Todos os dias são publicadas 95 milhões de fotografias no Instagram. Esta continua a ser a rede social do momento, na moda mesmo depois de existir desde 2010, com mais de 800 milhões de utilizadores que influenciam e se deixam influenciar uns aos outros através de imagens e vídeos.

E o que se publica no Instagram tem, sem sombra de dúvida, impacto nas escolhas das pessoas. Por esta razão que as grandes marcas pagam a milhares de «Instagramers» famosos e com muitos seguidores para fazer publicidade a roupa, cremes, restaurantes, hotéis, destinos e até automóveis. Nos EUA, cerca de 48% das marcas estão presentes de uma forma ou de outra nesta rede social.

Sendo tão visual e baseando-se em fotografias, e sendo as fotografias e as imagens um dos pilares das viagens que todos fazemos, ou queremos fazer, será que o Instagram também mudou a forma como viajamos?

Por um lado, o Instagram permite sonhar com lugares, culturas, outras formas de estar e de viver. Em páginas de viajantes – ou de lazer e destinos – das que têm milhões de seguidores vai-se buscar o sonho e também a inspiração para viajar.

Estas fotografias de lugares perfeitos, quando colocadas online por viajantes quase profissionais ou que se apresentam como tal, fazem com que quem queira partir numa nova aventura tome decisões. Muito mais do que panfletos, agências de viagens e anúncios na Internet.

Ou seja, as pessoas parecem estar muito mais ligadas – muitas delas estão viciadas – ao Instagram do que ao próprio Facebook. Chris Burkard (@chrisburkard), um fotógrafo de viagens que tem mais de três milhões de seguidores, afirma que já conheceu pessoas que viajaram para certos lugares por causa das suas fotografias, o que não acontecia há 10 anos.

Um exemplo: uma pequena cidade da Nova Zelândia, Wanaka, começou, em 2015, a convidar «influenciadores» do Instagram a fazerem-lhes uma visita e a postar imagens e vídeos sobre as suas aventuras naquele local. O resultado foi muito positivo: o crescimento do turismo foi o mais rápido do país, com um aumento de 14%. O investimento feito acabou por ter um grande retorno.

Isto tem também tem um lado negativo: muitos dos locais divulgados através desta rede social começam a atrair demasiadas pessoas, que tiram demasiadas fotografias, e tudo isso contribuiu para a degradação ambiental e para a perda da essência.

Por outro lado, a verdade é que muitos destes «Instagramers» parecem ter vidas perfeitas, que acabam por ser apenas irreais. O mesmo acontece com as fotografias que publicam. Em 2015, uma rapariga de 24 anos perdeu a vida quando tentava recriar uma famosa imagem em Trolltunga, na Noruega. O mesmo aconteceu em 2014, quando um casal polaco ultrapassou a barreira de segurança no Cabo da Roca e acabou por cair dos penhascos.

Veja algumas fotografias de páginas de Instagram com milhares de seguidores e que inspiram o mundo.

Este resort tem um mordomo só para lhe tirar fotos para o Instagram

Por Mafalda Magrini – Fotografias Direitos Reservados

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