Cidade de mais de mil templos budistas, foi na antiga capital do Japão que imperadores e xóguns competiram pelo poder. Aqui nasceram várias crenças religiosas e as artes tradicionais ganharam a perfeição dos dias de hoje. Em Quioto, o lado espiritual da vida é mais forte.

Texto e fotografias de Fernando Marques

Dia 1

Chegar a Quioto a 300 quilómetros por hora pode impressionar, mas garantimos que a viagem no comboio de alta velocidade (shinkansen) foi tranquila e em segurança, sem um único solavanco. Cerca de duas horas e meia separam Quioto da Estação Central de Tóquio, local de partida. Dá tempo para apreciar a paisagem rural (há um momento onde se avista bem o monte Fuji), ler, dormitar e, até, almoçar – na plataforma da estação de Tóquio vende-se uma grande variedade de bento boxes, snacks e bebidas. Mas ser recebido debaixo de chuva generosa pode deixar qualquer um apreensivo, basta respirar fundo e não complicar. Com bagagem à mistura, o melhor é procurar um meio de transporte confortável. Há sempre um táxi por perto, com os bancos estofados a naperões brancos. Existirá melhor imagem do que esta para definir o que é ser kitsch em pleno século XXI? Uma dica para os mais distraídos: a porta do táxi abre sozinha. Podia ser magia asiática, mas não, é apenas controlada pelo motorista, um senhor vestido de fato escuro, camisa branca, chapéu de chauffeur e luvas brancas.

No Japão, encontrar uma morada pode ser uma tarefa difícil até para os locais. Por isso, não vale a pena desesperar quando se tem o endereço escrito em japonês e em inglês e mesmo assim o taxista hesita nas ruas. As moradas são dadas pela zona (distritos), em vez de ser pelo nome da rua, e os números das portas não são, necessariamente, consecutivos, nem pares ou ímpares como em Portugal. O melhor é levar mais indicações do que fica perto do destino ou uma fotografia da rua e do prédio que se procura. Mesmo assim é possível que o taxista, que não diz uma única palavra em inglês, nos «expulse» do táxi, gesticulando que já chegámos. Resignados, resta pagar, pondo o dinheiro na pequena bandeja de plástico, onde retorna o troco e a fatura.

Seja à chegada ou à saída de Quioto, é obrigatório fazer uma visita à estação central ferroviária que fica no Sul da cidade. Porta de entrada de milhares de visitantes, este edifício moderno e futurista, graças à sua estrutura de aço e vidro, foi construído, em 1994, por altura da celebração dos 1200 anos da fundação da cidade. Inaugurada há vinte anos, a obra imponente do arquiteto Hara Hiroshi, o mesmo do Umeda Sky Building, em Osaka, contrasta com o património tradicional que ainda caracteriza aquela que já foi a capital do Japão imperial, entre os anos 794 e 1868.

Para chegar ao topo da estação de Quioto, de onde se tem uma panorâmica sobre a cidade, sobe-se, em socalcos, o equivalente a 15 andares. Um centro comercial divide-se pelos vários pisos e uns são só lojas, outros só de restaurantes. O décimo andar, por exemplo, batizado de Kyoto Ramen Koji, é para os apaixonados do caldo acompanhado com massa, vegetais, ovo, carne de porco, tudo ingredientes opcionais. Subindo ao 11º andar, o Eat Paradise reúne uma série de restaurantes que já são referenciados nos guias turísticos, bons para provar costeletas de porco panadas (tonkatsu wako), tempura crocante e kaiseki, a tradicional refeição japonesa com vários pratos.

A barreira da língua pode ser difícil de gerir. Em Quioto quase não se fala inglês e poucas são as indicações na língua mais universal do momento.

Escolher o início de abril, época por excelência das cerejeiras em flor, com as copas das árvores frondosas e floridas a dominar a paisagem, pode ser o pretexto que precisava para marcar a viagem. Apesar de a barreira da língua no Japão ser uma verdade absoluta, em Quioto sente-se ainda mais do que em Tóquio, mas no final o saldo é positivo. Quase não existem letreiros ou indicações em inglês e a mímica, uma linguagem tão bem praticada pelos turistas, parece não funcionar na perfeição. Mas se há lugares que dão uma sensação de confiança, são as lojas de conveniência a cada esquina, verdadeiros supermercados com frutas e legumes frescos, café e até refeições quentes. Foi à cadeia Lawson, por exemplo, que o chefe David Chang levou Anthony Bourdain a comer nuggets de frango num dos programas No Reservations. Já as 7-Eleven são preferidas pelos turistas para levantar dinheiro, têm máquinas para cartões internacionais.

