Visitar duas ou três ilhas do arquipélago é conferir que cada uma é tão única quanto diferente do resto de Portugal. Este é o relato de uma açoriana que regressou a casa, ao Faial e ao Pico, para tirar qualquer dúvida sobre a beleza da ilha azul e da sua vizinha mais próxima.
Texto de Mariana Botelho
Fotografias de Mariana Botelho e Nuno Sá
O Faial é a vista para o Pico, é o vulcão dos Capelinhos, o bar do Peter’s e a marina repleta de pinturas de quem quis deixar a sua marca ao passar por lá – e não são poucas, afinal a Horta tem a quarta marina oceânica mais visitada do mundo. O Faial sempre foi isso e, felizmente, calhou regressar, quase vinte anos depois, à ilha azul. A cor foi apontada pelo escritor Raul Brandão que numa visita à ilha disse que se sentia «encharcado de azul». Referia-se à imensidão de hortênsias que eram usadas para dividir os campos de cultivo. Muitas outras plantas decoram o interior da ilha, inclusive as vinhas que dominaram os solos junto ao mar após o mesmo ter sido afetado pelo vulcão dos Capelinhos. É uma parte da ilha que vale a pena ser visitada, principalmente agora que um museu subterrâneo – para não interferir com a paisagem – foi criado para contar toda a história dos valentes que ainda hoje lembram pormenores do que passaram no final dos anos 1950.
As gentes da ilha são mais do que este episódio. São os amores que obrigaram a que, em casas que não podiam ter mais do que dois andares, fossem construídas pequenas estruturas de madeira com janelas acima do telhado. Era assim que as mulheres conseguiam que a vista alcançasse o mar, de onde os maridos chegavam após longas temporadas fora.
São pormenores como este que fazem a ilha do Faial. E para conhecer mais destas histórias, o bar do Peter é um bom local para se passar. No pequeno café, situado na Horta, a fila para o famoso gin é sempre longa, mas não passe lá só com este propósito. Aproveite para jantar um atum grelhado ou um prato de carne de porco. Será atendido pela terceira geração da família que fundou o bar que, com sorte, lhe contará as histórias que procura sobre a gente local. E para conhecer a fundo esta mesma família de faialenses, nada como subir ao primeiro andar e visitar o museu de scrimshaw, a arte do entalhe, gravação e pintura de marfim dos dentes e ossos de cachalotes.
Para pernoitar, a menos de dez minutos da marina da Horta e do café Peter, encontra o Hotel Horta. Com um pequeno ginásio e piscina, um dos focos está no restaurante, que prima pela vista panorâmica para o mar e convida a explorar ainda mais a ilha.
Há que haver alguma contenção quando se diz que se deixa o melhor para o fim ao falar da vista para o Pico. É que se cada ilha é tão única que merece o tempo e a atenção de qualquer visitante, também se deve separar as águas sobre o que é o Faial e o que é o Pico. Uma separação que não é fácil. Não se pode negar as partilhas entre estas ilhas vizinhas que quase se tocam e onde o ferry faz várias viagens por dia para transportar aqueles que moram num lado e trabalham no outro. É também por isso que a ida a uma obriga a que se passe pela outra.
Qualquer turista que for ao Faial em época de bom tempo (quando é possível a observação de baleias e de golfinhos) deve procurar o Norberto. Dono de um centro de atividades marítimas, com sede na Horta, foi nascido e criado na ilha do Pico, mas hoje é no Faial que faz vida. É a personificação desta ideia de ilhas distintas que se cruzam.
Já no Pico, onde uma subida à montanha mais alta de Portugal é obrigatória (se não tiver a experiência na primeira visita à ilha, terá garantidamente de lá voltar), há mais a encher o cenário que circunda a imponente montanha. Como as vinhas que se perdem em cenários até ao mar e se tornam mais únicas graças aos muros feitos de pedra. Sem cimento nem nada que as mantenha juntas, as pedras simplesmente colocadas umas sobre as outras fazem o seu papel na perfeição, mesmo com as tempestades marítimas a testar estas construções.
Vai querer parar num dos bares ou cafés locais para provar um destes vinhos, resta-lhe escolher de que produção vai beber. Uma visita ao museu dos vinhos, na Casa Conventual dos Carmelitas, pode ajudar nesta decisão. Quanto a refeições, sugerimos que aposte na carta de peixes dos restaurante A Montanha, na Casa Âncora ou n’O Refúgio. Ficam todos em São Roque, em zonas tão próximas do mar que convidam qualquer um a dar um mergulho antes do almoço.
O auge das experiências locais no Faial e no Pico acontece provavelmente na Semana do Mar (em meados de agosto). Além dos concertos, destacam-se os variados desportos náuticos, sendo a ligação às ilhas celebrada com competições de natação entre ambas. São dezenas aqueles que se desafiam a nadar estes oito quilómetros. Nem metade termina o percurso, a maioria para a meio e sobe para as embarcações que acompanham a competição, já que nos pequenos barcos há vinho e licores para oferecer a todos os que estão em festa.
Guia de viagem
Ficar
Hotel Horta
Rua Marcelino Lima, s/n 9900 Horta
Tel.: 292 208 200
Quarto duplo desde 50€ euros/noite
www.hotelhorta.pt
Comer
Casa Âncora
Rua do Cais, 92B São Roque do Pico
Tel.: 292 644 496
Preço médio por refeição: 20€
facebook.com/casaancorarestaurant
Peter Café Sport
Rua José Azevedo, 9 Horta
Tel.: 292 292 327
Preço médio por refeição: 15€
www.petercafesport.com
Ir
Norberto Diver
Marina da Horta
Tel.: 292 293 891
Aberto de março a outubro
www.norbertodiver.pt
Essencial de viagem: o smartphone Huawei P30 Pro
Dono de uma câmara fotográfica com zoom digital de 50x, quatro câmaras, lentes Leica e um sensor principal de 40 milhões de pixels, o smartphone oferece a qualidade da paisagem que qualquer turista de mochila às costas procura reproduzir com uma «máquina profissional» que lhe cabe no bolso. A garantia de que irá conseguir boas fotos é de quase cem por cento já que, embora possa explorar as mil e uma funcionalidades da câmara deste Huawei por si só, o aparelho oferece a opção de inteligência artificial que garante que utiliza as melhores opções em cada ambiente. Todas as fotos aqui apresentadas foram tiradas com a câmara do Huawei P30Pro.
A Volta ao Mundo viajou para os Açores a convite da Huawei.
Reportagem publicada originalmente na edição de outubro de 2019 da revista Volta ao Mundo, número 300.
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