O embaixador Miklós Halmai fala com carinho da cidade onde nasceu e que já foi capital da Hungria.

Por Leonídio Paulo Ferreira


Mala diplomática publicada na edição de junho de 2020 da revista Volta ao Mundo, número 308.

“Székesfehérvár é a minha cidade, onde cresci, onde me sinto em casa e provavelmente é o meu sítio preferido no mundo”, diz o embaixador húngaro em Portugal, Miklós Halmai, que apresentou credenciais no ano passado. “Para os húngaros em geral, é uma cidade de grande importância histórica, pois na Idade Média não só foi a capital do reino como era o local de coroação dos nossos reis desde o primeiro, São Estêvão, no ano 1000”, acrescenta o diplomata. A catedral mandada erguer pelo primeiro rei húngaro, depois santificado, era uma das maiores do seu tempo, mas foi destruída durante os séculos de guerras com os otomanos, em que a planície húngara era um dos principais campos de batalha entre as potências cristãs e o império turco.

A catedral já não existe, mas hoje a coroa de São Estêvão está no Parlamento da Hungria, um magnífico edifício em Budapeste, junto ao Danúbio. Ora, a atual capital não fica muito longe de Székesfehérvár, apenas uma hora de comboio, e o embaixador destaca também essa localização esplêndida, perto de quase tudo, seja a bela Budapeste, seja o lago Balatón, sejam as montanhas Bakony.

Traduzido à letra, explica Miklós Halmai, Székesfehérvár significa “residência real do castelo branco”, uma complicada palavra para quem não fala húngaro (uma das poucas línguas não indo-europeias do Velho Continente) mas os próprios habitantes da cidade simplificam chamando-lhe Fehervár, ou “Castelo Branco”.

“Com cem mil habitantes, é uma cidade média, com um centro histórico bem preservado, muito interessante, com restaurantes de comida tradicional e outros. Também tem muitos museus e um deles aloja obras de um dos meus pintores preferidos, Vilmos Aba-Novák”, conta o embaixador, cuja família (é casado e tem dois filhos) está ainda a viver em Székesfehérvár, apesar de a mudança para Lisboa não dever tardar muito. Também os pais do diplomata vivem na cidade.

Miklos Halmai, nascido em 1978, estudou Direito e Relações Internacionais. Chegou a trabalhar, muito jovem, na multinacional Pricewaterhouse-Coopers, na delegação de Budapeste, mas desde 2003 integra o ministério dos Negócios Estrangeiros. Recebeu treino diplomático em Berlim e entre as capitais onde serviu como diplomata antes de ser nomeado embaixador estão Lisboa, Dublim e Helsínquia. Da primeira passagem por Portugal, em 2005-2006, como adido para os Assuntos Europeus, ficou o conhecimento da língua, que é uma dos sete idiomas estrangeiros que fala (entre eles o russo e o finlandês).

Imagem de destaque: iStock

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