Dizem as más línguas que os japoneses de outras cidades acham que os naturais de Quioto são frios, arrogantes, conservadores, desconfiados e que agem como se a cidade continuasse a ser a capital do país. Por cá, queremos manter-nos imparciais, mas a verdade é que a má vontade, o olhar vazio e inexpressivo de um funcionário do metro (com duas linhas) ditou a aversão a esse meio de transporte. Podiam seguir o exemplo do metro de Tóquio, onde trabalham pessoas que falam inglês de propósito para ajudar os turistas. Mas viajar à superfície revelou-se uma aventura, com uma ótima rede de autocarros. Sem qualquer tipo de tecnologia digital à vista, todas as paragens de autocarro estão equipadas com o mapa do trajeto, avisando em que paragem está o autocarro. O que pode causar transtorno e atrasos são turistas ocidentais atrapalhados que não respeitam as regras japonesas. Ao contrário do que se passa na Europa, em Quioto entra-se pela porta de trás, paga-se no fim e sai-se pela porta da frente, junto ao motorista, também fardado a rigor. Basta fixar que é tudo ao contrário e não haverá problema.

Dia 2

Com alojamento perto da Estação de Hankyu Saiin, na interceção das movimentadas ruas Shijo e Nishioji, procurámos uma pastelaria para tomar o pequeno-almoço, e para nosso espanto existia. Na Bread’s Plus, o dia começava de forma saborosa com uma variedade enorme de pães, bolos, folhados apetitosos com cogumelos e queijo derretido, croissants quentinhos com chocolate, tudo acabado de sair do forno, a que se juntava a típica meia de leite portuguesa, ou seja, um cappuccino. Assim, gastava-se entre oito e dez euros para duas pessoas (mil ienes). Mas houve manhãs em que fizemos como os locais e pedimos sopas, a amarela de milho e a vermelha de tomate com vegetais à mistura, ambas servidas com pão torrado. Dali saímos mais reconfortados para o próximo passeio.

Ali perto fica a estação Sai, onde passa o randen tram, o único elétrico de Quioto, fundado em 1910. Em pouco mais de vinte minutos chega a Arashiyama, localidade no sopé da montanha no lado oeste da cidade, onde fica a conhecida floresta de bambu e o Templo Tenryuji, classificado como Património Mundial da UNESCO, em 1994. Construído em 1339, Tenryuji é um dos cinco grandes templos zen budistas de Quioto e o templo principal da escola Rinzai. Quem viu O Tigre e o Dragão, filme de Ang Lee, saberá melhor ao que vai em Arashiyama, palavra que significa «tempestade da montanha», devido ao vento conhecido como «Atago Oroshi» que soprava desde o monte Atago em direção ao extremo ocidental da cidade. À saída do randen estamos mesmo em frente ao portão do templo principal, Tenryuji, cujo jardim é um dos mais belos de Quioto.

Ao contrário dos edifícios do templo que não sobreviveram a alguns incêndios, o jardim manteve a sua forma original ao longo dos séculos. Um verdadeiro exemplo paisagístico, desenhado por Muso Soseki, com um lago central rodeado por rochas, pinheiros e as montanhas arborizadas de Arashiyama.

Jardins, restaurantes, lojas, templos, museus e ruas cheias de gente. Quioto, a antiga capital, tem aura de cidade tradicional, mas o seu lado tecnológico está bem presente. O melhor de dois mundos.

Nas ruas é um vaivém intenso de centenas de pessoas, incluindo muitos grupos de crianças e jovens vestidos com o uniforme escolar (seifuku), que no Japão é usado há mais de cem anos, ainda na era Meiji. Em Arashiyama há imensas lojas para comprar recordações, algumas com design contemporâneo, desde bonecos, postais, leques, peças de bambu, chá, sake ou quimonos.

