Paixão antiga da Volta ao Mundo e dos viajantes portugueses, Macau foi o destino internacional convidado da Bolsa de Turismo de Lisboa deste ano. Só boas razões para descobrir este pedacinho de China com encanto português.

Textos de redação Volta ao Mundo

 

 

Tem quase 4000 metros quadrados de área e é considerado o centro de Macau, espaço de ponto de encontro social, cultural e cada vez mais comercial. Era o local onde os governantes portugueses passavam revista às tropas e continua a ser palco para vários eventos. A calçada portuguesa que o cobre é uma das grandes heranças deixadas pelos europeus neste canto da Ásia. A pedra trabalhada e colocada de forma a criar efeitos ondulatórios estende-se pela Avenida Almeida Ribeiro e até às Ruínas de São Paulo. No largo poderá encontrar edifícios emblemáticos como o do Leal Senado e a Santa Casa da Misericórdia, parte integrante do Centro Histórico de Macau, designado pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade.

 

 

Datam do século XVI mas foram destruídas pelo fogo em 1835. Aquilo que restou é a fachada da Igreja de São Paulo e do Colégio da Madre de Deus, imagem de marca deste território chinês com pouco mais de 30 quilómetros quadrados. Com a Fortaleza do Monte formam aquilo que se identifica como a Acrópole de Macau. Os 68 degraus da escadaria monumental, que leva à fachada, são de paragem obrigatória para quem quiser tirar a fotografia «oficial» da viagem a Macau.

 

 

Está na encosta da Colina da Barra, à entrada do Porto Interior, e já existia antes de a cidade ser fundada. Terá sido construído no século XV por pescadores locais em jeito de homenagem à deusa A-Má (deusa do céu), divindade taoísta. Quando os portugueses aqui chegaram (na década de 1550), fundearam na baía que, segundo a lenda, dá nome ao território – A-Má-Gau – Baía de A-Má. Aqui poderá ver o Pavilhão do Pórtico, o Arco Memorial ou o Pavilhão da Benevolência (entre outros), todos perfeitamente inseridos no ambiente natural em redor – e cada um deles representando as várias divindades da cultura chinesa.

 

 

Foi pensada como posto de defesa de Macau dos ataques vindos do mar, mas a sua localização fez dela um posto de observação único. Ficou concluída em 1622 e ampliada em 1638. O farol tem 91 metros de altura e pode ser visto a mais de 30 quilómetros de distância. Até 1976 foi área militar restrita e, desde então, transformou-se numa das maiores atrações turísticas da região. Além da fortaleza e do farol, aproveite para visitar a Capela da Senhora da Guia.

Os primeiros portugueses estabeleceram-se em Macau a partir de 1555. Em 1999, 444 anos depois, o território passou para a China.

 

 

É aqui que vai encontrar uma estátua emblemática de Macau, a Deusa da Misericórdia. Em bronze, tem vinte metros de altura, pesa cinquenta toneladas e assenta numa representação de uma flor de lótus onde poderá descobrir o centro ecuménico com informações sobre budismo, taoismo e confucionismo. Fica no Porto Exterior, está aberto todos os dias (exceto sexta-feira), das 10h00 às 18h00, e a entrada é gratuita. Saiba mais em macaumuseum.gov.mo.

 

 

Num dos territórios com maior densidade populacional do planeta, pode não ser fácil encontrar uma zona verde de descanso. Mas há-as. Macau é também conhecido pelos seus jardins entre prédios. Destes, destacam-se o de Lou Lim, histórico, de estilo chinês e construído no século XIX. Outros exemplos são o Jardim de Camões ou o Jardim da Flora.

 

 

Tem 338 metros de altura e oferece aos visitantes a melhor vista panorâmica de Macau e do delta do rio das Pérolas. O restaurante e a plataforma de observação estão 223 metros acima do solo e dez metros acima está o mais alto ponto de bungee jumping do mundo. Os mais corajosos poderão fazer subir a adrenalina com um salto inesquecível, mas atenção: não é barato. São quase 400 euros pela experiência (saiba mais em ajhackett.com). Para ter uma ideia do que se vive nesse momento, visite o site da Volta ao Mundo e reveja a experiência do escritor José Luís Peixoto ao serviço do programa de televisão da sua revista de viagens na RTP.

 

 

Fundada em 1587 por três dominicanos espanhóis vindos do México, este é o local onde foi publicado o primeiro jornal em português na China (1822). Aqui poderá encontrar um Museu de Arte Sacra com mais de trezentas peças, além de ser daqui que parte, todos os anos, uma procissão dedicada a Nossa Senhora de Fátima. O edifício de estilo barroco está localizado no centro histórico, na Travessa de São Domingos.

 

 

Foi construído em 1993 para comemorar os 40 anos do maior acontecimento desportivo de Macau – o Grande Prémio de automobilismo, que percorre as ruas do território. Ideal para quem é adepto de velocidades e de máquinas que fizeram história, como os Fórmula 1. Aqui poderá encontrar bólides conduzidas por Michael Schumacher ou David Coulthard. Está a ser remodelado, ainda sem data confirmada de abertura ao público, mas todos os anos, em novembro, decorre um Grande Prémio de Fórmula 1 nas ruas de Macau.

O circuito citadino tem 6,2 quilómetros. Saiba mais sobre o Grande Prémio no site oficial.

