Há 18 anos Anna Lins ouviu da boca do primeiro cliente (japonês) uma frase que, em vez de a derrotar, lhe deu força: «Anna, as mulheres não fazem sushi.» Não tem sido fácil combater esse estereótipo, mas hoje pode orgulhar-se de ter sido a primeira mulher a conseguir a certificação dada pela entidade oficial All Japan Sushui Academy.

A cozinha asiática entrou na sua vida por acaso. Quis juntar uma experiência profissional enquanto terminava o curso superior de Cozinha e Produção Alimentar na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. A oportunidade aconteceu no Midori (Cesar Park Penha Longa), um dos primeiros restaurantes japoneses no país. O hotel tinha muita clientela japonesa, o que aumentava a pressão na cozinha.

O clique foi imediato. E a sua ligação às artes e ao facto de a cozinha japonesa ter grande preocupação estética também ajudou.

Anna Lins. [Imagem: A Sociedade]

Aos poucos dedicou-se a explorar as cozinhas tailandesa, coreana, chinesa. E essa fusão tem estado presente em muitos dos seus projetos como o Umai com o chef Paulo Morais e o Miss Jappa, onde tem estado nos últimos três anos, agora nas mãos do chef Rui Santos, mas com a sua consultoria.

Ao contrário do que podia parecer óbvio, Anna não escolheu contar as suas dicas sobre Tóquio ou Seul, mas sim sobre uma cidade que lhe diz muito pelas suas raízes familiares – Salvador da Bahia.

Muitos anos se passaram mas recorda a fusão entre os sabores portugueses e africanos e em especial um arroz de polvo num bar de praia. Em casa é também a fusão, ou como a própria diz, a confusão, que reina.

Por Cláudia S. Carvalho

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