Gôndola e igreja de Santa Maria Della Salute- Dmitry Sovyak

Romântica, concorrida, serena, deliciosa, única… Veneza é sempre um luxo, mais ainda a partir dos locais que aqui lhe mostramos.

 

A bordo de uma gôndola, num hotel de cinco estrelas ou numa pequena “osteria” perto da praça de São Marcos. Independentemente do local onde se esteja, olhar para Veneza é sempre um luxo.

Pode-se desfrutar de Veneza em modo “low cost”, aproveitando os abundantes estabelecimentos de comida de rua e optando por um “vaporetto” em vez das gôndolas, mas não seria assim que Casanova o faria. O sedutor veneziano não era rico, mas vivia como se fosse, frequentando as festas da nobreza, comendo nos seus restaurantes e jogando todo o dinheiro em casinos clandestinos como a mansão da família Dandolo, atualmente o Hotel Monaco & Grand Canal.

Na praça de São Marcos, concentram-se as principais obras arquitetónicas da cidade: a Basílica, o Campanário e o Palácio Ducal.

Amante do luxo e do prazer, Casanova sentia-se em casa no Hotel San Clemente Palace Kempinski, orgulhoso representante da “dolce vita” italiana e recentemente distinguido como o melhor hotel-palácio nos World Travel Awards de 2017. Situado numa ilha privada com acesso exclusivo através dos barcos do hotel, possui três restaurantes e um spa com tratamentos exclusivos.

Outra opção igualmente tentadora é o boutique hotel CA Maria Adele, também premiado pelo seu design. Está localizado num antigo palácio do século XVI, com vista para os canais e para a igreja de Santa Maria Della Salute, no distrito de Dorsoduro. Tem apenas doze quartos, cinco dos quais são “concept rooms” inspirados na história veneziana. A do Doge, na época a mais alta autoridade da República de Veneza, é um dos mais majestosos. As suas paredes cobertas com brocado vermelho, os móveis com detalhes dourados e seu luxuoso lustre transportam os hóspedes para um dos períodos mais opulentos da cidade.

O Palácio do Doge ganhou, em 2014, o segundo prémio para a casa mais sexy do mundo.

Para comer e não ser surpreendido com a conta, deve perguntar aos locais (e manter-se longe da praça de São Marcos). A Osteria alle Testiere, um pequeno restaurante num beco a cinco minutos da ponte de Rialto, é um local popular para os turistas, bem como para os próprios venezianos, que o elegem para os seus jantares românticos. Os artistas da Bienal e do Festival de Cinema de Veneza elegem-no devido à sua atmosfera discreta e localização “secreta”. E pela qualidade dos pratos, que mudam em função do peixe e marisco que há nesse dia no mercado.

Mais concorrido, mas igualmente exclusivo, é o Caffè Florian, um dos mais caros, mas indubitavelmente o mais distinto de Veneza. Abriu as suas portas em 1720 e, juntamente com o Café Procope, em Paris, é o mais antigo do mundo em funcionamento contínuo. Nos seus divãs de cetim já se sentaram Lorde Byron, Goethe, Stendhal (não sabemos se foi vítima da síndrome com o seu nome ao provar um biscoito) e até Casanova. Mais recentemente, passaram por lá a rainha Isabel II, Catherine Deneuve e Elton John.

O Caffè Florian, situado na praça de São Marcos.

Desde o seu início tem atraído o melhor do mundo da cultura. De facto, entre as suas mesas de mármore nasceu o que conhecemos hoje como a Bienal de Veneza. Riccardo Selvatico e outros intelectuais tiveram a ideia numa de suas reuniões noturnas em 1893. Outro dos marcos históricos da arte e da cultura venezianas foi a abertura do teatro La Fenice, fundado em 1792 e testemunha da estreia de inúmeras óperas como ‘La Traviata’ de Verdi. Depois de sofrer um incêndio em 1996, foi renovado em 2003 para brilhar com o esplendor de antigamente.

A recordação mais delicada

A um quilómetro apenas de Veneza situa-se Murano, uma ilha conhecida pelo seu artesanato de vidro. A tradição remonta ao século VIII, quando as oficinas se mudaram de Veneza para esta cidade, coroada como “fábrica flutuante”. As delicadas peças de múltiplas cores são logo convertidas delicados candeeiros, copos, joias e pequenas lembranças para levar como recordação.

Mas Veneza não vive apenas do passado, olhando igualmente para o futuro com inaugurações como a galeria Victoria Miro que foi instalada na antiga Galleria Il Capricorno. Mais um ponto de paragem numa rota que segue a filosofia de Casanova: “o cultivo dos prazeres dos sentidos sempre foi meu propósito principal na vida”. E uma viagem a Veneza ajuda muito.

Artigo original da autoria de Passenger6A

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