Diga, caro leitor, a primeira coisa que lhe vem à cabeça quando pensa em Tristão da Cunha. Nada? Nem mais: num raio de mais de dois mil quilómetros não há nada além da imensidão do Atlântico e o ocasional ilhéu deserto.
A ilha tem uma população de 275 habitantes, é dependência britânica desde 1816 e fica a meio caminho entre o Rio de Janeiro e a Cidade do Cabo (a 3340 quilómetros de um e a 2800 da outra). O pedaço de civilização mais próximo é Santa Helena, a ilha que serviu de prisão a Napoleão Bonaparte, 2400 quilómetros a norte.
O facto de não ter aeroporto nem porto de águas profundas tornam-na o sítio habitado mais isolado do mundo. O nome é português e remonta a 1506 e ao navegador que, a caminho da Índia, avistou a ilha.
A capital, Edimburgo dos Sete Mares, alberga toda a população, incluindo um polícia, um médico e cinco enfermeiros. Não há propriedade privada, todos participam no trabalho agrícola e a maior fonte de rendimento da pequena economia local é a pesca de lagostins – a par da venda de selos, recordação perfeita de uma viagem ao fim do mundo.
Tristão da Cunha