Nuremberga não virou a cara à luta e soube reinventar-se depois do conflito que foi a Segunda Guerra Mundial. Hoje em dia esta mítica cidade alemã dá sinais de um dinamismo assinalável, que leva à visita de milhares de turistas.

Em 2015, Nuremberga recebeu mais de 1.6 milhões de visitantes. Este é um número considerável e que comprova que esta cidade ainda tem muito para dar. Podemos dizer que em termos históricos é claramente uma referência mundial.

“No fim da Segunda Guerra Mundial, noventa por cento da cidade estava destruída. Foi aqui que a população se refugiou das bombas dos Aliados e salvou as peças de arte do castelo e das igrejas”, este testemunho de Tim Breitner, guia de 64 anos, nascido e criado na capital da Francónia durante o pós-guerra, diz muito daquilo pelo que tiveram que passar os habitantes de Nuremberga.

Logo no primeiro túnel, os destroços de um míssil e algumas fotos remetem para os tempos bélicos em que as caves serviram de bunker: ao soar das sirenes, os habitantes de Nuremberga, que hoje são cerca de 500 mil, tinham de dez a vinte minutos para se esconderem no subsolo, levando consigo os bens mais valiosos. Mesmo assim, 6000 pessoas morreram, 1800 delas a 2 de janeiro de 1945, o dia de ataques mais intensos.

Podemos dizer que em termos históricos é claramente uma referência mundial.

Aos olhos de todos
À superfície, Nuremberga preserva surpreendentemente a aura dessa época, ainda que poucos tenham sido os muros centenários que resistiram à guerra. Quase tudo o que se vê – castelo, igrejas, casas com molduras de madeira – é posterior a 1945. Nuremberga é mais recente do que a Torre Eiffel. Recriar uma cidade milenar tinha tudo para a tornar uma espécie de Disneyland da era média, uma monstruosidade, mas a reconstrução foi um milagre. Continua antiga, bela e romântica na velhice. Como se o mito que carrega a tivesse regenerado e voltado a transformar na cidade-livre dos sucessores do Kaiser Frederico I, Barba Ruiva, na musa inspiradora do pintor Dürer ou na obsessão maquiavélica do III Reich. A cidade mítica sobrepõe-se à cidade real. «Os alemães imaginaram sempre Nuremberga como a sua capital cultural e espiritual, concentrando nela sentimentos de identidade nacional», diz Stephen Brockmann, autor do livro Nuremberga – Cidade Imaginária. É um mito que nem se esconde nas caves. Está patente em cada esquina.

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