Embaixador britânico Chris Sainty cresceu em Londres, junto ao famoso monumento.

Por Leonídio Paulo Ferreira

«Westminster é um edifício muito especial do ponto de vista histórico. Mas também para mim pessoalmente. Eu cresci no centro de Londres. Fui aluno na escola de Westminster e portanto frequentava quase diariamente a Abadia de Westminster. E mesmo hoje entrar na abadia e ver o túmulo do soldado desconhecido, os túmulos de personagens tão ilustres como Winston Churchill, é uma experiência única. É um edifício que é muito mais do que uma simples igreja. Conta toda a história da nossa nação durante mais de mil anos», diz Chris Sainty, que desde o verão de 2018 é embaixador do Reino Unido em Portugal.

A conversa é em português, língua em que o diplomata britânico se expressa com à-vontade, apesar de só ter começado a estudar quando já sabia que o seu destino era Lisboa. E assim prossegue o seu elogio a Westminster, «lugar de coroação e sepultamento de quase todos os nossos monarcas durante os últimos mil anos, mas foi também o lugar de sepultamento de milhares de pessoas importantes na nossa história nacional. E uma das experiências para mim de visitar a abadia é descobrir sempre mais pessoas. A última a ser lá sepultada foi o cientista Stephen Hawking».

Inglês, nascido em Londres, Chris Sainty iniciou a carreira em 1989 e antes de vir para Portugal desempenhava as funções de diretor do Departamento da Europa do Sul no Foreign Office. Esta é a sua primeira missão como embaixador, mas ao longo dos anos representou o Reino Unido em países como Itália, Paquistão, Holanda, Espanha e Índia.

«No outro dia descobri uma conexão importante entre a Abadia de Westminster e Portugal. Um dos meus antecessores mais ilustres, que foi o embaixador inglês em Portugal no final do século XVII, John Methuen, negociou o famoso Tratado de Methuen, um acordo comercial que promoveu a indústria vinícola do Douro mas também facilitou o fluxo de têxteis ingleses. Ele até escreveu uma frase famosa após ouvir a notícia da nomeação. Disse que estava muito feliz, porque seria “um trabalho não muito exigente, num clima muito agradável”», lembra Chris Sainty entre risos, ele que tal como a antecessora, Kirsty Hayes, tem de lidar com o complexo dossiê do brexit no mais antigo aliado do Reino Unido.


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