Como é que uma viagem ao outro lado do mundo calha em caminho? Suba a bordo da carripana destes dois viajantes e descubra. Uma viagem por alguns dos lugares essenciais de um país que parece saído de um livro de fantasia – ou será o contrário? E que, no final, deu fruto.

Texto de Maria Ana Ventura
Fotografias de Tiago Claro

Esta viagem não foi planeada. Na verdade calhou em caminho. Estranho, não é? Como é que pode o antípoda calhar em caminho? A ideia era ir visitar uns amigos à costa oeste da Austrália mas eis que veio a inevitável pergunta: «Já que estamos lá nos arrabaldes do planeta não seria de dar um pulo à Nova Zelândia?» Começaram as contas à vida: «Temos um mês; podemos ficar 15 dias na Austrália e passar outros 15 na Nova Zelândia. O dinheiro que poupamos em carro e alojamento na terra dos cangurus deve dar para alugar uma caravana na terra dos kiwis». Noves fora, nada. Bilhetes comprados.

E apesar de o sabermos à partida confirmámos à chegada que 15 dias não chegam para ver a Nova Zelândia como ela merece. Chegam para um sprint de norte a sul com direito a picar o ponto nos destinos mais famosos, mas é certo que não chegam para ver com olhos de ver tudo o que de maravilhoso aquela terra tem. E por isso, e para que esta não fosse uma viagem em fast forward, voltámos a fazer contas à vida na hora de planear a rota. «Começamos pelo norte ou pelo sul? Fazemos as duas ilhas ou focamo-nos numa só? Coromandel ou Bay of Islands, não vai dar para ir aos dois. Esquecemos o surf porque já levamos da Austrália a barriga cheia de ondas (e todos os membros no lugar, felizmente). Será pornograficamente caro sobrevoar de helicóptero o glaciar de Franz Josef?» Muitas dúvidas e muitas contas depois, focamo-nos na ilha Sul, a mais selvagem e intensa, e guardamos uns dias para ir a Coromandel, a Rotorua e outros cartões-postais que não ficam muito longe de Auckland. E que se dane Hobbiton; não somos assim tão fãs do Frodo Baggins.

Aterramos em Christchurch dias depois da manhã mais negra dos últimos anos na Nova Zelândia. O ataque a duas mesquitas da principal cidade da ilha Sul está bem fresco no semblante de todos, locais e turistas, por igual. Na fila para o autocarro, uma miúda, que não tem mais do que 10 anos, pergunta-nos de onde somos. Perante a resposta, «de Portugal, do outro lado do mundo», ela volta à carga. Quer saber o que nos trouxe tão longe. Digo-lhe que viemos ver as mil e uma belezas do país dela e conhecer a gente boa que cá vive. Ela suspira de alívio e diz: «Oh! Que bom, pensei que depois do que aconteceu mais ninguém quisesse cá vir.» Mal ela sabe que se já estávamos rendidos ao seu país, mais ficámos dali a 15 dias, quando terminámos a romaria e encetámos o longo caminho de volta a casa. Em jeito de spoiler, fica a nota: se as paisagens nos apaixonaram, os neozelandeses não lhes ficaram nem um pouco atrás. Tão graciosos e ao mesmo tempo tão intensos como os cartões-postais do país, são de uma generosidade inigualável, são zelosos do que é seu e entregam-se à conversa em menos de um fósforo – afinal, há quem viva em lugares tão remotos que o mais provável é que qualquer frugal encontro seja a única conversa que vão ter em dias.

Pegamos na nossa carripana (chamar-lhe autocaravana é exagero) e fazemo-nos à estrada. Temos três horas de caminho até à primeira paragem. Manter os olhos no alcatrão é tarefa quase impossível quando, do lado de fora da janela, desfilam, umas atrás das outras, paisagens sublimes; pastos que parecem forrados de nuvens, ribeiras de águas de azul vivo e gélido. Montes altos, vales bem pronunciados e, entre uma e outra contracurva, ei-lo; o majestoso Tekapo.

Tudo o que ler e ouvir dizer sobre a Nova Zelândia não é exagero; pelo contrário.

