Viajantes, turistas, profissionais, amadores, de curta ou longa distância, com ou sem experiência, de carteira cheia ou remediados. Aqui há lugar para todos, menos para quem pensa que sabe tudo.

Há quem mantenha uma contagem dos países e territórios visitados – e há quem nem pense nisso quando cruza a fronteira. Há quem conte as escalas em aeroportos como marcas na coronha – e há quem não precise de recorrer à mentira. Há quem pense ter a última palavra sobre um destino – e há quem goste de escutar os outros para saber mais.

É complicado este mundo das viagens, em que muitas vezes o ego e o desejo de brilhar toldam a visão e os relatos sobre determinado destino. Muitas vezes há países que estão na moda e não se percebe porquê. E outros que não entram nas listas de preferências porque não têm boa imprensa ou defensores à altura. Criam-se tendências a grande velocidade e crucificam-se cidades e países só porque sim. É a desvantagem de vivermos num planeta tão grande: há sempre outro local para explorar. Por enquanto… Nesta coisa das viagens, há também tribos e a sua dificuldade em aceitar a diferença. Não estou a falar dos indígenas da Amazónia, mas apenas de quem faz parte de um grupo e não consegue ver o encanto de estar à parte dele. É assim com montanhistas ou esquiadores, ornitólogos ou historiadores, adeptos de futebol ou da espreguiçadeira à beira do mar – e isto não é um ataque a qualquer um deles, são apenas exemplos. Há opiniões para todos os gostos e vai faltando a capacidade de aceitar a diferença.

Não tenho de ter as botas X para fazer uma caminhada nem conhecer as pistas dos Alpes para gostar do inverno. Também não tenho de me deslumbrar com a existência de cinquenta espécies de pássaros numa floresta para perceber a sua grandiosidade.

Às vezes, só quero estar ali. Não me apetece ter lido toda a informação duas semanas antes de lá chegar. Não gosto de rótulos de viajante ou de turista. Nem guerras de palavras entre os adeptos do tudo-incluído e os fanáticos do couch surfing. Há momentos para tudo na vida.

Para ler nesta edição:

Cardiff: Industrial, fácil de descobrir, cultural e boémia. Assim é o País de Gales, terra de dois idiomas.
Segóvia: Leitão, história e património a 60 km de Madrid.
Havai: Fomos a Maui e trouxemos 60 sugestões de atividades para descobrir a ilha de forma saudável.
Berlim: Aquela que é apelidada de capital cultural da Europa deixa-nos sempre surpresos. Mais uma boa razão para a visitar.
Portugal: O que é que Leiria tem? É isso que lhe mostramos neste mês através do olhar da revista Evasões.

Boas viagens!

Veja aqui os programas de televisão da Volta ao Mundo.

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