Podia ter saído de um livro de Gabriel Garcia Marquez, mas é bem real. Santa Cruz del Islote é o local com maior densidade populacional do mundo – 125 mil pessoas por quilómetro quadrado – e é verdadeiramente mágico.
Em Santa Cruz del Islote, vivem 1200 pessoas de dezoito famílias. Na ilha, há cerca de 100 casas, uma escola e um restaurante que funciona como porto. A pequena praça com uma cruz no meio dá à ilha – localizada em frente ao Golfo de Morrosquillo, na Colômbia – o seu nome. É um lugar tão pequeno que a igreja, o cemitério e o campo de futebol desta localidade ficam numa ilha vizinha.
Com um tamanho equivalente a um campo de futebol oficial e situada no Mar do Caribe, é um lugar vibrante, que parece nunca parar. As crianças aprendem a nadar e a pescar desde muito cedo, e são frequentemente vistas perto da praia, tentando apanhar peixes ou brincar com pequenos barcos.
A eletricidade é criada por um gerador e a energia é conseguida através de painéis solar – e dura apenas umas horas por dia. Não há médicos, não há sistema de esgotos e a água potável é trazida pela Marinha colombiana, de três em três semanas. Mas quem lá vive diz ser mais feliz do que muitas pessoas do mundo ocidental.
Até hoje, não há relatos de violência, nunca houve um conflito armado e as pessoas não se preocupam com o crime. Há uma vida de rua ativa: grupos de crianças correm livremente e brincam com jogos tradicionais, e os adolescentes ouvem o rap de língua espanhola no volume máximo. Já os adultos sentam-se à sombra, conversam sobre boxe e preparam comida.
Os habitantes locais gostam de dizer que Santa Cruz del Islotes foi descoberta há cerca de 150 anos por pescadores de Barú, na costa colombiana. Eles notaram que a ilha não tinha mosquitos – uma raridade nas Caraíbas – e montaram um acampamento. Naquela noite, como diz a lenda, os homens dormiram tão pacificamente que decidiram ficar.