Juntámo-nos à expedição à América Central da The Wanderlust e voltámos com muito para contar. Duas semanas, três países, dez desconhecidos e uma líder de viagem. De autocarro, de barco, a andar a pé por Guatemala, Belize e México. Em busca de uma civilização perdida.
Texto de Ricardo Santos
Fotografias de The Wanderlust, Liliana Ascensão e Ricardo Santos
Com a Liliana, a viagem começa muito antes da partida. Começa com uma mensagem por WhatsApp três semanas antes de se apanhar o voo para a América Central. Depois, vem a inclusão num grupo da mesma aplicação e, em menos de nada, pessoas que não se conhecem passam a discutir qual o melhor repelente para insetos do mercado, as mochilas com mais capacidade ou a combinar dividir táxis à chegada à Guatemala. Nessas três semanas, imagina-se quem serão os companheiros de viagem a partir do que escrevem nas mensagens. E Liliana vai passando informações práticas e fazendo pirraça com fotografias dos locais onde havemos de estar. Liliana é Liliana Ascensão, viajante e líder de viagens ao serviço da The Wanderlust e poderá ficar a conhecê-la ainda melhor algumas páginas à frente. Está na secção de Viajantes Extraordinários e já vai perceber porquê.
A dois, a três, a quatro ou sozinhos, os dez viajantes foram chegando à Cidade da Guatemala de acordo com as ligações aéreas. Daí saíram em táxi ou autocarro para Antigua. São 40 quilómetros de distância e muito mais graus de diferença entre as duas cidades. Do caos e da desconfiança da atual capital para a paz e o encanto da antiga. Antigua foi fundada em 1543 e durante mais de 200 anos foi a principal cidade do chamado Reino da Guatemala, que nesses tempos albergava não só o território do atual país, mas também os territórios de Belize, El Salvador, Honduras, Nicarágua e Costa Rica, além daquilo a que hoje corresponde o estado de Chiapas, no México.
E é pelo empedrado rude das ruas do centro histórico – Património da Humanidade pela UNESCO desde 1979 – que chega o táxi onde vem o último viajante a chegar. Todos os outros já lá estão, na Posada de San Carlos, na Calle 5 Poniente, uma das ruas traçadas a régua e esquadro de Antigua. Começam as apresentações, é um grupo heterogéneo. Nas idades, nas proveniências, nas vidas. Associam-se mensagens de WhatsApp às caras. Vânia e David são namorados, ela fisioterapeuta, ele chef de cozinha, de Lisboa. Carolina é enfermeira, trabalha em Inglaterra, é da Benedita. Cláudia é engenheira do ambiente, de Lisboa. São os sub-30 do grupo.
Subimos até ao terraço da pousada para espreitar a paisagem. Há cadeiras, mesas e uma vista que se adivinha magnífica à luz do dia. Para já, convence com os telhados das casas em redor e as torres dos monumentos da cidade. Basta imaginar que em redor há montanhas e vulcões, alguns deles em atividade.
Tudo tem início em Antigua, na Guatemala. Da cidade histórica, o grupo de onze pessoas segue para o lago Atilán, caminha até aos vulcões Pataya e Acatenango, antes de descobrir outro lago, o Petén Itzá. As ruínas de Tikal encerram o percurso na Guatemala. Seguem-se Belize e México.
Ao pequeno-almoço, todos estamos ensonados. Ou com sonos trocados, que vai dar quase ao mesmo. São seis horas a menos do que em Portugal continental. E às nove da manhã apetece mais um frango assado do que café com leite. Há fruta e feijão, tortilhas e sumo. E há um ritual que se impõe. Todos os dias, ao primeiro encontro, Liliana quer saber como estão os companheiros de viagem. Polegar para cima, polegar para baixo, polegar de lado para se perceber o estado físico e de espírito. Há de tudo, há ainda cansaço do voo e euforia para o que aí vem. Regressaremos ainda a Antigua para a descobrir, mas para já a carrinha está à espera. Rita é dentista, de Lisboa. Joana idem e aspas. Catarina é médica, dos Açores, vive em Braga. Nelma trabalha em gestão, vem de Alcobaça. Carlos é diretor financeiro, da Marinha Grande. São os acima de 30 anos. Junte-se-lhes a líder de viagens, o jornalista da Volta ao Mundo e o condutor – mais as mochilas amontoadas no tejadilho – e estamos todos prontos para uma viagem de duas horas e meia até às margens do lago Atitlán.
