Embraer e Boeing aprovam acordo que cria nova empresa de aviação comercial
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A fabricante de aeronaves brasileira Embraer e a gigante norte americana Boeing anunciaram hoje, 17 de dezembro, que aprovaram os termos da parceria para criar uma nova empresa de aviação comercial, cuja execução depende de aprovação do Governo brasileiro.

«De acordo com a parceria proposta, a Boeing deterá 80 por cento de participação na joint venture pelo valor de 4,2 mil milhões de dólares (3,7 mil milhões de euros). A expectativa é que a parceria não terá impacto no lucro por ação da Boeing em 2020, passando a ter impacto positivo nos anos seguintes», diz um comunicado conjunto da Embraer e da Boeing divulgado para investidores.

As duas empresas informaram que a joint venture criada para a fabricação de aviões comerciais, que deve absorver toda a operação atual da Embraer voltada para este segmento incluindo a fábrica localizada na cidade portuguesa de Évora, deve gerar sinergias anuais de cerca de 150 milhões de dólares (132,2 milhões de euros) – antes de impostos – até o terceiro ano de operação.

«Após concluída a transação, a joint venture da aviação comercial será liderada por uma equipa de executivos sediada no Brasil, incluindo um presidente e CEO. A Boeing terá o controlo operacional e de gestão da nova empresa», acrescentou o comunicado.

Além disso, a Embraer terá poder de decisão para alguns temas estratégicos, como a transferência das operações do Brasil. O acordo foi divulgado uma semana depois de o Tribunal Regional Federal da 3ª região (TRF3) do Brasil revogou uma decisão provisória que impedia a negociação.

A Embraer foi privatizada no ano de 1994, mas o Governo brasileiro detém uma ação especial chamada «golden share» que permite vetar quaisquer negócios firmados pela empresa. O Presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, já manifestou-se publicamente a favor do acordo que vem sido discutido há meses pelas duas empresas.

Se as autoridades do poder executivo do Brasil aprovarem o acordo ele será submetido aos acionistas e as autoridades regulatórias, «bem como a outras condições pertinentes à conclusão de uma transação deste tipo», destacou o comunicado.

«A Boeing e a Embraer possuem um relacionamento estreito graças a mais de duas décadas de colaboração. O respeito mútuo e o valor que enxergamos nesta parceria só aumentou desde que iniciamos discussões conjuntas no começo deste ano», disse Dennis Muilenburg, presidente, chairman e CEO da Boeing.

«Estamos confiantes que esta parceria será de grande valor para o Brasil e para a indústria aeroespacial brasileira como um todo. Esta aliança fortalecerá ambas as empresas no mercado global e está alinhada à nossa estratégia de crescimento sustentável de longo prazo», acrescentou Paulo Cesar de Souza e Silva, presidente e CEO da Embraer.

As empresas informaram também que chegaram a um acordo sobre os termos de uma segunda joint venture para promover e desenvolver novos mercados para o avião militar KC-390.

A parceria proposta indica que a Embraer poderá deter 51 por cento de participação desta joint venture e a Boeing os 49 por cento restantes. Esta transação também está sujeita à aprovação do Governo brasileiro.

A expectativa da Embraer e da Boeing é de que a negociação destes acordos, se seguirem o cronograma previsto, deve ser concluída até o final de 2019.

A Embraer mantém unidades industriais, escritórios, centros de serviço e de distribuição de peças, entre outras atividades, nas Américas, África, Ásia e Europa. Em Portugal, no Parque de Indústria Aeronáutica de Évora funcionam duas fábricas da Embraer, sendo que a empresa também é acionista da OGMA (65 por cento), em Alverca.

Lusa

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