Se precisar de inspiração para escolher o tecido para a típica indumentária deve ziguezaguear pela «floresta de quimono», que culmina na Estátua Atagoike, lagoa do dragão, logo na estação onde para o randen. Ali estão expostos, de forma iluminada, cerca de 600 yuzen diferentes, nome dado aos panos com padrões estampados coloridos que mostram a variedade japonesa.

No século XVIII eram pintados à mão, para depois serem usados nos têxteis que viriam a dar forma aos quimonos, que chegavam a ter ouro. Outra arte que pode ser apreciada na rua principal de Arashiyama são as amostras de alimentos nas montras dos restaurantes, batizada de sampuru e criada por Takizo Iwasaki (1895-1965), com honras de um doodle no Google. Uma indústria desenvolvida nos anos 30 e 40 do século passado que revela verdadeiras obras de arte com réplicas perfeitas dos alimentos. Assim, ninguém se engana a encomendar a refeição.

O uniforme escolar das crianças e jovens denuncia que é dia de semana.

Para chegar à floresta de bambu nada mais fácil do que seguir a multidão. Passamos por vários santuários onde muitos aproveitam para um momento de recolhimento (apesar do movimento em redor) e por uma passagem de nível com guarda e cancela. Os esguios e verdes bambus criam uma atmosfera mágica, em alguns momentos a luminosidade esconde-se e deixa-se de ver o céu de tão altos que são os bambus. É difícil resistir às fotografias e aos passeios românticos nos riquexós puxados por verdadeiros atletas. As jovens japonesas vestem os seus melhores quimonos para ir passear e tirar fotografias umas às outras. Gostam de registar, especialmente, os penteados aprumados de cada uma.

Já na margem do rio Ōi, uma paragem na Arabica, uma coffee shop que, em dias de avalanche turística, chega a ter fila de espera de uma hora, como aconteceu em novembro passado e foi registado nas redes sociais. Este é o negócio de Kenneth Shoji, cresceu em Tóquio mas depois do liceu mudou-se para a Califórnia, nos Estados Unidos. Comprou uma plantação de café no Havai, deu início a uma empresa de comércio de feijão-verde, tornou-se o único exportador de uma máquina de roasting japonesa e o distribuidor de uma das melhores máquinas de expresso do mundo. Com três lojas em Quioto, a Arabica já se expandiu até Hong Kong, Kuwait, Dubai, Berlim e Muscat.

Já depois do lusco-fusco, regressamos a Saiin, conhecido pela quantidade de izakayas, típicas tascas japonesas com balcão corrido. Escolhemos o Den Shichi, a fazer lembrar as nossas marisqueiras, com aquele burburinho caraterístico e empregados atenciosos. É com um veemente e audível Irasshaimase! que somos saudados, tal como em todos os restaurantes japoneses um coro de boas-vindas faz-se ouvir. Já na mesa, neste caso no balcão, dão-nos a toalha quente (shibori) para limpar as mãos e a cara, uma pequena chávena de chá verde e o menu. Ali estão vários sushimen de faca em riste prontos a cortar o peixe fresco para o sushi e o sashimi pedidos à peça. A enguia braseada e o toro (parte nobre do atum) são de comer e pedir mais.

Os meses de abril e novembro são os mais apetecíveis para visitar Quioto, com as cores
da vegetação no auge a transformarem a paisagem num postal ilustrado.

Dia 3

A chuva intermitente foi um incómodo durante a estada em Quioto, mas nem por isso deixámos de visitar Gion, o bairro do entretenimento tradicional por excelência. Ali pode sentir-se um cheirinho do Japão à moda antiga, principalmente na rua Shimbashi, uma das mais pitorescas de toda a Ásia, conhecida pelas gueixas e onde o realizador Rob Marshall filmou Memórias de Uma Geisha (2005). As suas indumentárias, penteado e maquilhagem distinguem-nas das outras mulheres, mas é em eventos sociais, clubs ou ryokans (estalagens tradicionais com esteiras e colchões no chão em vez de camas) que as encontramos.