 

 

Esta ilha tem 6,5 quilómetros quadrados de área e por aqui encontramos o aeroporto, o terminal marítimo, as universidades e alguns dos melhores exemplos da gastronomia local. Está ligada a Macau por três pontes (se não construírem mais nenhuma enquanto lê estas páginas…) e é o local ideal para descobrir a comida portuguesa, a chinesa e a macaense. Saiba tudo em taipavillagemacau.com.

 

 

Há séculos que este território é fundamental para o comércio asiático, principalmente aquele que se processa por via marítima. Para preservar a história dos portos de Macau, nasceu em 1990 este espaço cuja fachada se assemelha a uma embarcação. Fica na Barra Pagoda, junto ao rio e ao templo de Á-Má, a deusa protetora dos homens do mar. Está aberto todos os dias (exceto terça-feira) das 10h00 às 18h00. Bilhetes desde cinco patacas (cerca de 0,60 euros). Mais informações em marine.gov.mo.

 

 

É a maior praia natural de Macau e um dos locais mais procurados pelos turistas e pelos habitantes locais durante os meses de verão. Hác sá significa areia preta, caraterística principal do areal que tem vindo a ser atenuada devido ao depósito de areia amarelada nesta costa. O objetivo é o de lutar contra a erosão. Fica no lado sudeste da ilha de Coloane.

 

 

É considerado o maior casino e hotel do mundo nesta que é a capital planetária do jogo. Tem 3000 suites, 350 lojas e estende-se por uma área que ultrapassa os 900 mil metros quadrados. Está localizado no istmo de Cotai, entre as ilhas de Taipa e Coloane. Abriu em 2007 e tem a maior área de jogo do mundo (51 mil metros quadrados). São mais de 3400 máquinas, mais de 6000 slot machines e 800 mesas de jogo, além de uma sala de espetáculos com capacidade para 15 mil espetadores. Saiba mais em venetianmacao.com.

 

 

É o maior da cidade e está localizado na Fortaleza do Monte, adjacente às Ruínas de São Paulo. Distribui-se por três pisos, tem cerca de três mil peças e é um espaço importante para ficar a saber mais sobre a história portuguesa e a chinesa na região. Abriu em abril de 1998 e funciona todos os dias (exceto segunda-feira), das 10h00 às 18h00. Entrada a rondar 1,60 euros. Poderá saber mais sobre este espaço em macaumuseum.gov.mo.

Macau recebe cerca de 35 milhões de visitantes por ano. Na sua maioria, vêm pelos casinos. Afinal, esta é a capital mundial do jogo.

 

 

O The House of Dancing Water é o maior espetáculo de luz, som e água do mundo. Decorre num teatro construído propositadamente para o efeito, com capacidade para duas mil pessoas, e teve um orçamento de 250 milhões de dólares. Dura hora e meia, é da responsabilidade do encenador Franco Dragone e inclui ginastas, artistas de circo, bailarinos, motociclistas e muitas surpresas. De uma piscina para um palco seco em poucos segundos, prometem os organizadores deste evento que decorre no complexo City of Dreams, em Cotai. Bilhetes desde 65 euros. Mais informações em thehouseofdancingwater.com.

 

 

É um clássico e como todos os clássicos merece uma visita. Foi construído na década de 1960, tem mais de 2300 quartos e faz parte da paisagem de Macau bem como do portefólio da família de Stanley Ho, o empresário nascido em Hong Kong que ajudou a colocar o território no mapa. Seja pelo jogo, pela comida com qualidade Michelin, pelas exposições de objetos valiosos ou somente para fazer uma pausa na visita à cidade, vale a pena descobrir este marco. Mais informações em hotelisboa.com.

 

 

Festas privadas, discotecas da moda, bares, música ao vivo, espetáculos de dança, há de tudo em Macau e sem hora prevista de fecho. Um dos locais mais badalados é o Pacha Macau, franchise que já quebrou barreiras noutros países, como Espanha, Portugal ou Marrocos. Prepare-se para festas surpreendentes.

Há 38 casinos a operar em Macau. O jogo é legal desde a década de 1850.

 

 

É um produto tradicional português, mas na China já há quem não passe sem ele. O pastel de nata tornou-se uma imagem de Macau, graças à influência da comunidade portuguesa que vive no território e, em especial, a um inglês, Andrew Stow, fundador da Lord Stow, fábrica de pastéis de nata que está a conquistar a Ásia. Mate saudades de casa em Coloane ou nas ruas do centro histórico e saiba mais em lordstow.com.

 

 

Tem mais de 2200 quartos, suites e villas divididos por cinco hotéis de topo, como Banyan Tree, Okura, Ritz Carlton e JW Marriott, além do Galaxy Macau. O investimento de quase dois mil milhões de dólares inclui mais de cinquenta pontos de comida, jardins ao longo de 52 mil metros quadrados ou a mais alta piscina de ondas do mundo e praia artificial. Está na zona de Cotai e é um claro exemplo do que se costuma apelidar «luxo asiático». Saiba mais em galaxymacau.com.

 

 

É mais um dos gigantescos hotéis e casinos que tornaram Macau a meca do jogo a nível mundial. Fica em Cotai e é o primeiro resort asiático com estúdios de televisão e cinema, além de comércio, jogo e alojamento. Abriu em 2015, depois de um investimento de mais de três mil milhões de euros. Teatro, roda gigante e simulador 4D são alguns dos pontos de interesse. Saiba mais em studiocity-macau.com.


Reportagem publicada na edição de março de 2019 da revista Volta ao Mundo (número 293).

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