Paquistão reabre espaço aéreo e retoma ligações ferroviárias com a Índia
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O Paquistão reabriu hoje integralmente o espaço aéreo, anunciou a Autoridade de Aviação Civil de Islamabad, depois de ter decretado medidas restritivas na semana passada devido às tensões militares com a União Indiana.

«Todos os aeroportos do Paquistão estão operacionais e o espaço aéreo foi reaberto», disse à France-Presse um porta-voz da Autoridade de Aviação Civil (AAC), acrescentando que a reabertura entrou em vigor às 13h00 (08h00 em Lisboa).

Na passada quarta-feira, a AAC anunciou o encerramento do espaço aéreo após o agravamento da situação militar entre o Paquistão e a União Indiana marcado pelo derrube de dois aviões de combate indianos.

Os dois pilotos da União Indiana, que conseguiram ejetar-se, foram capturados sendo que um deles já foi devolvido às autoridades de Nova Deli estando o outro hospitalizado no Paquistão devido a ferimentos.

O encerramento do espaço aéreo paquistanês prejudicou as ligações com a Europa e com a Ásia.

A companhia tailandesa Thai Airways disse que a medida provocou o cancelamento de 30 voos que deveriam ter feito o transporte de cerca de cinco mil pessoas, nos últimos dias. As companhias Singapore Airlines, Emirates, Qatar Airways, Saudi Airlines e Air Canada também cancelaram dezenas de ligações.

Na sexta-feira, a AAC abriu «parcialmente» o espaço aéreo paquistanês para os voos internos.

Entretanto foram retomadas hoje as ligações ferroviárias entre o Paquistão e a Índia, num gesto que pretende mostrar o desanuviamento das tensões entre Nova Deli e Islamabad. De acordo com um porta voz da empresa Pakistan Railways, a ligação entre Lahore, no Paquistão, e a cidade indiana de Atari voltou «à normalidade». O comboio da linha conhecida como Samjhauta Express que saiu hoje de Lahore transportou 180 pessoas.

O serviço ferroviário entre os dois países esteve suspenso depois do derrube dos dois caças da União Índia pelo Paquistão que retaliava contra o bombardeamento pelas forças de Nova Deli de um campo de treino de um grupo extremista islâmico responsável por um ataque em Caxemira e que provocou a morte de mais de quatro dezenas de polícias indianos no dia 14 de fevereiro.

De acordo com a Associated Press, os habitantes da Caxemira que vivem na região situada na linha de demarcação entre as zonas indiana e paquistanesa viveram nas últimas horas os primeiros momentos de calma desde a semana passada.

Muitos habitantes da Caxemira paquistanesa aproveitaram a acalmia para abandonar as suas casas desprotegidas ao longo da linha de demarcação e procuraram abrigo em edifícios governamentais. O frio e os disparos na fronteira tinham-nos impedido de sair mais cedo.

Segundo fonte oficial do governo paquistanês, cerca de 200 famílias já se instalaram em três edifícios governamentais no território, onde estão a receber roupa, cama, alimentos e medicamentos.

Lusa

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