Viajante, aventureiro, apaixonado pela natureza e um dos bloggers mais influentes no mundo do turismo e das viagens. Saiba quais os destinos que mais o marcaram.

Entrevista de redação VM

O que leva alguém a começar a viajar pelo mundo?

Sempre gostei muito de viajar, de conhecer novas culturas e realidades. Considero-me uma pessoa curiosa e apaixonada pela natureza. Não creio, em ponto algum da minha vida, ter decidido começar a viajar pelo mundo, simplesmente viajar tornou-se uma necessidade para mim. Anseio por aventuras, paisagens de cortar a respiração, pessoas, sabores, cheiros. Por vezes estou em lugares remotos e penso: «Mas que raio… por que razão vim aqui parar?» Chego à conclusão de que é o desconhecido, a surpresa.

O que difere de viajar por prazer e de o fazer profissionalmente?

Viajei muito por Portugal quando era criança, vivi em mais de dez cidades devido à profissão do meu pai [Manuel Cajuda, treinador de futebol]. Só quando comecei a trabalhar é que passei a viajar para fora. Apesar de o fazer constantemente, o gosto pelo desconhecido é o mesmo, à exceção do gosto que tinha por aeroportos – cada vez gosto menos. Continuo a ter prazer em organizar viagens, continuo a ficar ansioso pelo dia da partida e a ter os olhos a brilhar quando chego a um novo destino, a única diferença é que já não consigo distinguir o trabalho das férias. Quando estou a trabalhar o prazer é tanto que parece que não estou [risos], quando estou de férias não consigo relaxar.

Como se chega a ser um dos bloggers de viagens mais carismáticos de Portugal e com algum reconhecimento internacional?

Nada se consegue sem trabalho, dedicação e gosto. Comecei o blogue há sete anos por brincadeira, não fazia ideia de que poderia tornar-se um trabalho a tempo inteiro. São anos de empenho, de aprendizagem, por vezes de frustração. O importante é nunca desistir. Nem sempre foi assim, já tive zero leitores, zero seguidores, mas sou teimoso [risos] e hoje tenho quase 40 milhões de visualizações nos meus vídeos. Tento sempre superar-me, trabalho todos os dias para inspirar as pessoas a viajar, seja através dos meus vídeos, artigos e fotos, seja através das viagens de descoberta que organizo.

Em 2019, a agenda de João Cajuda vai incluir viagens a São Tomé e Príncipe, Islândia, Sardenha e Nova Zelândia.

Cinco destinos que tenham deixado marcas? E cinco para nunca voltar?

Não há nenhum destino a que não queira voltar. Há lugares com que nos identificamos menos, mas também isso faz parte de viajar. Todas as viagens nos acrescentam algo. A Índia foi uma viragem na minha forma de pensar e de estar. Qualquer texto que possa escrever nunca irá exprimir o impacto que aquela viagem teve na pessoa que era e na que sou hoje. Marrocos é outro país que me é muito querido, foi lá que comecei a trabalhar na área do turismo, a fazer vídeos para hotéis e a ser líder de viagens. É claramente o país que mais vezes visitei, já perdi a conta… O monte Fitz Roy, na Patagónia argentina, é um dos lugares mais imponentes onde estive. A Tanzânia, não só pelas migrações dos animais que me deixam sempre extasiado, mas porque subi ao topo do monte Kilimanjaro, uma experiência arrebatadora a todos os níveis: físico, mental e espiritual. As Filipinas, destino que visitei pela primeira vez há dois anos e pelo qual fiquei apaixonado, pela beleza natural e pela genuinidade das pessoas.

O que falta visitar?

Tenho muita curiosidade sobre Madagáscar, Butão, Nepal, Birmânia e as ilhas do Pacífico Sul. Estes são, muito provavelmente, os destinos que irei visitar em 2020.

Que grandes viagens estão programadas para este ano e onde podem os nossos leitores inscrever-se?

Em 2019, a LEVA-ME, a minha agência de viagens, está a organizar programas para Tailândia, Indonésia, Filipinas, Marrocos e Tanzânia. Felizmente quase todas as viagens estão esgotadas, mas podem ver as informações e reservar os últimos lugares em leva-me.com ou através do meu Instagram @joaocajuda.


Entrevista publicada na edição de abril de 2019 da revista Volta ao Mundo (número 294).

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