A estrada nacional é razoável e os 140 quilómetros passam rapidamente. «Este é um dos locais mágicos do mundo, tem uma energia mística», diz Liliana depois de ter passado, sem pressões, uma série de informações sobre os maias e a sua cosmovisão. O poder da água e das montanhas, o caráter sagrado do que nos rodeia. A fina camada de gelo das primeiras conversas vai derretendo a cada curva. E quando se chega ao primeiro miradouro para o lago, volta o silêncio, desta vez respeitoso. Mais vinte minutos e estamos num cais a entrar para uma lancha, carregados com as mochilas. Dez minutos de viagem e desembarcamos no molhe do hotel Isla Verde, em Santa Cruz de la Laguna, uma das sete vilas que circundam esta massa de água que cobre uma área de 126 quilómetros quadrados. As casas na encosta são os quartos de cada uma ou duas pessoas (no programa idealizado pela The Wanderlust há opção de partilhar ou suplemento para ficar sozinho).
A subida é penosa para quem está mais acima, mas a vista compensa. Está lá tudo: o lago, os vulcões, as encostas, os barcos a cruzar as águas tranquilas. Há silêncio, mesmo no centro da vila, onde almoçamos. O CECAP é um centro de atividades e de formação para a população local. Serve pratos típicos e cidadania, bebidas tradicionais e educação. É aqui que nos recordam que houve guerra civil na Guatemala até 1996, com guerrilheiros e militares de ambos os lados do rio. Santa Cruz estava no meio e 25 anos em história não é nada. Já na vida das pessoas…
As preocupações sociais e ambientais fazem parte dos projetos da The Wanderlust. É também isso que motiva os viajantes a escolher estes programas.
O segundo dia começa às 07h00, com mais tortilhas e fruta, feijão e uma viagem de barco até San Pedro, onde se come uma abóbora cozida doce, na rua junto ao mercado, por dez cêntimos de euro. Daí seguimos em tuk-tuk para San Juan. Antonio, o condutor, tem 21 anos e está radiante por levar quatro pessoas no seu veículo. O veículo nem por isso, principalmente nas subidas. Quer conhecer o mundo em trabalho e prazer, tem três irmãos e culpa os políticos corruptos por levarem os guatemaltecos a emigrar. Pose para selfie e seguimos para uma associação de mulheres curandeiras e parteiras maias. Falam de 42 classes de plantas, vendem pomadas caseiras e financiam assim o seu projeto. Umas portas abaixo na ladeira está o ateliê de António Vasquez, o pintor da terra que retrata a vida no lago pela visão de um pássaro ou de uma formiga. Uma boa surpresa a que Carlos não resiste, comprando uma das telas perante o elogio dos restantes. A pintura é cuidadosamente enrolada, colocada num tubo de cartão e envolta em fita-cola e papel de jornal. Acabou perdida dias mais tarde num autocarro noturno, mas foi a recordação perfeita de um dia em cheio que não terminou sem a descoberta do Nawal de cada um, o signo maia de acordo com o dia, o mês e o ano de nascimento.
Há uma preocupação, um dever, em cada viagem da The Wanderlust. Quem o reafirma é Liliana, sentados à mesa do café de uma associação de e para pessoas com deficiência em San Juan – o Alma de Colores. Já antes estivéramos num workshop de café e numa cooperativa de mulheres tecelãs, quase todas solteiras e mães. Com direito a almoço típico numa mesa corrida das traseiras de casa de uma delas. Faz parte do conceito da viagem Ao Encontro dos Maias. Agir localmente, pensar globalmente. Apoiar os pequenos produtores e negócios, a economia local, sem falsos moralismos.
O dia não acaba sem uma visita rápida a San Marcos, a mais esotérica, hippie, trendy, das aldeias do lago. Por ali há massagens, cerimónias, retiros, cacau, cogumelos, festas. E uma lancha que nos leva de volta ao Isla Verde para um jantar à beira do lago, em preparação para a manhã seguinte e para o regresso à colonial Antigua.
