofia em tudo. Cultiva plantas e usa-as como filtros para a água dos tanques numa uma espécie de economia circular que consome muito poucos recursos.

Aos domingos, segundas e terças, o ETEN serve a sua pizza artesanal, cozida durante um minuto a 450 graus num forno de barro (também artesanal). Crédito Foto: Anisa Xhomaqi

Os bares e cafés também foram contagiados pela febre ecológica. SNCKBR, por exemplo, desafia a mudar o hábito de comer um kebab ou pizza depois de uma noite de festa. Abre até as três da manhã às sextas e sábados e oferece no menu snacks apetitosos, mas orgânicos e muito mais saudáveis. O De Ceuvel, por seu lado, tornou-se uma instituição no bairro de Noord. É um espaço construído num antigo cais que se destaca pelo ar boémio e relaxado. E pelo seu café. Orgânico, claro.

A cidade comprometeu-se a reduzir 40% das suas emissões de CO2 até 2025. Crédito Foto: Martijn van Wijk / De Ceuvel

Artigo original da autoria de Passenger6A

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