Pedro Pablo Díaz, embaixador do Chile em Portugal, desafia a conhecer-se Punta Arenas e toda a região chamada Magallanes.
Texto de Leonídio Paulo Ferreira
Mala diplomática publicada originalmente na edição de maio de 2019 da revista Volta ao Mundo, número 295.
Chile é um país muito comprido, o país mais comprido do mundo. Parte de cima, em Arica, e só termina na Antártida», realça o embaixador Pedro Pablo Díaz, há poucos meses em Lisboa, mas já muito empenhado nas celebrações dos 500 anos da viagem de Fernão de Magalhães, para cujo êxito foi decisiva a descoberta do estreito de Magalhães, situado na região chilena que tem como nome Magallanes, pois o navegador português estava ao serviço da Coroa espanhola e assim ali ficou conhecido.
«Neste nosso país tão comprido, há muitos locais míticos, mas poucos como Punta Arenas, a cidade que fica no estreito», acrescenta o diplomata, que foi nomeado embaixador pelo presidente Sebastián Piñera, eleito em 2018. Durante a primeira passagem de Piñera pela presidência, de 2010 a 2014 (a Constituição proíbe mandatos consecutivos), o atual embaixador em Lisboa foi chamado a representar o Chile em Camberra, Austrália.
«Quando hoje vemos Punta Arenas e comparamos com o que ali havia há 500 anos percebemos como a globalização se iniciou no sul do Chile, no local onde se unem dois oceanos, o Atlântico e o Pacífico, no estreito com o nome do grande navegador e que está cem por cento sob soberania chilena.»
Durante décadas gestor da Coca-Cola, o embaixador visitou muitas vezes por motivos profissionais a região de Magallanes, Punta Arenas e o estreito, e são abundantes as memórias. «A natureza ali é virgem, fantástica, tanto na terra como no céu. A poucas horas de carro de Punta Arenas temos Torres del Paine, que dizem ter a paisagem mais soberba do planeta. E se olhas para o céu, vês a Grande Nuvem de Magalhães.»
O Chile apoia Portugal e Espanha na candidatura à UNESCO da Rota Magalhânica e quer ver distinguidos três locais no estreito, Punta Dungness, onde há um farol, outro a meio, e cabo Deseado, na saída ocidental. «Para se ter uma ideia da importância de Magalhães para os chilenos, temos a única universidade no mundo com o seu nome, liceus, até o nosso primeiro clube de futebol assim se chamava. E um dos pais fundadores, Bernardo O’Higgins pronunciou o nome de Magalhães três vezes antes de morrer: Magalhães, Magalhães, Magalhães», explica o embaixador.
Imagem de destaque: iStock
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