No coração da ilha Sul é um dos grandes lagos desta região e um dos que sublinhámos no mapa. O porquê é fácil de entender, ainda mais quando o Sol começa a pôr-se pintando de laranja o lago emoldurado por fiadas de montanhas onde, aqui e acolá, desponta um cume forrado de neve. Escolhemos uma zona sossegada para assistir ao espetáculo e fazemos ricochetes na água para quebrar o silêncio quase ensurdecedor. A noite cai a pique e procuramos à pressa um parque de campismo para pernoitar à beira-lago. Apesar de turística, a vila de Tekapo está praticamente deserta. Onde andam os turistas? Talvez à cata de estrelas, ou não fosse este um destinos obrigatório na lista de caçadores de céus estrelados.

Amanhecemos com uma neblina a cobrir Tekapo. Não se vê um palmo à frente no nariz e isso é a alfinetada de que precisamos para sacudir a preguiça e nos pormos a caminho do próximo grande lago. Chegamos às margens do Pukake mesmo a tempo de ver a neblina dispersar-se em fiapos revelando, a pouco e pouco, as formas deste colosso pintado de azul-celeste pelas águas glaciares que descem as montanhas durante a primavera. Ao longe, como o tipo mais alto numa foto de grupo, o monte Cook distingue-se dos demais com o seu cume forrado de gelo.

Deixamos para a golden hour a foto da praxe do lago e do monte, calçamos as botas de caminhada e pomos os pés ao caminho para ir espreitar o lago Tasman, figura essencial do Parque Nacional Mount Cook. Sobre a água, já acinzentada pela chegada do fim do verão, flutuam pesados blocos de gelo e entre eles ziguezagueiam dois velozes barcos de excursão. Pausa para um merecido tempo a sós com este portento e seguimos caminho até aos lagos azuis e ao miradouro do lago. Das contas que fizemos à vida – perdão, à viagem – chegámos à triste conclusão de que não nos sobra tempo para grandes caminhadas. Pena, porque só neste lugar há alguns trilhos essenciais, é o caso do Muller Hut, uma caminhada alpina que dura, em passo rápido, um dia inteiro mas que é tanto melhor se houver margem para pernoitar na cabana (hut) de montanha.

Por falar em pernoitar, está na hora de tentar encontrar vaga no parque de campismo que, no caminho para aqui, vimos de soslaio na beira do lago. Nesta noite adormeceremos com os olhos nas estrelas e o coração cheio do que vimos, fizemos e sentimos neste dia a roçar a perfeição.

Segue-se Wanaka na nossa lista e mais umas horas da condução menos aborrecida de sempre. A paisagem desfila no para-brisas e é tão, mas tão bela que é inevitável parar, aqui e além, para lhe prestar a devida atenção. Rápida paragem para espreitar Clay Cliffs, um pequeno desfiladeiro nas redondezas de Omarama, e outra em Lindis Valley, onde as colinas forradas a doirado arrancam um suspiro até ao mais empedernido coração. E eis-nos em Wanaka a tempo de subir ao cocuruto do monte Iron para ver a noite cair sobre a cidade.

Wanaka, a primeira cidade digna desse nome que cruzamos desde que deixámos Christchurch, é um destino popular para esquiadores e snowboarders no inverno e uma das estâncias de verão mais concorridas da ilha Sul. Às portas do Mount Aspiring National Park, é ponto de partida para os que querem subir aos 1500 metros do Roy’s Peak para uma vista absolutamente estonteante dos Alpes do Sul e do imenso espelho de água do Wanaka e das suas pequenas ilhotas. Outro cartão-postal é uma árvore. Não é a mais alta nem a mais rara ou mais antiga do mundo. Nada disso. É sim a mais fotogénica do planeta, como comprova a hashtag #thatwanakatree e os muitos fotógrafos que, ainda sob o manto da noite, já estacionaram à beira lago na esperança de conseguir a foto perfeita. Ainda nos domínios de Wanaka, e antes de seguirmos para Queenstown, lá está o desvio fundamental para sentir a temperatura à água das Blue Pools. Está fria. Muito fria. Ainda assim, e provando a fibra de um destino que se preze, decidimos mergulhar. Refeitos do choque térmico apreciamos com o devido vagar a beleza deste lugar. As águas glaciares que correm das montanhas vizinhas formam pequenas piscinas ao longo do rio Makarora que, só para compor a foto, se faz rodear de uma floresta de um verde viçoso.

Se as paisagens nos apaixonaram, os neozelandeses não ficaram atrás na viagem. Graciosos e intensos como as paisagens do país.

