O mar Vermelho todos conhecemos – mas sabia que, em Espanha, há também um rio vermelho?

Nas montanhas de Andaluzia, mais propriamente na serra de Huelva, nasce um rio que se espraia em cores douradas e avermelhadas pela Costa de La Luz. O Rio Tinto, que descobrimos na localidade de Nerva, é considerado o berço da Idade do Cobre e da Idade do Bronze. Segundo alguns historiadores, o povo ibérico descobriu naquela zona uma riqueza sem igual, tornando-a uma mega exploração de minérios. Foram depois seguidos pelos fenícios, gregos, romanos, visigodos e por fim pelos mouros. Por mais de cinco mil anos, as margens do Rio Tinto garantiram a prosperidade dos primeiros povos, devolvendo-lhes cobre, ouro, prata e outros minérios.

Foi então os resíduos das minas que pintaram o rio de uma cor avermelhada. Cambiando de tom ao longo do seu caudal, o Rio Tinto é uma das únicas e fascinantes maravilhas da Andaluzia. Numa costa de praias de areia branca e uma luz inconfundível, este rio é afinal a expressão de quem é andaluz. Vermelho, a cor da emoção, da vida e do calor.

Nas montanhas de Andaluzia, mais propriamente na serra de Huelva, nasce um rio que se espraia em cores douradas e avermelhadas pela Costa de la Luz

O Rio Tinto chega até ao golfo de Cádis, uma cidade fundada pelos fenícios. Foi daqui que Colombo partiu à descoberta da América – por isso, as suas ruas e edifícios não podiam deixar de emanar uma forte aura colonial. À semelhança de outras cidades andaluzes, Cádis parece ter sido banhada a lixívia, tal a candura das suas casas e monumentos. E se aqui nos parece que o sol brilha mais forte, não é só porque esta zona foi abençoada pelo clima mediterrânico, mas também porque nestas cidades tudo é vida e emoção. Ao longe o trinar de uma guitarra devolve acordes de flamenco – e há sempre alguém nas plazas a dançar.

É fácil apaixonarmo-nos por Cádis, cidade de música e calor – especialmente na parte velha. A Catedral, de arquitetura neoclássica, é encimada por cúpula dourada. À sua volta, duas torres sineiras e palmeiras gigantes oferecem-se um ar tropical e tranquilo, muito diferente das típicas igrejas e catedrais que encontramos na Península Ibérica.

Bem pertinho de Cádis, descobrimos Jerez de la Frontera, um município de Cádis que melhor conservou a passagem do povo árabe. O Alcazár, palácio mourisca do século XI, será o monumento mais representativo da ocupação de Jerez por aquele povo. Composto por uma mesquita abobadada, um sistema de poços, jardins elaborados repletos de árvores, a parte mais fascinante do Alcazár será a sua camera obscura.

Situando-se no ponto mais alto de Jerez, na camera obscura do Alcazár contemplamos a cidade em todo o seu esplendor. A visita à camera obscura é feita por um guia, que oferece aos visitantes uma história completa da cidade e a sua arquitetura, assim como sobre o desenvolvimento de Jerez.

Mas uma visita à Costa de La Luz não fica completa sem um mergulho nas suas praias. Em Cádis, vale a pena passar pela praia de Chiclana de la Frontera, um extenso e tranquilo areal que faz as delícias de miúdos e graúdos.

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