Dulián, o guia no centro histórico, tem um discurso formatado, mas depressa é compensado pela experiência de Liliana Ascensão no terreno. Fala-nos do outro nome de Antigua, Santiago de los Caballeros, da igreja de 1767 com ecrãs de televisão onde passam filmes religiosos fora da hora das missas. Passamos pela imagem de marca da cidade, o Arco de Santa Catarina, visitamos a Câmara Municipal, o Museu do Jade e deitamo-nos cedo. Há um vulcão, Pataya, para subir às primeiras horas da manhã. E está em erupção.
Durante hora e meia subimos, pelo meio da selva, até chegar à base. A paisagem é lunar, negra e pedregosa. Há escorregadelas, mas sem danos físicos. O chão vai ficando mais quente, a lava é visível a olho nu, escorrendo pela encosta. O guia local leva marshmallows na mochila. Espeta-os em paus e coloca-os debaixo das pedras. Derretem, sabem ainda melhor. O dia não acaba sem a aventura mais dura da viagem, a subida do Acatenango. Saímos à meia-noite, depois da caminhada para o Pataya. Rita, Joana e Carlos optam por não ir. Ganham uma bela noite de sono, perdem várias erupções do vulcão Fuego, que tão bem se vê desde quase o cume do Acatenango.
Tulum, no estado mexicano de Quintana Roo, está na ponta sul da Riviera Maia. Divide-se em três áreas: ruínas, praia e cidade. No sítio arqueológico encontram-se edifícios erguidos entre os séculos VI e XVI. Na praia estão os melhores hotéis dentro do conceito hippie-chic. Na cidade, a seis quilómetros das ruínas, há bares, restaurantes, lojas, pousadas e vida normal.
Foram cinco longas horas a caminhar na noite escura. Não se aconselha a quem não esteja minimamente preparado para tal. Não é o caso de Don Catalino, o guia de montanha que faz o percurso em menos de uma hora e repete-o mais de uma centena de vezes ao ano. Faz muito frio, as subidas são duras, o terreno é sinuoso. Que o diga Carolina, que enfrentou os seus medos e passo a passo, parando aqui e ali, com uma outra lágrima pelo caminho, viu de perto os vermelhos-laranja da lava e do nascer do Sol. Ou Nelma, que, na tentativa de tirar uma fotografia de grupo, deslizou encosta abaixo na noite escura. Houve pânico nesse momento, mas a mulher-furacão do grupo foi clara: «Onde é que está o meu telemóvel?» Risos. Muitos risos que se prolongaram pelos dez dias seguintes. E que só tiveram uma pausa no caminho de regresso à estrada – mais três horas a andar e o sonho de um banho quente a tomar forma.
Ao sexto dia chegamos ao lago de Petén Itzá e à aldeia de El Remate, ainda na Guatemala. A viagem de autocarro foi quase nove horas desde a Cidade da Guatemala, de noite, com condições para dormir. Chegamos antes das oito da manhã ao Rancho Palomino. Juanjo é filho dos donos e está responsável pelo negócio. É aquilo a que um quarentão se pode referir como «gostava-de-ter-sido-assim-aos-27». Rabo-de-cavalo, pele bronzeada, em forma e sem vontade de fechar os dois botões de cima da camisa. Sorriso simpático, boa conversa, fez sucesso entre o público feminino da viagem. O rancho está decorado ao estilo cowboy, com muita madeira na construção, uma juke box na sala de refeições, cavalos e um cão chamado Vaquero.
Atravessando a estrada estamos no lago e numa plataforma de madeira sobre a água. É ali que nos juntamos depois de jantar. Os onze e Juanjo, à conversa. «O que farias se o mundo acabasse amanhã?», pergunta Liliana. Responde quem quer. «De que te arrependes na vida?» Responde quem quer. Há silêncios que não são difíceis de digerir, há confissões sobre o lago, há timidez e honestidade. Naquela noite, nasceu ali um grupo homogéneo de gente diferente.
