A maior ponte do mundo, que liga Hong Kong, Zhuhai e Macau, foi inaugurada esta terça-feira. De acordo com a multimilionária Pansy Ho, o território pode ficar a perder no setor do turismo com esta nova infraestrutura, se não diversificar a sua oferta tradicional, muito focada no jogo.

Falando na qualidade de secretária-geral do Fórum de Economia de Turismo Global, Pansy Ho, filha do magnata do jogo Stanley Ho, afirmou que a construção da nova ponte – de 55 quilómetros – constitui um desafio para o território.

«Com a ponte, temos a hipótese de diversificar o turismo, mas pode ser crítico e podemos perder se não o conseguirmos fazer», afirmou Pansy Ho, à margem de um evento que conta com mais de um milhar de participantes e reúne autoridades e líderes de empresas privadas de vários países do mundo.

A maior travessia marítima do mundo que liga Macau, Hong Kong e a cidade chinesa de Zhuhai, inaugurada esta terça-feira pelo Presidente chinês, é considerada uma infraestrutura fundamental para o projeto da Grande Baía que visa criar uma metrópole mundial a partir das regiões administrativas especiais e nove localidades da província de Guangdong (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing), com cerca de 68 milhões de habitantes.

«Não temos que nos preocupar apenas com a quantidade de turistas» e com a capacidade de Macau em os acolher, mas com a mudança de paradigma a partir do momento que existe a mega ponte, explicou Pansy Ho.

«Tudo fica mais perto» e vai ser possível visitar Macau por impulso, «para jantar e regressar a casa na mesma noite», mas esta é uma situação que os outros territórios agora ligados também podem beneficiar, sublinhou.

Sócia de uma das concessionárias do jogo no território, a MGM, a vice-presidente e secretária-geral do Fórum de Economia de Turismo Global salientou que «Macau está bem, mas precisa de fazer mais», alertando para «os picos» da procura turística e para a necessidade de apostar na diversificação do setor.

É de recordar que na passada segunda-feira foi divulgado o relatório anual das cidades do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, na sigla em inglês), no qual se indica que a Região Administrativa especial de Macau foi a segunda que mais cresceu em 2017, com um contributo do turismo para o PIB na ordem dos 14,2%.

Entre as 72 cidades turísticas mais importantes do mundo, Macau ficou atrás do Cairo, capital do Egito, que registou 34,4% da contribuição do setor do turismo para o PIB.

Lusa

Uma aventura em Macau por José Luís Peixoto


Veja também:
Hong Kong: a verdadeira cidade que não dorme por José Luís Peixoto
Esta cidade na China é uma cópia de Paris

Partilhar