Haruki Murakami é o escritor mais famoso do Japão e, ao mesmo tempo, o menos japonês dos escritores. Criador de mundos paralelos e obsessivamente ocidental, Murakami e os seus livros falam-nos de personagens que navegam por cenários e situações que poderiam ocorrer em Londres ou Nova Iorque. Fomos ao Japão, nos passos do escritor, para descobrir que a Tóquio de Murakami se acende com luzes de néon, jazz e um copo de whisky na mão.

Texto e fotografias de Rafael Estefania

O outono e o dia nebuloso, e com chuva fina que ensopa até aos ossos, até poderiam ter sido escritos pelo próprio Murakami. As gotas de água condensam-se na parte exterior do vidro até que se fazem suficientemente pesadas para deslizar janela abaixo. Estou em La Kagu, um antigo armazém de livros reconvertido em café, livraria, galeria de arte e loja no bairro de Kagurazaka. Rodeado de livros, este lugar é perfeito para se entrar no percurso de um escritor que fez de Tóquio o seu habitat mais prolífico. A música que soa é Kind of Blues, de Miles Davis. Um sinal, pois o jazz é a banda sonora recorrente nos livros de Murakami. O que averiguarei passados uns dias em Tóquio é que o jazz não é só património das suas histórias, mas sim a banda sonora da cidade, da mesma forma que os acordes de jazz vintage de Woody Allen são a banda sonora de Nova Iorque. Em lojas, cafés, restaurantes, clubes de jazz, escuta-se jazz e nos jazz kissaten, abertos desde manhã, as pessoas tomam café enquanto ouvem com devoção discos raros, porque o jazz é a música que acompanha a vida diária de muitos habitantes de Tóquio.

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Capa da edição de fevereiro de 2020 da revista Volta ao Mundo.

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