Entre os séculos IV e X, Tikal foi a principal cidade do Império Maia. Quando os espanhóis aqui chegaram já os edifícios tinham sido engolidos pela selva. Hoje, apenas dez por cento do património está descoberto.
E com esse espírito em alta chegamos em meia hora a Tikal, a grande joia maia da Guatemala. São 500 quilómetros quadrados de área, mais de quatro mil construções numa cidade abandonada que foi engolida pela selva. Estima-se que apenas dez por cento do total das ruínas de Tikal tenham sido recuperadas, por isso andar por estes caminhos, acompanhados pelos guinchos dos macacos-aranha, lá bem alto nas árvores, é passear pela história. Tikal foi fundada no século IV e entrou em declínio no século X. Esteve escondida até meados do século XIX e hoje recebe cerca de 300 mil visitantes por ano. Subir aos seus templos, escutar a selva em redor e ficar para o pôr do Sol é um dos momentos altos da viagem que agora vai a meio.
Entramos no Belize a um domingo. Está quase tudo fechado no centro de Belize City, uma cidade considerada insegura pela maioria das publicações de viagens. E parece ser. Depois de mais uma viagem de autocarro («Atenção, o ar condicionado nos autocarros da América Central está sempre no frio, levem roupa ou cobertores» – Liliana dixit. E comprova-se) e de passar a fronteira desde a Guatemala, há que chegar ao porto e apanhar o ferry para Caye Caulker, ilha de festa, de praia e de mergulho neste território que já levou o nome de Honduras Britânicas (de 1862 a 1981).
Atravessamos o centro a pé, entre a estação iniciamos o trajeto, começa a cair uma chuvada épica, ao estilo das intempéries destas geografias. Não há queixas enquanto seguimos em fila indiana por passeios inundados, observados por alguns comerciantes e habitantes locais que não resistem em fazer comentários. Podia ser uma situação stressante, mas quase não é.
Depois das caminhadas junto a vulcões, depois dos passeios pelas cidades e da descoberta dos lagos da Guatemala, chegar ao Belize soube a descompressão. Um banho de mar resolve quase tudo.
Depois de 45 minutos a apanhar o vento de mar, desembarcamos nas ruas de terra com casas coloridas que albergam restaurantes, pousadas, lojas e bares. Há pelicanos sobre as estacas, há cavalos-marinhos na água, pássaros que vêm comer à mão (cuidado com os dedos), peixes que saem fora de água em busca de pão dos turistas que passeiam de barco. E há o Blue Hole, um dos melhores locais do mundo para fazer mergulho – um círculo a 60 quilómetros da costa com 300 metros de largura e mais de 120 de profundidade. Prepare 300 dólares (cerca de 265 euros) para a experiência completa. Optamos pelo snorkelling, com um percurso de três locais onde, além do fundo do oceano e da segunda maior barreira de coral do planeta, podemos ver e nadar com raias e tubarões em estado selvagem. A experiência é inesquecível e, depois de uma semana na Guatemala entre selva e vulcões, caminhadas e lagos, a água salgada tem propriedades terapêuticas. Para o corpo e para a mente. É que, por esta altura, tirando os problemas relacionados com picadas de mosquitos, o ritual dos pequenos-almoços já inclui quase sempre todos os polegares para cima.
Nessa noite, o jantar foi de lagosta e incluiu digestivos no Sports Bar, o local de festa mais procurado (na verdade, era o único que estava aberto…), onde se encontram forças da autoridade, turistas e residentes. Cerveja e rum cola, reggaeton e demasiadas escolhas musicais duvidosas levam ao delírio alguns dos grupos de amigos presentes. Cláudia é interpelada por uns holandeses mais ou menos da idade dela. Querem saber o que faz ali e, principalmente, por que razão foi para o bar com o pai e com o tio, referindo-se claramente a Carlos e ao jornalista. De facto, não deve ter sido fácil perceber a diversidade deste grupo, mas o momento ficou para o compêndio da viagem, com direito a boas gargalhadas.
Depois do Belize, entramos nos últimos quatro dias de viagem, com uma estirada de 190 quilómetros em autocarro (sempre frio…) até Bacalar, no México. Os trâmites de fronteira são rigorosos, afinal o antigo protetorado inglês é conhecido não só pelas facilidades fiscais, mas também pelos negócios ligados a estupefacientes.
