Nunca se sabe o que pode acontecer num avião, e o que se passou num voo de Paris para Nova Iorque veio provar que o mais inesperado pode realmente surpreender os passageiros: aterrou com uma pessoa a mais a bordo.

Sij Hemal, um médico residente de urologia, no Glickman Urological and Kidney Institute da Cleveland Clinic, foi chamado para fazer um parto durante um voo da Air France entre Paris-Nova Iorque. Sij tinha passado o dia inteiro a viajar: começou em Nova Deli, na Índia, parou em Paris, e estava a caminho de Nova Iorque para apanhar um voo de ligação até Cleveland, o seu destino final. Precisava desesperadamente de dormir no avião. O seu plano era beber um copo de champanhe enquanto via o filme «Side Effects» e fazer uma sesta depois. Mas o plano falhou antes mesmo do champanhe.

Uma assistente de bordo perguntou se havia algum médico a bordo, quando Toyin Ogundipe se queixou de fortes dores nas costas. A passageira tinha entrado em trabalho de parto quando o avião atravessava a costa da Gronelândia, de acordo com o relatório da Cleveland Clinic.

«Ela estava a queixar-se de dores nas costas. No início, pensei que poderia ter a ver com os rins, mas depois de me ter dito que estava grávida, percebi logo que estava em trabalho de parto», disse Hemal à CNN.

As contrações de Toyin aceleraram tão depressa que o avião não conseguiu fazer uma aterragem de emergência a tempo na base militar dos Estados Unidos nos Açores. Por isso, a tripulação levou-a para a primeira classe e o avião prosseguiu até Nova Iorque.

«Quando as contrações passaram a intervalos de apenas 2 minutos, soubemos que o bebé iria nascer no avião», disse Sij Hemal.

Apesar de a especialidade de Sij ser urulogia, este não seria o seu primeiro parto. Graças ao treino que recebeu na Faculdade de Medicina da Universidade Wake Forest, Hemal já tinha visto nascer sete bebés – apenas nunca o fizera no chão de um avião.

«Estava tranquila porque sabia estar em boas mãos», disse Toyin Ogundipe num comunicado. «Fizeram tudo o que um médico ou uma parteira teriam feito se estivesse no hospital. Aliás, fizeram ainda melhor», disse a mãe do recém-nascido. Meia hora após o início do trabalho de parto, o bebé nasceu são e salvo.

Quando o avião aterrou, Toyin Ogundipe e Jake, o novo bebé, foram logo transferidos para o Jamaica Hospital Medical Center, situado a cerca de 6 quilómetros do aeroporto.

«Honestamente, foi uma dádiva de Deus. Muitas coisas poderiam ter corrido mal. Mas fizemos o melhor com o que tínhamos», disse Hemal.

O médico, com muita sorte e alguma ajuda por parte das autoridades e dos serviços de fronteira, conseguiu apanhar o seu voo de ligação para Cleveland. A Air France também agradeceu os serviços prestados com uma garrafa de champanhe e um voucher de viagem.

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