Cuyperspassage. O nome é sem dúvida difícil de pronunciar e decorar, mas a obra dificilmente se esquece. A não ser que demore pouco mais de um minuto a observar.

Um túnel com aspeto futurista que passa por baixo da incontornável Central Station (construída em 1880), e que liga o centro da cidade de Amesterdão até junto das águas do rio Ij. Um excelente exemplo de como é possível tornar algo tão comum como um túnel de passagem num lugar de arte e deslumbramento – surpreendendo e alegrando assim quem por lá passa, habitantes ou turistas.

Calcula-se que ali passem cerca de 15 mil pessoas por dia. Com duas zonas distintas, uma para os peões e outra para as bicicletas, tem cem metros de comprimento, dez metros de largura, três de altura e uma obra de arte nas paredes que obriga quase toda a gente a parar para fazer a fotografia da praxe: um mural com 80 mil azulejos inspirado numa obra do século XVII, autoria de Cornelis Bouwmeester, holandês famoso pelas suas pinturas marítimas.

De bicicleta, os ciclistas apreciam a sensação de velocidade potenciada pelas lâmpadas LED que decoram o túnel, uma experiência única em Amesterdão. Há outra ilusão ótica na travessia do túnel: à medida que nos aproximamos do rio, as cores dos azulejos vão-se dissipando, voltando a escurecer novamente quando chegamos às margens do rio Ij.

A companhia de cerâmica responsável pelo túnel, a Royal Tichelaar Makkum, demorou cinco anos a fazer os 46 mil azulejos de parede, 33 mil azulejos do chão, no tamanho tradicional holandês de 13 x 13 cm. Nos azulejos, vemos elementos da vida holandesa de antigamente, como navios mercantes grandes e pequenos, carroças de arenques ainda nas redes, ondas agitadas, gaivotas. O conjunto lembra as antigas cozinhas de Amesterdão, de modo que o túnel é como uma viagem ao passado pela vida holandesa.

Para ver a obra original, basta visitar o Rijksmuseum, o museu nacional, que fica apenas a uma curta viagem de bicicleta.

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