De volta à estrada, a carripana vê-se e deseja-se para conquistar as curvas íngremes da estrada que atravessa The Crown Range. O caminho mais penoso mas ao mesmo tempo mais curto e cénico para chegar a Queenstown. Paragens técnicas para deixar a carripana recuperar o fôlego coincidem com paragens em miradouros com vistas de cortar a respiração.

Queenstown é a cidade mais popular da ilha Sul. Uma estância concorrida tanto no estio como no inverno, porque oferece tudo, mas mesmo tudo, o que alguém com sede de aventura procura. Um dos saltos bungee mais famosos do mundo? É aqui. Atingir altas velocidades num jet boat? Aqui também! Fazer canyoning, descer numa espécie de kart uma colina íngreme com uma vista absolutamente deslumbrante? O lugar é este! E isto é só a ponta do icebergue porque quando chega o inverno e a neve se junta à equação as possibilidades são ainda maiores. Chegamos bem em cima da hora do pôr do Sol e decidimos sair da cidade para o ver em paz e sossego. Bennett’s Bluff é o spot eleito. Sentados na carripana, com uma boa playlist a tocar e uma cerveja na mão, pomos um ponto final em mais um dia perfeito. Tchim-tchim! Esta é à tua, Nova Zelândia!

O cansaço que a nossa fiel carripana acusou no The Crown Range deixa-nos hesitantes quanto a levá-la até Milford Sound. Será que aguenta a estopada de curvas, contracurvas, subidas e descidas a pique? Temos sérias dúvidas e por isso equacionamos um plano B, melhor, plano T, de turístico: uma viagem de autocarro até Milford Sound com cruzeiro incluído. Prós: poupamos o carro e o cansaço das cinco horas de condução para cada lado. Contras: vamos em rebanho, não temos margem para nos demorarmos onde muito bem nos apetecer e temos de gramar com a conversa do guia. Pensar na probabilidade de ficarmos empanados pelo caminho torna a decisão fácil e eis-nos no autocarro, pouco ou nada preocupados em manter os olhos na estrada e focados apenas em curtir a paisagem. E mais, o guia, afinal, é tudo menos aborrecido, um tipo à maneira e uma verdadeira enciclopédia. Fala dos pássaros que aqui viviam antes da chegada dos europeus, da flora, do boom do turismo. Conta histórias de homens de barba rija que conquistaram os fiordes, dá alfinetadas carregadas de humor no governo e deixa-nos parar para esticar as pernas e para ter alguns momentos a sós com as paisagens sublimes do Parque Natural da Terra dos Fiordes. Fiorland é um portento. Dona de alguns cenários essenciais da Nova Zelândia, espreguiça-se ao longo de uns impressionantes 12 600 quilómetros quadrados onde cabem florestas que quase parecem tropicais, montanhas cobertas de gelo, vales profundos, lagos cristalinos e Milford Sound a encabeçar a lista de fiordes. É nele que navegamos agora. O céu, ora azul ora cinzento, muda-lhe feições. Ora dramático ora gracioso, Milford vai revelando as suas muitas faces durante a viagem. Navegamos até à boca do fiorde que se abre para o mar da Tasmânia passando bem rente às cascatas que se atiram lá do alto das montanhas e de colónias de focas que preguiçam nas rochas. Sentimo-nos pequenos e humildes perante tamanha grandeza desta a que muitos chamam a «oitava maravilha do mundo». Esmagados pela paisagem e pelas horas de viagem, fazemos o caminho de regresso a Queenstown com a cabeça no ombro de Morfeu.

Ondas que parecem desenhadas a régua e esquadro rolam na baía de Curio enquanto meia dúzia de metros adiante, numa pequena enseada resguardada, uma fêmea de pinguim-de-olhos-amarelos (hoiho) sai da sua toca e abeira-se da água. Sacode as penas, olha para o mar e ali fica, pacientemente à espera. Respeitadas as devidas distâncias e no mais sepulcral silêncio, assistimos à chegada do macho que, depois de um dia no mar, regressa a casa com o jantar para a família. Estes são dos pinguins mais raros do mundo e Curio um dos seus últimos redutos. Mas há mais para ver por estas bandas além dos famosos pinguins. O farol de Waipapa é um desses lugares. Estamos muito perto do ponto mais austral da ilha Sul (Slope Point) e à nossa frente, muito ténue no horizonte, só Stewart Island. Para lá dela a imensidão dos mares do sul e, enfim, a Antártida.

