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Já está a sonhar com as férias deste ano? Que tal uma semana num destino tropical, onde o mar está à temperatura de um jacuzzi e a água é tão límpida como o céu é azul? Agora imagine que, à chegada, as praias estão cheias de garrafas de plástico e lixo?

Este cenário não está assim tão longe de se tornar realidade, devido à poluição que temos vindo a acumular no oceano há milhares de anos. Além de destruirmos uma série de locais paradisíacos, onde afinal nunca iremos passar as melhores férias das nossas vidas, comprometemos sobretudo um bem mais que precioso: a vida marítima.

De facto, segundo um estudo recente publicado pela revista Science e conduzido pela universidade sueca de Uppsala, algumas espécies marinhas começaram a incluir plásticos na sua dieta. As larvas dessas espécies, acrescentou o estudo, quando cresciam, convertiam-se em espécimes adultos “mais pequenos e lentos”.

Até há pouco tempo, acreditava-se que os animais que ingeriam os plásticos presentes nos oceanos e mares o faziam de forma acidental, mas as novas pesquisas revelaram algo perturbador: esses resíduos exercem uma atração irresistível para alguns peixes, devido ao seu odor. Ao entrar em contacto com a água salgada, os plásticos emitem um cheiro semelhante ao krill ou ao plâncton, o que leva as espécies marinhas a comê-los. E pior: estes resíduos são como a irresistível “fast food” para os humanos, já que o plástico possui propriedades químicas ou físicas que geram uma necessidade particular nos peixes. No fundo, eles (também) não conseguem resistir ao que lhes faz mal.

A situação é grave e agudiza-se a cada ano, com o despejo de oito milhões de toneladas de plástico nos oceanos. Há pesquisadores que asseguram que em 2050 haverá mais plástico do que peixes nos mares (nessa altura, pode esquecer o snorkeling ou a observação de golfinhos), pelo que a altura de agir é agora.

Apaixonados pelo mar, Andrew Turton e Pete Ceglinski, ambos surfistas, arriscaram tudo num projeto para limpar o plástico dos oceanos. Em 2015, deixaram os seus empregos e criaram um engenho semelhante a um “caixote do lixo marítimo” capaz de recolher os plásticos flutuantes. Dois anos depois, o projeto dos surfistas, chamado “Seabin” já possui uma equipa de especialistas e provou que os seus produtos funcionam. Tal como Ceglinski explicou à iniciativa Vodafone Future, o desafio a partir de agora é conseguir que esses recipientes sejam capazes de recolher nanoplásticos e microfibras, mais difíceis de apanhar devido ao seu pequeno tamanho.

Sem dúvida que a invenção de Andrew Turton e Pete Ceglinski pode ajudar a reduzir o problema da poluição marítima, mas não servirá de nada se o nosso comportamento não mudar. A solução definitiva é incutir nas crianças e jovens a urgência de cuidar dos nossos oceanos e ensiná-los a não comprar plásticos descartáveis. Assim, talvez possamos um dia viver num mundo onde não seja preciso instalar caixotes no lixo no mar…

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