Sempre que as cerejeiras estão em flor, Shimbashi ganha uma atmosfera mágica, com as luzes dos restaurantes e das lojas na margem do Shirakawa (rio branco) e as charretes a percorrer a zona. Com as Artes contempladas neste bairro, destaque para o teatro Minami-za, a primeira sala de espetáculos do tradicional género de teatro kabuki, a que muitos chamam «a arte de cantar e dançar», fundada em 1610. A cerca de 800 metros fica o mercado Nishiki, batizado pelos locais de «cozinha de Quioto». O que no período Edo (1603-1868) foi uma lota de peixe, só depois de o Japão entrar na era moderna transformou-se num mercado a retalho e assim se mantém até hoje. A pé percorrem-se as 126 lojas, pelo menos até à última contagem, segundo o guia Lonely Planet, algumas abertas desde o século XIV. Há bancas dos mais variados produtos, como chás, feijão, arroz, algas marinhas, peixe fresco (incluindo carne de baleia) e muitos pickles japoneses (tsukemono) e castanhas assadas.

Quando a fome apertar, uns metros mais à frente, estrategicamente no cruzamento da Kawabata com a Rua Shijo, fica o Issen Yoshoku, onde se pode ter uma boa experiência de «comida de rua». A típica panqueca (okonomiyaki), a lembrar a servida nas ruas de Osaka, é uma espécie de crepe recheado com ovo, carne desfiada, camarão seco, cebolinho e muito molho, tudo feito no momento.

No coração de Quioto, podemos circular sem restrição na zona verde do parque do Palácio Imperial, residência oficial do imperador do Japão desde o século XII até ao XIX. Já para ver o interior do palácio, sem reserva prévia, é preciso ter sorte e apanhar as datas na primavera e no outono (costuma ser na última semana de abril e em meados de novembro). Seguimos para o Museu Internacional da Manga com uma coleção de 300 mil referências da banda desenhada japonesa, a ganhar destaque na cultura do país. Aos fins de semana e feriados abrem-se as portas para que jovens artistas ali trabalhem ao vivo, com um cantinho dos retratos e tudo.

Na biblioteca, miúdos e graúdos espalham-se pelo chão, corredores e cadeiras a ler. Mais à vontade é impossível. Não se pode sair da zona sem antes comer no Honke Owariya, um restaurante aberto em 1465, há 552 anos. Owariya começou por ser uma confeitaria e só a meio do período Edo começou a funcionar como um restaurante de soba (tipo de noodles), sendo a partir de 1700 designada como a fornecedora de noodles do palácio imperial.

Descalços, sentados no chão, sorvemos (sim, a fazer barulho como os japoneses fazem) um caldo quente e saboroso com soba, vegetais e carne. Para os que querem visitar um templo budista, sem ser dos mais turísticos, o Daitoku-ji pode ser uma boa escolha. Entre os mais de 1600 templos em Quioto, o Daitoku-ji, que serve de quartel-general da escola Rinzai do budismo zen, é um mundo de templos com destaque para os seus jardins. Lá dentro, meio escondido, fica um restaurante vegetariano (shojin ryori) com esplanada, tal como acontece em tantos outros templos.

Na reta final do dia e da viagem, a última refeição faz-se no restaurante Koadan, um izakaya onde são servidos petiscos (saladas, omeleta, tempura) assim como nabe, a típica refeição cozinhada na mesa, um caldo a ferver vai recebendo os legumes, cogumelos, tofu, carne, ovo. Com as diversas salas espalhadas pelos andares do prédio, dizemos ao empregado quanto queremos gastar (três mil ienes, cerca de 25 euros) e o que não gostamos de comer. Seguiu-se uma surpresa que passou a boa recordação. Arigatou gozaimasu!


Mas afinal o que é isto da manga?

Estima-se que a manga moderna tenha surgido no final do século XVIII e a sua tradução literal seria «desenhos irresponsáveis». Sendo hoje conhecida como a banda desenhada japonesa, um livro de manga lê-se do fim para o início e as páginas da direita para a esquerda. A manga atual terá sido bastante influenciada pela banda desenhada americana durante a ocupação após a Segunda Guerra Mundial. Devido à riqueza da sua produção, é difícil classificar a manga por géneros, sendo o mais comum classificá-los por idades em cinco categorias: kodomo para crianças pequenas, shonen para rapazes adolescentes, shoujo para raparigas adolescentes, seinen para homens jovens e adultos, josei para mulheres jovens e adultas.


