O turista português Tiago Figueiredo visitou a cidade italiana de Veneza no último fim de semana, durante as inundações, e contou a sua experiência. Veja abaixo o vídeo que o viajante partilhou com a Volta ao Mundo.
Várias vezes ao ano, as chuvas torrenciais levam à subida da maré em Veneza, deixando a região inundada. Este fenómeno é apelidado de «acqua alta» e repetiu-se novamente esta segunda-feira, 29 de outubro, cobrindo 70 por cento desta cidade italiana.
Tiago Figueiredo visitou Veneza no último fim de semana, e deparou-se com um cenário diferente do habitual: «as autoridades locais começaram, logo pela manhã, a montar vários segmentos do passadiço para servir os habitantes e turistas. (…) As pessoas andavam com botas impermeáveis e ficaram completamente molhadas até à zona da cintura».
Mesmo sendo algo normal entre os locais, o nível médio da água atingiu um novo nível histórico e os passadiços de madeira (com 50 centímetros), colocados para permitir a circulação, deixaram de ser seguros e acabaram por ser retirados – o nível da água atingiu os 156 centímetros.
Durante a manhã, Tiago ainda conseguiu visitar as ilhas de Burano e Murano, mas o serviço de barcos acabou por ser encerrado. «No café alertaram-me que era um mau dia para fazer a visita porque estava previsto ventos fortes e chuvas, mas decidi arriscar na mesma. (…) quando regressei deparei-me com a praça de São Marcos encerrada.» explica o viajante.
A praça de São Marcos tornou-se inacessível aos turistas durante a tarde e muitos tiveram de percorrer as ruas em volta com crianças ao colo e os pés ensopados. Muitas escolas, edifícios administrativos e lojas de comércio local foram obrigados a encerrar portas – apenas no centro da cidade existiam algumas abertas.
O viajante acrescenta ainda: «lojistas e moradores passaram o dia a escoar a água, com mini-bombas, que ia acumulando dentro das lojas. (…) estavam todos de vassoura e esfregona na mão a tentar tirar toda a água possível».
É a sexta vez na história recente da cidade que o «acqua alta» ultrapassa os 150 centímetros. Tiago Figueiredo aproveitou ao máximo a sua experiência em Veneza e relembra: «almocei de botas impermeáveis, sempre com água nos pés, e quando abri a porta do restaurante apenas via água.»
A vaga de mau tempo, que começou no passado domingo, já provocou 12 mortos, levou ao encerramento de várias escolas e as inundações em Veneza atingiram valores históricos