A nossa jornada por Catlins, a linha de costa mais bela e selvagem da ilha Sul, começa em Curio e termina em Dunedin. Pelo caminho tropeçamos em bosques viçosos, lindas cascatas e praias onde os únicos banhistas são leões-marinhos. E também nas Cathedral Caves, enormes grutas que o mar esculpiu na pedra, e no centenário farol de Nugget Point. Para escrutinar como deve ser as imponentes Cathedral Caves é preciso descer por um denso bosque que faz lembrar as florestas de criptomérias dos Açores, e mais – é fundamental levar em conta a hora da maré vazia, a altura certa para entrar e sair das várias grutas à vontade. Já Nugget Point é ponto de encontro de uma incrível fauna. Leões-marinhos, pinguins-de-olhos-amarelos, corvos-marinhos, focas e golfinhos são fáceis de avistar cá do alto da falésia. E ao fundo, o farol altaneiro pendurado na falésia com as rochas polidas pelas vagas a seus pés fica tão lindo na fotografia quanto impregnado na memória. Aceleramos para norte na esperança de chegar com tempo a Arthur’s Pass mas com margem para uma paragem na praia de Moeraki para apreciar e pular nas pedras perfeita e misteriosamente polidas que se espraiam pelo areal.

Conduzir na Nova Zelândia é a experiência menos aborrecida de sempre e a culpa é das paisagens sublimes que desfilam no para-brisas.

As notícias não são as melhores para quem estava cheio de vontade de explorar as florestas de faias, os rios, os vales e as montanhas de Arthur’s Pass. Fortes chuvadas cortaram alguns dos acessos ao local e por isso, mais uma vez, temos de ir para o plano B, neste caso K – de Kaikoura.

Com o tempo apertado para maiores estopadas, optamos por ir até uma das cidades costeiras mais pitorescas da costa sul. Referência para observadores de pássaros e baleias e também para bons garfos – a lagosta é prata da casa –, Kaikoura oferece-nos de bandeja um pôr do Sol de estalo, belos passeios à beira-mar e encontros imediatos com leões-marinhos que dormem desavergonhadamente nos passadiços junto à praia. Apesar dos imprevistos e dos reajustes à rota original, feitas as contas conseguimos ver a fatia de leão da ilha Sul. Nelson Lakes, Franz Josef, Arthur’s Pass e mais meia dúzia de lugares passaram a ser motivos de peso para voltar. É hora de rumar a norte.

E se na ilha Sul ainda nos perdemos nas ruas de Queenstown, Christchurch e Wanaka, da ilha Norte não levamos qualquer recordação citadina. Auckland vimo-la das alturas, porque assim que pusemos os pés em terra fugimos para Rotorua para sentir o pulso ao coração da terra. No caminho, um pequeno desvio para espreitar grutas forradas de estrelas, que é como quem diz ver o fenómeno de bioluminescência das larvas de pirilampo (glowworms) em Waitomo. O imenso complexo de grutas calcárias oferece diferentes experiências de visita, das mais prosaicas às mais radicais como o Black Water Rafting – uma espécie de canyoning em ambiente subterrâneo – e a Lost World Tour – uma incrível experiência de espeleologia. Ainda mal refeitos da surpreendente descida às entranhas da ilha, levamos uma surra de paisagens absolutamente sublimes à superfície. O verde viçoso forra como um macio tapete todos os pequenos montes e colinas por onde passa, deixando perceber que estamos muito perto de Hobbiton, o famoso cenário da aldeia de Frodo e companhia. Podíamos fazer o desvio? Poder, podíamos, mas já amealhámos tantos cenários reais das filmagens que este ficaria desenquadrado. Seguimos caminho.

É fácil sentirmo-nos pequenos e humildes perante a grandeza da paisagem.

Sem mais delongas, eis-nos em Rotorua, o grande caldeirão da ilha Norte. Chegamos ao Parque Geotérmico a desoras e damos com o nariz na porta. Nada que aborreça, já que não faltam entreténs por estas bandas. Ficar de molho nas águas tépidas de Kerosane Creek é uma delas. O nome não é o mais convidativo, mas tudo o resto é. E muito! Espalhadas pela pequena ribeira, várias piscinas e quedas-d’água são o spa natural perfeito. E por muito que queiramos fugir a comparações, esta é inevitável: «parece mesmo que estamos em São Miguel, não parece?».