Guia de viagem

Moeda: Iene – um iene equivale a 0,008 euros
Fuso horário: +9 horas GMT
Idioma: Japonês

Consultar
No site JNTO, da Japan National Tourism Organization, selecionando a língua portuguesa redireciona para japaoinfotur.org.

Ir
Quioto é servido pelo seu Aeroporto Internacional de Kansai, mas muitas pessoas optam por chegar à cidade de comboio, vindas de Tóquio, a norte, ou de Osaka, a sul. No site Hyperdia fazem-se as simulações das viagens de comboio dentro do Japão, com os horários e os preços. A partir de Tóquio cada a viagem custou 13 mil ienes por pessoa (cerca 111 euros) no comboio de alta velocidade (shinkansen). Só compensa comprar o JR Pass Official se se fizerem muitas deslocações longas dentro do país.

Comer
Arabica
Coffee shop em Arashiyama, aberta das oito da manhã às seis da tarde. Num longo passeio, beber um bom espresso pode fazer toda a diferença.
>> arabica.coffee

Uchida
Esta loja de pickles japoneses (tsukemono), a funcionar no mercado Nishiki, comemora em 2017 80 anos de atividade. Entre tantos vegetais, alguns ficam irreconhecíveis, especialmente, naradzuke uri, uma abóbora em conserva.
>> kyoto-uchida.ne.jp

Tanba Nouhan
O cheirinho a castanhas assadas espalha-se pelo mercado Nishiki. Vêm de Kyotanba, uma região a norte de Quioto também conhecida pelos cogumelos matsutake.
>> tanba-nouhan.com

Nicotto & Mam Doughnut Cafe
Este café vende donuts artesanais feitos com fermento natural. Simples, com coberturas ou recheados, são uma tentação.
>> doughnut.jm

Transportes
O cartão Pasmo custa 500 ienes (4 euros) e é recarregável, dando para usar no metro, em autocarros e nalguns comboios. No final da utilização, devolvem o dinheiro que ainda estiver no cartão, incluindo o depósito inicial de 500 ienes. As viagens avulsas nos autocarros custam 230 ienes (1,86 euros), mas se não tiver moedas não faz mal; junto ao motorista existe uma máquina para trocar uma nota em moedas e conseguir pagar. Também existe um bilhete com cinco viagens (1000 ienes, 8,11 euros) que compensa mais ou um passe de um dia (500 ienes, 4 euros).

Ao longo das duas linhas do randen tram, o único elétrico de Quioto, fundado em 1910, cruzamo-nos com heranças culturais como os templos de Tenryuji, classificado como Património Mundial da UNESCO, Ryoanji, Kinkakuji e Ninnaji. Também se passa em Toei Uzumasa Eigamura (Kyoto Studio Park ou Movie Land), um parque temático dedicado aos filmes Jidaigeki, o drama histórico japonês. O bilhete do randen tram custa 210 ienes (1,70 euros).

Visitar
Palácio Imperial
No coração de Quioto, as visitas guiadas ao Palácio Imperial incluem ida à Porta Cerimonial (Shishinden), ao Palácio Pequeno (Ko Gosho), ao Palácio Normal (Tsune Gosho) e ao Jardim de Lagoas (Oikeniwa). As marcações são feitas no local e é preciso preencher um formulário e mostrar o passaporte.
>> kunaicho.go.jp

Museu Internacional da Manga
Aberto das 10 às 18 horas, fecha às quartas-feiras. São 300 mil referências relacionadas com manga, num museu que abriu na antiga escola Tatsuike Elementary, construída em 1869.
>> kyotomm.jp/en/

Fushimi Inari
Entrada livre num dos monumentos mais visitados do Japão. A caminhada de quatro quilómetros deve ser feita de manhã cedo ou ao final da tarde, quando os vários cemitérios e templos mais pequenos pelo caminho ganham uma aura misteriosa.
>> inari.jp/


Reportagem publicada originalmente na edição de abril de 2017 da revista Volta ao Mundo, número 270.

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