Dizem os habitantes locais que os cenotes podem ser uma porta de entrada para outro mundo. Já foram locais de sacrifício e de cerimónias. Hoje são procurados pelos entusiastas do mergulho em grutas e cavernas. Junto a Tulum e Chichén Itzá há várias opções.
Bacalar, um dos Pueblos Mágicos do México, foi abrigo de piratas e hoje é conhecido pela sua lagoa das sete cores. Tem mais de 40 quilómetros de extensão e dois de largura, sendo que parte dela poderia ser o mar das Caraíbas, tal a tonalidade de azul, ou verde, que ganha com a exposição ao sol. Joana está sentada num baloiço sobre o mar enquanto esperamos pelo veleiro que nos vai levar à descoberta da lagoa. É um momento quase cinematográfico, a que se seguem muitos outros nesse dia. A lagoa esconde um imenso cenote, uma cavidade natural, um buraco onde se pode nadar. É comum nos estados do Iucatão e de Quintana Roo, onde estamos. Acabaremos por vê-los e neles mergulhar também à vinda de Chichén Itzá. E nos arredores de Tulum não faltam opções. Catarina, a açoriana, não resiste aos encantos do mar e é uma das mais entusiasmadas no que diz respeito a mergulhos. Liliana não esconde emoções. Reage como se estivesse ali pela primeira vez, deslumbra-se e faz-nos sair dali deslumbrados.
Da tranquilidade de Bacalar seguimos para Tulum, o destino hippie-chic no México. Tulum pode dividir-se em três áreas: as ruínas maias, a praia de Tulum e o centro da cidade (a cerca de cinco quilómetros das ruínas). Deixamos as mochilas no hotel da cidade e continuamos para o sítio arqueológico, provavelmente os mais belos vestígios maias à beira-mar que se encontram neste planeta. É Liliana quem nos guia entre os edifícios, quem nos indica os melhores pontos para aquela foto que não pode faltar no Instagram. É ela quem nos informa que Tulum significa parede ou muro e é isso que vemos quando se percorre a estrada junto à costa – uma parede formada pelas vedações dos muitos hotéis boutique, de charme, todos com nomes bonitos que convidam à introspeção, que aqui foram instalados. A praia tem dois acessos públicos. Caminhamos pelo areal até chegar a um bar de praia que nos servirá de abrigo durante a tarde.
Milhão e meio de pessoas visitam anualmente as ruínas de Chichén Itzá, no estado mexicano do Iucatão. A antiga cidade Maia marcou o fim de uma viagem inesquecível.
Há um sentimento de fim de férias a aproximar-se. Vânia e David passeiam de mãos dadas na praia, tiram fotografias, namoram. Para David, a civilização maia é uma descoberta constante. É ele quem, em Chichén Itzá (provavelmente as mais conhecidas e visitadas ruínas maias), fará perguntas em catadupa ao guia. E ainda bem, saímos todos mais ricos. Isto no mesmo dia em que Rita ficou doente, deitada na carrinha. Sol, ares condicionados, cansaço acumulado, vão fazendo vítimas. Está a chegar ao fim a aventura.
De Tulum, cada um sairá de acordo com os seus voos de ligação. Uns vão pelos EUA, outros farão escala numa cidade europeia, Lilianwwwa fica no México, está quase a fazer anos. As despedidas são sentidas, deixámos de ser desconhecidos. Dificilmente estas onze pessoas viajarão todas juntas novamente. E com este espírito. Com a Liliana, a viagem continua muito depois da chegada. Continua num grupo de WhatApp meses depois do regresso.
Reportagem publicada na edição de março de 2019 da revista Volta ao Mundo (número 293).
Guia de viagem
Documentos: Passaporte
Moeda: várias
Fuso horário: GMT – 6 horas
Idioma: Castelhano
Ir
A The Wanderlust idealizou um pacote de viagem de duas semanas através de Guatemala, Belize e México – Ao Encontro dos Maias. Tem um custo de 1500 euros por pessoa e tem início na Cidade da Guatemala, terminando em Tulum, México. Não inclui voos (de Lisboa rondam os 700 euros por pessoa ida e volta).
