A Casa Dançante está localizada junto à margem do rio Moldava.

Os estilos gótico, barroco e modernista vestem a capital checa e são o seu visual mais reconhecível. Mas há uma arquitetura mais atual que está a transformar a cidade.

 

A Torre do Relógio, a Torre Pólvora, a de São Nicolau, a da Ponte Carlos … Praga é conhecida como a cidade das 100 torres. Um subir e descer contínuo para os turistas que têm nesses edifícios, principalmente de estilo gótico ou barroco, os maiores cartões de visita da capital checa. Mas não são os únicos, partilhando o espaço em perfeita harmonia com obras arquitetónicas dos finais do século XX e início do século XXI.

Entre eles, se houver um perfil que se destaca é o da Casa Dançante (Tančící dům para os checos). Obra da autoria do canadiano Frank Gehry, foi inaugurada em 1997. Aquele que foi prémio Pritzker em 1989 projetou dois edifícios entrelaçados de estilo desconstrutivista para ocupar um solar desocupado há várias décadas após a demolição de uma casa senhorial na Segunda Guerra Mundial. Rodeado por casas barrocas e modernistas, os vizinhos assistiram algo incrédulos à sua construção, que acabaria por se tornar um símbolo da capital.

Pela sua forma, a Casa Dançante é também conhecida como Fred & Ginger (numa referência aos bailarinos Fred Astaire e Ginger Rogers). Praga City Tourism

Para muitos turistas, a Casa Dançante dá por terminado o “tour” pela arquitetura contemporânea e mais moderna de Praga. Não poderiam estar mais enganados. Também numa esquina, como o trabalho de Gehry, ergue-se o Anjo Dourado (Zlatý Anděl), projeto de outro dos arquitetos de maior renome das últimas décadas, Jean Nouvel. O francês completou-o no século XXI. Está situado em Smíchov, um bairro da classe operária que naquele momento não se encontrava no seu melhor. O projeto de Nouvel “designou-o” como o centro da cidade. A fachada em vidro, translúcida, está decorada com versos e com a figura de um homem pensativo vestido com gabardina.

Novos espaços, novos usos

Também em Karlin, um dos bairros do distrito de Praga 8, foi construído um dos últimos megaprojetos arquitetónicos da cidade. Trata-se de River City, um complexo de escritórios do qual se destaca a Danube House: mais de 20 mil metros quadrados onde o vidro é o protagonista.

Em Karlin, o bairro “hipster” por excelência, existe um prédio de escritórios, uma das construções mais disruptivas da capital checa. Trata-se do Main Point Karlin. Distinguido como o Melhor Edifício de Escritórios em 2011, devido ao seu pequeno impacto ecológico, é um projeto da autoria da DaM Architekten que se destaca pela sua fachada impressionante cor de laranja e cinzenta.

2650 painéis de betão com fibra-C cobrem a fachada de Main Point Karlin. Dmitri-popov by Unsplash.com

No bairro de Dejvice encontra-se outro dos elementos essenciais da arquitetura contemporânea de Praga: a Biblioteca Técnica Nacional, que tem capacidade para abrigar um milhão e meio de livros e que surpreende tanto por fora como por dentro. É, aliás, no contraste entre ambos que reside parte da sua originalidade. Planta quadrada, fachada de vidro e bordas arredondadas para um exterior bastante discreto, enquanto que no seu interior o destaque vai para o átrio de cinco andares cujas paredes, em betão, estão decoradas com desenhos de banda desenhada de temática tecnológico assinados pelo ilustrador Dan Perjovschi. Assinado pelo estúdio checo Projektil, foi inaugurado em 2009, seguindo um projeto que respeita o meio ambiente.

A cor do chão da biblioteca contrasta o betão das paredes. National Library of Technology

E para terminar o trajeto pela arquitetura mais atual da capital checa, dois símbolos que provavelmente, sem menção prévia, passarão despercebidos. Ambos estão localizados ao pé do castelo de Praga e podem ser vistos na mesma visita. O primeiro é o caminho chamado Fosso do Cervo, reconstruido pelo estúdio DA3, que se liga a um túnel pedonal desenhado por Josef Pleskot. Sob o castelo encontra-se também o Bastião XXXI. O MCA Atelier, checo, foi contratado para criar uma nova área ao lado da muralha em 2007, devolvendo este espaço aos habitantes locais e aos visitantes. O projeto, promovido por um concurso do município da cidade, inclui uma sala de exposições e um restaurante de primeira classe.

Artigo original da autoria de Passenger6A

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