Este mês viajamos nas memórias das viagens recentes da jovem e talentosa atriz portuguesa. Vamos a Atlanta e ao Panamá, onde rodou o filme americano The Suicide Squad, e ainda à Tailândia, o seu refúgio de eleição.

Entrevista de Pedro Lucas

Numa breve retrospetiva pelo teu curso como atriz, e para além da tua contínua formação em representação, a verdade é que conseguiste entrar no cinema internacional muito rapidamente. Como é que surgiu esta oportunidade de trabalhar num filme em Hollywood?
D.M. Sou muito sincera: nunca pensei trabalhar como atriz a nível internacional! Nunca foi uma ambição porque não achava possível. Mas aconteceu tudo muito rapidamente. Um manager de Los Angeles viu o trailer do filme Parque Mayer e contatou a minha agente a dizer que gostava de me representar para que eu tentasse uma carreira lá fora. Assinei o acordo, mas nunca pensei que isto acontecesse, até porque o meu objetivo era fazer mais cinema em Portugal.

Mas como é que chegas ao filme Esquadrão Suicida?
D.M. Na altura comecei a fazer várias self tapes para me candidatar a castings e, curiosamente, a terceira que fiz foi para The Suicide Squad que estreia em todo o mundo em agosto de 2021.

E é aí que começam as viagens constantes, certo? Por onde é que o filme foi gravado?
D.M. Comecei a trabalhar em Atlanta, nos Estados Unidos da América, e depois passei para o Panamá.

Foi a primeira vez que estiveste no Panamá? O que é que achaste?
D.M. Sim, foi. Estivemos a rodar na Cidade do Panamá, a capital. Também passámos por algumas ilhas, nomeadamente a ilha de Tres Perros e a Pelican, onde também foi gravada a Casa de Papel; também gravámos em Colón, que é fantástica. As pessoas são extremamente hospitaleiras, simpáticas e com praias mesmo muito bonitas. A comida é muito picante, mas dizem ser boa. Eu como tenho problemas com picante, fiquei-me muitas vezes por um restaurante italiano que encontrei. No final, tivemos lá cerca de três semanas e voltamos sempre com imensas memórias.

Voltarias lá para passar férias, por exemplo?
D.M. Voltaria, sem dúvida. Adorei a energia das pessoas de lá. Fizeram-me lembrar o povo brasileiro que eu adoro. Eles até funk brasileiro ouvem.

E tu já foste ao Panamá, Pedro?
P.L. (Aqui inverteram-se os papéis de entrevistador e entrevistado)
Não, mas tenho imensa curiosidade em conhecer o golfe do Chiriquí, não só pelas praias que parecem ser fantásticas, mas sobretudo pelas características especiais que tem para a prática de desportos de mar que sou fã.

Voltando a Atlanta… O que sentiste da cidade?
D.M. Foi das cidades mais parecidas às portuguesas em que eu já estive. É um lugar realmente tranquilo, mas com tudo ao mesmo tempo. Museus fantásticos, oferta cultural, bons restaurantes… Têm aqueles detalhes americanos, e o marketing dele também forte, mas ao mesmo tempo muito europeu. Parecia que estava a viver em Lisboa, para ser sincera.

E o que poderias recomendar aos nossos leitores?
D.M. Aproveitem os restaurantes com rooftop. Para ficarem sugiro a zona onde vivi: Ponce City Market. É uma zona que foi reconstruída recentemente e que é quase uma cidade dentro da cidade.

«Nunca pensei trabalhar como atriz a nível internacional. Nunca foi uma ambição, não achava possível. Mas aconteceu tudo muito rapidamente. .»

Fala-me agora do teu lugar de eleição, a Tailândia. É aqui que vais para recuperar energia?
D.M. Adoro mesmo! Sempre que puder, é para lá que vou. Estive lá recentemente durante dois meses. Vale a pena e, a partir do momento em que lá estamos, até fica barato se soubermos escolher os hotéis ou outros lugares onde ficar.

Tu és daqueles viajantes que vai com tudo marcado e planificado ou és mais ousada e marcas quando chegares ao destino?
D.M. Eu sei onde quero ir e o que quero visitar. Tento marcar as primeiras noites, mas nunca me aprisiono a determinado local ou hotel. No caso da Tailândia, gosto de definir as ilhas e, uma vez lá decidir, quantos dias fico em cada uma. E comigo não resulta recomendarem esta ou aquela ilha. Eu posso chegar lá e sentir precisamente o contrário. Por isso, gosto de ir, ficar e decidir se vou ou não para outro lugar.

Já viajaste sozinha para estes destinos mais longínquos?
D.M. Não! Nem sei se colocaria isso em hipótese numas férias porque, afinal, o que poderia fazer sozinha, posso fazer em grupo. Tenho as mesmas experiências…

O que recomendarias a quem nunca foi à Tailândia?
D.M. Aquelas coisas mais básicas, mas são realmente verdadeiras. Não vão apenas durante uma semana, pois vão apaixonar-se pela Tailândia e vão querer ficar mais tempo. Fiquem alguns dias em Banguecoque, seja nos início ou no regresso. Visitem os templos, o incrível Mercado de Chatuchak que tem 15 mil lojas e, quando quiserem ir para a praia, comecem por Phuket e daí podem apanhar os barcos para conhecer outras ilhas em redor. Ah, e não levem trolleys, optem por mochilas. Levem pouca roupa, pois vão querer comprar muita coisa.

Ficaste mesmo rendida a alguma dessas ilhas?
D.M. Koh Kradan! É uma ilha que fica mesmo muito longe e as viagem de barco é mesmo terrível, mas depois compensa e muito. É uma ilha fantástica, tranquila, só com um supermercado, um restaurante e apenas seis hotéis. Acho que apanhei o barco em Koh Lipe e demorei quase um dia chegar!

«Sei onde quero ir e o que quero visitar. Tento marcar as primeiras noites, mas nunca me aprisiono a determinado local ou hotel.»

Já agora, o que achaste de Koh Lipe?
D.M. Gostei imenso! Tem alguma animação com bares, música ao vivo, muito reggae, é muito agradável. Depois tenho uma memória inesquecível de Koh Lipe que foi um passeio que fiz de caiaque até a uma ilhota que fica perto e que é memorável. Temos praticamente uma ilha só para nós.

E quando puderes voltar a viajar em segurança, onde é que mais ambicionas ir?
D.M. Talvez ao Japão! Nunca lá fui e tenho imensa curiosidade, sobretudo pelo interior.

Para terminar, que recantos de Portugal te seduzem e onde é que gostas de ir para descansar?
D.M. Desde pequena que vou, e adoro, à zona de Trás-os-Montes e também a Moura, no Alentejo. Mais recentemente, tenho-me refugiado num Algarve menos turístico e pela Costa Vicentina.


Entrevista publicada na edição de junho de 2020 da revista Volta ao Mundo (número 308).

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