Já de noite decidimos fazer uma rápida incursão a Whakarewarewa, a floresta de sequoias de Rotorua onde é possível fazer um passeio noturno pelo meio da floresta seja com os pés no chão seja com o pés no ar, num muito bem engendrado percurso de arvorismo.

Amanhecemos aos portões de Wai-o-tapu, o parque geotérmico mais famoso (e turístico) do país, prontos para ficar boquiabertos com os géiseres, lagos, caldeiras lamacentas e piscinas termais de cores inenarráveis. O géiser Lady Knox, a dama do parque que todos os dias dá um ar de sua graça para gáudio de dezenas de espectadores, a borbulhante Champagne Pool que se pinta de verde e laranja e o verde fluorescente de Devil’s Bath são alguns dos protagonistas impressionantes da visita a este complexo geotérmico que só terá paralelo em Yellowstone ou na Islândia.

Da duas ilhas, a sul é a mais selvagem e intensa e onde vale a pena demorar um pouco mais.

Os dias passam a correr e já não nos sobra muito tempo para ficar de papo para o ar na praia em Coromandel. Mas há tempo que chegue para sentir a temperatura à água, para curtir a pequena cidade à beira-mar e para fazer a bonita caminhada até Cathedral Cove, o postal cá do sítio. Deixamo-nos ficar até ao Sol se pôr para assim fazer as despedidas da viagem. Amanhã encetamos o longo regresso a casa. As 36 horas em trânsito são um preço justo a pagar por tudo o que vimos, vivemos e sentimos. Voltamos rendidos, carregados de boas memórias e sem saber que levamos na bagagem o melhor dos souvenirs de viagem. Chamar-se-á Pilar e havemos de a conhecer no final de dezembro.

Kia Ora, Aotearoa!


Guia de viagem

Ir
Prepare-se para uma empreitada de mais de 24 horas passadas só em aviões e some-lhes as de escala. O melhor itinerário será sempre o da Emirates (emirates.com) que lhe permite chegar a Auckland (na ilha Norte) com uma escala apenas: Lisboa-Dubai-Auckland.

Quando ir
Nova Zelândia, tudo dependerá do propósito da sua viagem. Se quiser aproveitar para esquiar num dos melhores destinos de neve do mundo prefira os meses de inverno (junho a setembro), para tudo o resto as restantes estações são ideais.

Documentos
Passaporte e carta internacional se pretender alugar um carro ou uma caravana. Não é necessário visto.

Moeda
Dólar neozelandês (NZD)
1 Euro – 1,73 NZD

Fuso horário
GMT +12

Idioma
Inglês, maori e língua de sinais da Nova Zelândia

Dormir
Há alojamento para todos os bolsos, gostos e feitios. De hotéis de luxo em localizações de sonho a hostels confortáveis nos principais pontos de passagem, sem esquecer o alojamento local. A opção dormir sobre rodas prova-se a mais útil para quem prefere andar à boleia do seu próprio ritmo e não quer perder tempo com check-ins e check-outs. Existem caravanas totalmente autónomas (fully-contained) e carros comuns transformados em pequenos quartos rolantes. Escolha a melhor opção para si (e para a sua carteira) e descarregue a app Rankerz.NZ que lhe diz onde encontrar parques de campismo no caminho – também os há para todos os preços e categorias, dos selvagens aos cinco estrelas.

Comer
Em Queenstown, por exemplo, a oferta é imensa e plural. De pizas do tamanho de rodas de camião, a sofisticados bistrôs e restaurntes das sete partidas do globo, há de tudo e em bom. Obrigatório: um hambúrguer no Fergburger, recomendado (com mérito) em todos os guias de viagem. Só não deixe que o tamanho da fila o assuste. Se quiser provar os pratos típicos da Nova Zelândia, conte com assados e comida de tacho e também com pratos importados que já se tornaram da casa, é o caso das meat-pies, uma influência australiana, e do fish and chips, porque não é só a rainha que é soberana por estas paragens. Atenção que, com exceção das maiores cidades, a maior parte dos restaurantes fecha cedo.


Reportagem publicada originalmente na edição de novembro de 2019 da revista Volta ao Mundo, número 301.

 

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