Inclui: 13 noites de alojamento em hostel, hotel, eco-hotel e autocarro; Transportes: shuttle bus, autocarro e barco; 11 refeições: 10 pequenos-almoços e 1 jantar; Todas as atividades mencionadas no programa; Guia local em Chichén Itzá e Tikal; Seguro de viagem nas datas do programa; Acompanhamento e orientação durante toda a viagem a cargo de Liliana Ascensão.
Próxima viagem: 1 a 14 de dezembro de 2019
Não inclui: despesas de caráter pessoal, gorjetas, subida ao vulcão Acatenango (60 euros) e mergulho no Blue Hole (cerca de 300 euros).
Dormir
Posada de San Carlos
Hotel, bar, restaurante, terraço e esplanada bem perto da praça principal. Quartos espaçosos, camas confortáveis, bom pequeno-almoço, bom serviço de wifi.
5ta Calle Poniente, #11
Antigua, Guatemala
posadadesancarlos.com
Hotel Isla Verde
À beira do lago Atitlán, várias casas na encosta, com vistas difíceis de igualar. Área comum convidativa, solário, bar e serviço de lancha quase à porta de casa. Decoração e ambiente informal com toque de classe.
Santa Cruz La Laguna
Guatemala
islaverdeatitlan.com
Hotel Palomino Ranch
Parece saído de um filme do velho Oeste, mas não choca. Cavalos, cães e basta atravessar a estrada para se estar na tranquilidade do lago Petén. Juanjo, o anfitrião é uma figura que vale a pena conhecer.
Carretera a Tikal, Km 30.
Peten, El Remate, Guatemala
posadadesancarlos.com
Hotel Paradise Island
Cabanas em madeira, na praia, ar condicionado e a curta distância a pé de bares e restaurantes.
Caye Caulker, Belize
tropicalparadisehotel.com
Hotel Casa Lima
Pousada familiar, quartos com boas áreas, áreas comuns convidativas e boa rede de wifi.
Calle 20, etre avenidas 5 e 7
Bacalar
Facebook.com/casalimabacalar
Hotel Casa Xanath
A curta distância da área de diversão noturna da cidade de Tulum, nas traseiras do terminal de autocarros. Ruínas e praia ficam a cerca de 5 quilómetros. Piscina interior, quartos amplos.
Calle 20, etre avenidas 5 e 7
Bacalar
Facebook.com/casalimabacalar
Comer
Da Guatemala ao México, passando pelo Belize, a melhor sugestão é a de aproveitar ao máximo a oferta de pratos e petiscos tradicionais. Seja em restaurantes acolhedores ou em pontos de venda de rua, não vai querer perder as influências crioulas, as tortilhas de mil nomes e formas, os refogados, crepes ou sumos naturais. Com ou sem picante, entregue-se à descoberta dos sabores das Américas.
Itinerário
Dia 1 Chegada a Antigua, Guatemala.
Dia 2 Guatemala, Lago Atitlán e vista às aldeias em redor.
Dia 3 Lago Atitlán, descoberta de projetos locais.
Dia 4 Regresso a Antigua e visita ao centro histórico.
Dia 5 Subida aos vulcões Pacaya e Acatenango (este, opcional).
Dia 6 Antigua e viagem em autocarro noturno para o lago Petén Itzá.
Dia 7 Visita às ruínas maias de Tikal, ainda na Guatemala.
Dia 8 Viagem para o Belize, ilha de Caye Caulker.
Dia 9 Snorkeling, mergulho, praia e diversão em Caye Caulker.
Dia 10 Viagem para Bacalar, México.
Dia 11 Visita à Lagoa das Sete Cores em Bacalar, mergulho em cenote.
Dia 12 Viagem paraTulum, México, e visita às ruínas. Tarde de praia.
Dia 13 Visita das ruínas de Chichén Itzá e da cidade de Valladolid. Mergulho e cenotes.
Dia 14 Regresso a casa.
Agradecimentos
A Volta ao Mundo viajou a convite da The Wanderlust
Reportagem publicada originalmente na edição de março de 2019 da revista Volta ao Mundo, número 293.
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