A Alemanha tem motivos para celebrar aquela que é considerada uma das mais influentes escolas de design e arquitetura e que levou mesmo o país a ser considerado, pela Lonely Planet, como o segundo destino a visitar em 2019.

Mesmo para quem não segue as tendências da arquitetura e do design, a escola Bauhaus não é desconhecida. Muitos edifícios em cidades europeias e muitas peças de mobiliário que temos em casa são resultado deste movimento que começou em 1919, mas que continua a influenciar designers contemporâneos.

Se por acaso ainda não lhe diz nada, bastará falar no exemplo mais conhecido, que bebeu deste movimento, a famosa loja sueca IKEA. A arquitetura e o design do século XX mudaram, com motes que hoje podem parecer-nos óbvios, mas que à época provocaram uma revolução, como «menos é mais».

Para celebrar esta herança, acontecem eventos e inaugurações ao longo de todo este ano, em especial nas três cidades que acolheram a escola: Weimar, onde nasceu, e as duas para onde depois foi transferida, Dessau e depois Berlim.

>> Informações sobre o centenário em bauhaus100.com

Weimar

A 1 de abril de 1919, foi lançada a «pedra» fundamental, pelo arquiteto Walter Gropius que juntou a antiga escola de arte de Weimar com a de artes aplicadas, dando origem à Bauhaus, com métodos de ensino inovadores e onde artistas como Paul Klee ou Wassily Kandinsky seriam professores. A 6 de abril vai ser inaugurado um museu que incluirá a mais antiga coleção de objetos, alguns expostos pela primeira vez.
>> Informações em bauhausmuseumweimar.de

Dessau

Entre várias cidades em competição, Dessau foi a escolhida. Em 1926 era inaugurada, num edifício projetado pelo próprio Walter Gropius. O foco eram objetos do dia a dia, em colaboração com a indústria local. Foram criadas peças icónicas como móveis tubulares de aço de Marcel Breuer. Em setembro será inaugurado o Museu Bauhaus, onde será possível exibir a coleção da Fundação Bauhaus Dessau, com cerca de 40.000 objetos.
>> Informações em bauhaus-dessau.de

Berlim

O autor da máxima «menos é mais», Van der Rohe, dirigiu a Bauhaus, já como instituição privada, durante apenas um semestre. Em agosto de 1933 seria anunciada a sua dissolução, consequência dos entraves criados pelo partido Nacional-Socialista. Mas o «espírito» Bauhaus já se espalhara pelo mundo através dos muitos alunos estrangeiros e apesar da curta existência a sua influência permaneceu. A partir de setembro a Berlinische Galerie vai exibir a exposição Original Bauhaus, com peças clássicas e peças contemporâneos. Haverá visitas guiadas especiais, como a Grand Tour of Modernism.
>> Mais informações em visitberlin.de

Texto de Cláudia Carvalho

Berlim: história de uma renovação na capital cultural da Europa


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