Maritza Puertas, embaixadora do Peru em Portugal.

Por Leonídio Paulo Ferreira

«O Peru é um país com grande riqueza cultural e histórica. A civilização de Caral, a mais antiga, tem cinco mil anos. E isso faz do país uma atração para as pessoas que têm interesse histórico-cultural quando viajam. Mas também há o atrativo humano. Somos um povo acolhedor, sensível, e que mostra uma abertura notável em relação ao outro. Gostamos muito de acolher os estrangeiros», diz Maritza Puertas, embaixadora em Portugal.

O país tem um local de visita obrigatória, que é Machu Picchu, património da humanidade. Simboliza uma etapa muito importante da história do Peru, a dos incas, que são os últimos cem anos de uma civilização que se inicia com a de Caral. «Machu Picchu é capital dos incas, os últimos representantes dessa civilização com cinco mil anos que é interrompida pela chegada dos espanhóis. Machu Picchu é inca mas representa todas as civilizações peruanas», sublinha Maritza Puertas.

Maritza Puertas, embaixadora do Peru em Portugal. [Imagem: Leonardo Negrão/Global Imagens]
Além da história, o Peru tem diversidade de paisagens, que vão da costa desértica aos Andes e à Amazónia. «Somos um dos dez países do mundo mais diversos em termos de natureza», acrescenta a embaixadora, em Lisboa desde o verão de 2017.

A diversidade humana é também incrível. «Além da população indígena e dos colonizadores espanhóis, recebemos influências africanas, quando chegaram escravos ao vice-reino do Peru. E essa influência é cada vez mais reconhecida. O nosso patrono é o Senhor dos Milagres, um Cristo moreno pintado por um artesão angolano. E há, claro, os imigrantes asiáticos, chineses e japoneses, com grande influência na cultura e muito, muito na gastronomia», explica Maritza Puertas. A fama gastronómica do Peru, que se baseia numa abundância ecológica que permite, em terra, cinco mil variedades de batata e, no mar, peixe do melhor que há, vem da fusão das vertentes étnicas: original, espanhola, africana, chinesa e japonesa. Por exemplo, o lomo saltado é de influência africana e o popular ceviche é de influência japonesa.

[Imagem: D.R.]
Diz Maritza Puertas que «o turismo é uma forma de o Peru se projetar no mundo». E a gastronomia veio somar-se ao atrativo histórico. Se Machu Picchu e Cusco eram destinos muito procurados, «hoje, Lima atrai por causa de restaurantes como o Central, dos melhores do mundo».

Imagem de destaque: Direitos Reservados

Artigo publicado originalmente na edição de agosto de 2019 da revista Volta ao Mundo, número 298.

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